Abertura da exposição “Um Olhar: Roberto Higa” lota a Galeria de Arte da TVE

Ana Rita, Pedro Guilherme, Sandra, Higa e Bosco Martins. Foto: Karla Freitas Martins/Reprodução.

Mostra idealizada pela Confraria Sociartista em parceria com a Fertel conta a trajetória do fotógrafo que, há 45 anos, registra a evolução de Mato Grosso do Sul e Campo Grande por suas lentes

Quem visitar o Espaço Cultural Aldo Olarte de Souza –a Galeria de Arte da TVE– para visitar a exposição “Um Olhar: Roberto Higa” deve estar ciente de que não encontrará, ali, amostras do trabalho de um dos mais celebrados fotógrafos em atividade em Mato Grosso do Sul. Em vez disso, o que estão ali são obras de artes elaboradas por integrantes da Confraria Sociartista em parceria com a Fertel (Fundação Luiz Chagas de Rádio e TV Educativa de Mato Grosso do Sul) para homenagear os 45 anos de carreira de Higa que, na noite desta quarta-feira (30), atraíram um público que lotou o local na abertura da exposição.

Higa, emocionado, agradeceu a homenagem. Foto: Karla Freitas Martins/Reprodução.

Grandes nomes das artes no Estado passaram pelo local para prestigiar a homenagem a Higa que, emocionado, agradeceu ao apoio da mulher, Sandra, familiares e amigos ao longo de sua trajetória. As lentes do fotógrafo, que começou como office-boy no extinto Diário da Serra e logo partiu para o fotojornalismo, registraram momentos únicos não apenas da história do Estado, mas também do seu desenvolvimento, incluindo os passos dados por Campo Grande para se tornar uma das principais cidades do país.

Sandra, Higa e Bosco Martins. Foto: Karla Freitas Martins/Reprodução.

Pela Confraria, o artista plástico Pedro Guilherme aproveitou para exaltar a importância de Roberto Higa e agradecer à Fertel e ao Governo do Estado pela cessão da Galeria de Arte para recepcionar a mostra, “um espaço que vem se tornando cada vez mais importante para as artes no nosso Estado”. A exposição tem a curadoria de Ana Rita Moraes, produtora cultural e também produtora da TVE Cultura MS.

Representando o prefeito Marquinhos Trad na abertura, a presidente da Fundac (Fundação de Cultura de Campo Grande), Melissa Tamaciro, relembrou as raízes que compartilha com Higa e que se fazem presentes na Capital, “com a presença da cultura japonesa no processo de formação da cidade” a partir da vinda dos imigrantes que, hoje, estão inseridos na identidade da Cidade Morena.

Melissa Tamaciro (ao centro), da Fundac, fala sobre Higa. Foto: Karla Freitas Martins/Reprodução.

Diretor-presidente da Fertel e representando o governador Reinaldo Azambuja e o secretário Eduardo Riedel (Governo e Gestão Estratégica) na abertura, o jornalista Bosco Martins aproveitou a homenagem para se reencontrar com Higa, com quem realizou trabalhos memoráveis na imprensa local e nacional. Na abertura da exposição, por exemplo, lembrou-se do “Picasso Pantaneiro”, quando, em reportagem para a revista Caros Amigos, ambos foram incumbidos de entrevistar o poeta Manoel de Barros. O trabalho foi visto pelo fotógrafo como um “renascimento”, pois foi realizado depois de ele se recuperar de um AVC.

“O Higa chegou cheio de ideias e vontade, queria fotografar o poeta de jeitos diferentes. Até que, em meio a trocas de roupas, o Manoel, sem camisa, brincou mostrando o físico bem em frente à reprodução de um quadro do Pablo Picasso. E foram feitos os cliques. Este é hoje um dos registros fotográficos mais famosos sobre o Manoel de Barros”, destacou Bosco, reforçando que o “pós-morte” de Higa não poderia ser melhor sucedido. A história será contada em “Diálogos do Ócio”, livro que Bosco finaliza sobre a vida do poeta e que será lançado em 2020.

“E agora vemos a oportunidade que poucos têm de imortalizar uma personalidade ainda em vida. Temos aqui uma justa homenagem ao Roberto Higa, reconhecido pelo talento e adorado pela pessoa que é por seus amigos”, prosseguiu o diretor-presidente.

Higa e Bosco Martins. Foto: Karla Freitas Martins/Reprodução.

A exposição conta com quadros, esculturas e montagens da Confraria Sociartista que têm Higa como personagem principal, retratando sua personalidade e reconhecendo seu trabalho.

Fundada em 1016, a Confraria Sociartista visa a congregar artistas visuais profissionais de Campo Grande e região em prol da promoção e incremento da prática, promoção e divulgação das artes. Seus integrantes representam a multiplicidade de expressões e estilos, imprimindo nos trabalhos vivências e imaginários pessoais e coletivos. A associação realiza exposições presenciais e virtuais, intervenções em espaços públicos e apresentações de música, teatro, literatura e dança, entre outras manifestações artísticas.

O Espaço Cultural Jornalista Aldo Olarte de Souza está aberto à visitação pública, de segunda a sexta-feira, em horário comercial. Grupos maiores, bem como turmas de escolas e outras instituições podem agendar visitações pelo telefone (67) 3318-3872.

Autor: Humberto Marques/Portal da Educativa

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