Observatório Serra da Bodoquena nasce para auxiliar na construção de políticas públicas de preservação

A Fundação Neotrópica do Brasil, que desde 1993 atua pela conservação da natureza, especialmente dos biomas Pantanal e Cerrado, apresentou nesta semana, durante lançamento do projeto Observatório Serra da Bodoquena, números do desmatamento em Bonito desde 2007, que cresceu progressivamente o longo dos anos, tendo o grande ‘boom’ entre 2013 e 2015. Segundo os gráficos, foram aproximadamente 12 mil hectares desmatados ao longo de 12 anos no município, uma boa parte deles, sem licença ambiental comprovada.

O superintende-executivo da Fundação, Rodolfo Portela, também destacou que algumas dessas áreas desmatadas, como já foi divulgado em outros momentos – até mesmo por órgãos fiscalizadores, se encontram nas Áreas de Preservação Permanente (APPs) as margens de rios e córregos. “Podemos dizer que isso é uma das causas, não há única, dos turvamentos frequentes dos principais rios de Bonito e região”, afirmou.

Ainda segundo Rodolfo, o projeto Nugeo Bonito (Núcleo de Geoprocessamento de Bonito), desenvolvido entre 2015 e 2016, com apoio da Promotoria de Justiça – Comarca de Bonito, fez um mapeamento das áreas criticas e pode auxiliar, por exemplo, a determinar as áreas prioritárias para restauração de mata ciliar, afim de diminuir o turvamento dos rios.

O projeto Observatório Serra da Bodoquena, surge exatamente com o propósito de auxiliar na construção de políticas públicas que possam, não apenas coibir desmatamentos ilegais, mas direcionar os proprietários de áreas rurais na melhor forma de uso do solo sem causar grandes impactos ao meio ambiente. “Nós não somos contra a agricultura, pecuária ou qualquer coisa do tipo, pelo contrário, o setor produtivo gera receita, movimenta economia e estritamente necessário. Nós só queremos que tudo seja feito da melhor maneira para todos, porque se um produtor não toma os cuidados necessários com o manejo do solo, por exemplo, isso repercuti diretamente nos rios e automaticamente prejudica outro setor, também muito forte aqui na região, que é o turismo, além é claro dos impactos ambientais”, destacou Rodolfo durante a apresentação.

O projeto Observatório Serra da Bodoquena conta com apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e a principio terá duração de três anos. A ideia é que a comunidade abrace a causa e faça com que o Observatório ganhe força e possa se manter a partir disso. Após apresentado a comunidade, o próximo passo será abrir o projeto para pesquisadores e cientistas que possam contribuir com materiais informativos sobre a região para basear a elaboração de políticas públicas com sustentação cientifica comprovada.

A reunião de apresentação do projeto Observatório Serra da Bodoquena aconteceu na ultima quarta-feira (3), no Sebrae Bonito (MS) e contou com representantes de instituições ligadas ao meio ambiente e turismo, assim como a sociedade civil simpatizante da causa.

Autora: Kemila Pellin/Portal da Educativa

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