Tudo é questão de educação

Loiva Heidecke Schiavo*

Em Bonito, como acontece em todo o Brasil, ainda é grande a porcentagem de alunos que repetem de ano e nesse universo a maioria acaba abandonando os estudos em busca de trabalho para sobreviver.

Como é possível melhorar a Educação? A solução passa por mais investimentos no treinamento e capacitação de professores ou na modernização das escolas? O currículo escolar deve passar por alterações, para preparar as pessoas aos desafios da globalização? É possível resolver os problemas da evasão e repetência escolares?

Estas são questões que permeiam os debates sobre o ensino público, trazendo à tona à necessidade de uma proposta transformadora da nossa realidade local.

Em minha experiência como secretária de Educação, olhando o contexto a partir de Bonito, não tenho dúvida da necessidade de investimentos na formação, capacitação e melhor remuneração dos professores e servidores administrativos.

Para conter a evasão e a repetência escolar é preciso priorizar a educação, deixando claro que o modelo de ensino precisa ser reformulado. Só a educação digna, de qualidade, poderá transportar as novas gerações para um futuro promissor. Sem essa premissa não há como o País prosperar.

Precisamos de uma Educação que transforme de fato a vida das pessoas e da comunidade. E para chegarmos ao modelo ideal, que assegure a formação crítica do cidadão, a sociedade precisa refletir sobre o papel e a importância do ensino de qualidade ao processo de mudança.

A Educação deve ser o condutor dessa mudança, capaz de alcançar toda a teia social e satisfazer as necessidades de progresso e desenvolvimento, quer seja na saúde, quer seja na habitação e outros setores essenciais agasalhados pelos princípios que tratam dos direitos, deveres e garantias individuais e coletivas.

Como secretária, temos refletido sobre uma educação que vem de dentro para fora e não apenas os conceitos do ensino formal, mas, sobretudo, o que permeia a o aprendizado e a ele é atribuído. Entendemos que tudo que se faz em termos de educação, deverá surtir efeito a médio e longo prazo.

Nesse contexto, colocar a educação como proposta prioritária dos candidatos nessas eleições que se avizinham significa um passo importante na busca de uma gestão de qualidade, não apenas para o ensino público gratuito e de qualidade, mas com alcance em todos os setores da administração pública.

A par dos investimentos em uma “nova” estrutura de ensino, é necessária uma política de inclusão social e econômica que dê condições às famílias de manter seus filhos na escola. Uma política que passe pelo planejamento familiar, geração de empregos e distribuição de renda.

Em uma sociedade em que as pessoas estão à margem da educação, cultura e oportunidades e a gestão do dinheiro virou caso de polícia, não resta dúvida da necessidade de mudanças. E as mudanças só se concretizarão com vontade política e pressão popular, modernização da máquina pública e requalificação dos profissionais encarregados do planejamento e elaboração dos programas de governo, que devem se valer dos conhecimentos técnicos e científicos e, fundamentalmente, dos exemplos práticos demonstrados no dia-a-dia dos cidadãos.

As mudanças devem respeitar as diferenças regionais e conduzidas com respaldo popular para quer seja abolido definitivamente o estado de exclusão que ainda persiste em todos os cantos deste país. Vale lembrar que a participação do cidadão no processo de mudança é fundamental como fiscal do poder público

Afinal, Educação é muito mais do que produzir conhecimento formal, é também ampliar horizontes, transformar atitudes, vivenciar cidadania e desta forma, entendemos que “tudo é uma questão de educação”.

(*) Loiva Heidecke Schiavo é secretária de Educação de Bonito

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