Índia da etnia Atikum apresenta dança de sua tribo na Tenda dos Saberes Indígenas

Visitantes da Tenda dos Saberes Indígenas do 17º Festival de Inverno de Bonito tiveram uma alegre surpresa na manhã desta sexta-feira, dia 29 de julho. A índia Marinalva Conceição Vicente, da etnia Atikum, da aldeia Cabeceira, em Nioaque, apresentou a dança Toré, típica do seu povo.

Toda ornamentada com as roupas próprias para a dança, e com o instrumento maracá, feito pelos índios de sua aldeia, ela mostrou para os visitantes a expressão mais forte da sua etnia, a dança. “A única coisa que está segurando o Atikum é a dança, porque a língua e artesanato se perderam quando vieram de Pernambuco para cá”, diz.

Marinalva tem 32 anos e dança desde os oito. Ela nasceu em Aporé, Estado de Goiás, e seus irmãos mais velhos nasceram em Carnaubeira da Penha, Pernambuco. Conforme os índios de sua tribo foram se deslocando para cá, muitas das tradições foram se perdendo, restou a dança.

Na aldeia Cabeceira vivem hoje cerca de 120 índios. Há poucos recursos naturais e não há rios, o que os obriga a buscar trabalho em aldeias vizinhas ou Nioaque. Conforme livro editado pelo Sesc, que Marinalva mostrou, não há terras boas para plantio e existem poucos animais para caça. Eles lutam para manter as tradições, preservando uma identidade étnica diferenciada pela realização do Toré.

A origem dessa etnia é o Estado de Pernambuco. Os dançarinos são chamados de torezeiros e a dança geralmente é realizada em grupo. Enfileirados, o “enfrentante” do Toré começa a cantar, dançar e puxar fila para realizar, no primeiro momento do ritual, um movimento circular que forma espiral pela fila que caminha em sentido interno.

Depois, o puxador faz movimento de volta, que inicia o terceiro momento da dança. O grupo movimenta-se de maneira circular, formando espiral que segue para fora. No quarto e último momento da dança, o puxador da linha sinaliza o término chacoalhando seu maracá em um ritmo específico e puxando a fila dos torezeiros não mais para fora ou dentro, mas no sentido de encontrar o fim desta e formar um círculo com os participantes.

Durante a dança, são proferidos agradecimentos, como Marinalva fez: “Viva Deus, os índios presentes, os encantos de luz, os índios que estão dançando, os que não estão dançando, nossas visitas, nosso artesanato”. “O que está segurando os Atikum é a dança Toré, que não nos deixa desanimar. Nós fabricamos o maracá e as roupas. Fiquei feliz de receber o convite para dançar no Festival”. É, Marinara, quem ficou feliz foram os visitantes da tenda Saberes Indígenas, todos querendo tirar fotos e saber mais de sua história e de sua gente. Volte sempre!

Autora: Karina Lima/ Sectei

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