03 Jun 2019

Rodrigo Maia se queixa de falta de agenda de governo

O Brasil não tem uma agenda, um programa claro de como resolver o problema da qualidade da educação, pôr médicos nos hospitais, melhorar a produtividade dos setores público e privado para, enfim, gerar crescimento econômico e diminuir desemprego. O diagnóstico é do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que foi entrevistado pelos repórteres Bruno Góes e Eduardo Bresciani. “A Previdência não é uma agenda”, afirmou Maia, “é uma reforma racional e necessária para equilibrar as contas públicas.” O deputado nega que tenha sido firmado um pacto entre os três Poderes. “A assinatura de um pacto de princípios pode ser importante”, disse. “Acho que o Onyx Lorenzoni avançou na informação sem uma construção política amarrada. Ele entregou um documento, ninguém leu, e ficou parecendo para a sociedade e a imprensa que a gente fechou aquele pacto. Zero verdade nisso.” (Globo)

Aliás… O Nexo reuniu os principais especialistas envolvidos no debate da reforma da Previdência para perguntar: esta reforma, proposta pelo governo Bolsonaro, é justa?

“Jair, serenidade. Você não precisa de radicais.” O presidente ouviu a frase de um dos generais com quem tem interlocução contínua. E eles, os generais, estão preocupados, conforme ouviram os jornalistas Vinicius Sassine e Bernardo Mello Franco. Temem as consequências da movimentação armamentista do governo, assim como se afligem com impactos da política voltada para a Amazônia. Se incomodam com a dubiedade do presidente em relação a Olavo de Carvalho. Principalmente, preocupam-se com uma radicalização do governo e que os tropeços de Bolsonaro recaiam sobre os ombros das Forças Armadas. (Globo)

Em tempo: Segundo pesquisa do Ibope, apenas 37% dos brasileiros são favoráveis à flexibilização da posse de armas. Nas periferias, 70% são contra as mudanças. A rejeição ao porte é maior. Apenas 26% dos brasileiros defendem a medida. 80% das mulheres são contra. 51% dos brasileiros discordam da ideia de que mais gente armada torne a sociedade mais segura. (Globo)

Francisco Razzo, professor de Filosofia: “Conservadores são divididos quanto à natureza do fundamento social e com relação à crença na política. Em relação ao fundamento, há dois tipos. Os primeiros acreditam que Deus garante os fundamentos últimos da justa e boa vida social. O segundo tipo pensa a sociedade a partir dos vínculos de uma tradição que se manifesta na cultura. Com relação à crença política, há conservadores para quem o Estado é a principal entidade capaz de manter a harmonia social. Eu discordo. Por isso faço parte do grupo daqueles mais céticos: os que negam essa finalidade ao Estado e à política. Os conservadores que chegaram ao poder com Bolsonaro acreditam, ou fingem acreditar, na ordem superior transcendente e no Estado. Acham que a força do destino deu a eles o poder soberano de guardiões da vontade do povo. Trata-se de uma crença poderosa, que dispensa as mediações de sociedade civil, cultura, religião e política. Em teoria, para esses conservadores o político no poder cumpre um destino glorioso, representa a grandeza da nação e, mais que isso, a vontade divina. A identidade entre povo, nação e Estado consistiria na única força capaz de garantir que uma sociedade não se degenere. Em geral as elites progressistas, tanto liberais quanto socialistas, cometem os mesmos erros ao tratarem todos os religiosos como ingênuos e ameaças à ordem pública. O problema não é a religião se manifestar na ordem pública, mas sim assumir a estrutura da realidade política. Os devotos políticos são perigosos. A nova era política se tornou uma triste e imprudente cruzada pela preservação de um ideal difuso de ordem social superior transcendente, a cada dia mais distante dos brasileiros. Só faz sentido no Twitter do presidente e de seus seguidores. O maior risco é usarem o poder do Estado para invadir esferas nas quais, por princípio, o Estado jamais deveria se meter. Esse seria o efeito colateral de quem está seduzido pela própria verdade — único caso de verdade que, em vez de libertar, poderá nos arruinar.” (Folha)

VIVER

Neymar foi um dos principais assuntos nas redes sociais no fim de semana. A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, vai investigar o jogador pela divulgação de imagens íntimas da mulher que o acusa de estupro. O jogador afirma que houve uma relação normal e diz ter sido vítima de extorsão. A mulher, por outro lado, diz que ele chegou bêbado ao hotel e a tratou com violência. (Folha)

Copa 2019. A disparidade dos prêmios entre as seleções femininas e as masculinas ainda é grande. Ainda que o Brasil de Marta volte com o trofeu, sua seleção ganhará um quarto do que o Brasil de Neymar levou da Rússia, mesmo ficando longe da final. Por Paris, os cartazes da Copa do Mundo estão espalhados pela cidade que, a partir do dia 7, recebe as principais jogadoras do planeta. Nos hotéis de luxo onde estão os cartolas, a ordem na Fifa é também a de mudar o discurso e anunciar claramente que o futebol feminino é uma prioridade.

Para ler com calma. Neste ano, a importância da ciência para a Alemanha cresceu também no âmbito orçamentário, com a aprovação recente de um pacto que estabelece regras para o financiamento do ensino superior entre 2021 e 2030; cerca de 42 bilhões de euros. Ao formar novos pesquisadores e mão de obra qualificada, as universidades também são vistas no país como fundamentais para impulsionar o país no cenário internacional. E não são poucos os pesquisadores alemães que contribuíram com trabalhos que revolucionaram a ciência. “Em alguns países, já não é assim. Quando vejo a situação no Brasil, onde há ataques contra Filosofia e Sociologia, percebo que vivemos na Alemanha uma situação muito mais confortável”, afirma o presidente da associação de reitores da Alemanha, Peter-André Alt. (BBC News Brasil)

Cerca de 4,4 milhões de brasileiros já fizeram uso de opiáceo uma vez na vida, ou 2,9% da população. Número muito superior aos 0,9% que declaram já ter usado crack na vida. É o que aponta estudo feito pela Fundação Oswaldo Cruz ( Fiocruz ) — que está no centro de um impasse entre o governo, que o engavetou, e a comunidade científica. A pesquisa da Fiocruz foi concluída em 2017 e, desde então, não se tornou pública. O Globo teve acesso à íntegra do documento que, segundo o Ministério da Justiça, órgão que encomendou o trabalho, não pode ser ‘reconhecido’ pelo governo porque não teria cumprido a exigência de comparabilidade com estudos anteriores (de 2001 e 2005), feita no edital de R$ 7 milhões que custeou o estudo. Em resposta, a Fiocruz já apresentou dois suplementos oferecendo comparações, alertando, no entanto, que estavam distantes da chamada “comparação ótima” — algo impossível, já que os estudos adotam amostras distintas. (O Globo)

CULTURA

O faturamento do setor editorial brasileiro diminuiu 25% entre 2006 e 2018. Em parte, o problema se deveu à estratégia de diminuir o valor do preço de capa com o objetivo de ampliar o público consumidor. O preço médio dos livros diminuiu 34% no período.

Mudanças na Ancine. O governo Bolsonaro escolheu o novo secretário do Audiovisual, subordinado ao Ministério da Cidadania. Edilásio Barra, conhecido como Tutuca, assumirá o Centro Técnico Audiovisual (CTAv). Em seu currículo consta uma passagem pela TV como colunista social, apresentador de TV no Amazonas e até pastor.

Na Netflix, destaque para Bandidos na TV, série que documenta a história de Wallace Souza, apresentador de Manaus acusado de matar por audiência. O objetivo seria duplo: além de atrair telespectadores, era também uma forma de eliminar inimigos da organização criminosa que Wallace, já eleito deputado estadual, comandaria.

Sucesso de públicoO Fantasma da Ópera, em cartaz no Teatro Renault, em São Paulo, terá temporada prorrogada até 30 de setembro. Os ingressos para as novas sessões já estão disponíveis. A nova montagem brasileira atingiu a marca de mais de 300 apresentações e 500 mil ingressos vendidos.

E dois perfis no Instagram para conferir. No @mydaywithleo, Joel Strong corta fotos de cabeças de pessoas famosas e fotografa sobre o corpo de outras pessoas. O melhor de tudo são os vídeos em stop-motion. De Fortaleza, @julianarabelo trabalha com lápis grafite e de cor e usa a rede social para publicar suas criações em aquarela.

COTIDIANO DIGITAL

Abre hoje a WWDC 19, convenção anual da Apple voltada para seus desenvolvedores. O CEO Tim Cook sobe ao palco para anunciar novidades a partir das 14h (Brasília). Vai ser transmitido em vídeo. Uma das decisões mais aguardadas é a de aposentar o iTunes. O aplicativo, lançado em janeiro de 2001 para organizar coleções de músicas em mp3, abriu portas para a cobrança de conteúdo digital pela primeira vez, indicando um novo modelo de negócios para a indústria do entretenimento em áudio e vídeo. Mas, com streaming, aos poucos tornou-se obsoleto. Muita gente aguarda também, ansiosa, o lançamento do Mac Pro, um computador parrudo para edição de vídeo e 3D.

Serviços baseados na Google Cloud estiveram fora do ar, principalmente na Costa Leste dos EUA, por boa parte do domingo. O problema afetou usuários de YouTube, Gmail, aparelhos para casas inteligentes da marca Nest, assim como serviços de terceiros, caso do Snapchat. A empresa informou que a queda se deu ao ‘alto congestionamento’ de sua rede, por enquanto ainda sem detalhes.

A Assembleia Legislativa da Califórnia aprovou um projeto de lei que obriga empresas como a Uber a pagar direitos trabalhistas aos motoristas. Ainda é preciso passar pelo Senado estadual — o que provavelmente ocorrerá. Segundo a deputada Lorena Gonzalez, estas companhias exploram pessoas economicamente vulneráveis ao passo que transferem custos e responsabilidades com trabalhadores para o Estado. Não custa lembrar: o Vale do Silício fica na Califórnia.

Enquanto isso… Na Espanha, a Justiça proibiu o youtuber ReSet de usar o a plataforma de vídeos durante os próximos cinco anos. Kanghua R. foi condenado por humilhar um mendigo ao lhe oferecer biscoitos Oreo recheados com pasta de dente e gravar a cena em vídeo. No julgamento, o jovem alegou que o vídeo fazia parte dos “desafios” que ele encarava periodicamente em seu canal, e que foi tudo “uma brincadeira”. A sentença, à qual o El País teve acesso, é inédita: “proíbe Kanghua de ir à cena do crime. Uma cena virtual, o YouTube. Também ordena que apague, durante esse período, seu canal. E o proíbe de criar uma conta nova. A juíza impôs ao jovem, além disso, o pagamento de uma indenização de 20.000 euros (88.000 reais) pelos “danos morais” causados à vítima, um sem-teto de origem romena que dorme no bairro La Marina, na Zona Franca de Barcelona.

O sistema para emissão de vistos para entrada nos Estados Unidos passará obrigar visitantes a informar seus endereços nas redes sociais. O objetivo é mapear quem pode ter feito declarações extremistas. Será permitido dizer que não está nas redes. Mas mentira flagrada leva à negação do visto.

Se você tem um celular de ponta, busque por lobo no Google. Ou tubarãoTigre. Teste os animais — o serviço agora mostra um modelo 3D do bicho e, nos smartphones mais novos, é possível usar a câmera para colocar o animal em sua sala. Ou jardim, ou onde for, para compreender em escala seu tamanho.

Fonte: @Meio

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