04 de Novembro de 2020

VIVER

O Conselho Nacional de Justiça vai investigar a conduta do juiz Rudson Marcos e do promotor Thiago Carriço de Oliveira, que já é investigado pelo Conselho do Ministério Público catarinense. Eles atuaram no caso em que o empresário André Camargo Aranha foi absolvido da acusação de estupro de vulnerável contra a youtuber Mariana Ferrer.

O caso voltou a dominar as redes na terça-feira, quando reportagem do Intercept Brasil mostrou gravações do depoimento de Mariana no julgamento. Ao ter fotos íntimas expostas pelos advogados de Aranha, Mariana cobrou do juiz ser tratada com respeito: “nem os acusados são tratados do jeito que estou sendo tratada”. No pedido de abertura de investigação no CNJ, o conselheiro Henrique Ávila afirma que as “chocantes imagens do vídeo mostram o que equivale a uma sessão de tortura psicológica no curso de uma solenidade processual”, opinião compartilhada publicamente pelo ministro do STF Gilmar Mendes.

O advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho se defendeu, dizendo que “exerceu seu papel” e que suas falas foram “tiradas de contexto”. Por unanimidade, o Senado aprovou uma nota de repúdio ao advogado e ao promotor, enquanto nas redes celebridades manifestavam sua revolta. (Globo)

Segundo Monica Bergamo, a OAB catarinense, que tem fama de rígida, vai julgar uma representação contra Rosa Filho. Ele é acusado de extrapolar a prerrogativa de imunidade profissional, segundo a qual o que um advogado diz para defender seu cliente não constitui injúria ou difamação punível. (Folha)

A investigação policial e o primeiro parecer do MP de Santa Catarina apontaram o crime, a partir de indícios de que Mariana não estaria sóbria quando o ato aconteceu. Quando o caso passou para o promotor Oliveira, ele entendeu que o acusado não tinha conhecimento do estado consciência de Mariana, o que afastaria o dolo, a intenção de cometer o crime. Como a lei não reconhece a figura do “estupro culposo”, detalhe apontado pelo próprio promotor, Aranha foi absolvido por falta de provas.

Então… É o momento de tirar um tempo e ouvir Praia dos Ossos, o podcast da Rádio Novelo que narra o assassinato de Ângela Diniz por Doca Street e seus dois julgamentos. O Brasil de 1976 tem suas semelhanças com o de 2020.

Mesmo com a produção no Brasil da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, não haverá vacinação em massa no país, segundo Nísia Trindade, presidente da Fundação Oswaldo Cruz. Segundo ela, será necessário estabelecer critérios de prioridade para quem será imunizado. Responsável pela produção da vacina de Oxford no país, a Fiocruz estima que o imunizante tenha uma eficácia maior que os 50% exigidos pela Anvisa. (Estadão)

CULTURA

Por unanimidade, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal manteve a autorização para que a Netflix exiba o “Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo”. O vídeo satírico insinua que Jesus teve uma experiência homossexual durante seu período de meditação no deserto. Em janeiro, o Tribunal de Justiça do Rio havia proibido o especial, atendendo ao pedido de uma associação católica, mas a decisão foi derrubada um dia depois por liminar do então presidente do Supremo, Dias Toffoli.

COTIDIANO DIGITAL

O streaming no Brasil vai ficar mais concorrido. O Globoplay e o Disney+ poderão ser assinados juntos. As empresas anunciaram um pacote que custará a partir de R$ 37,90 por mês e começará a ser vendido no dia 17 de novembro, quando o streaming da Disney chega por aqui.

Aliás… O Disney+ vai custar R$ 27,90 por mês. Mas com a assinatura anual, tem desconto e paga o equivalente a apenas dez meses.

E a Sony seguiu a Microsoft e diminui os preços em R$ 300 para o PlayStation 5 no Brasil. O motivo foi a redução do IPI sobre os videogames.

O Uber e o Lyft ganharam na Califórnia e não vão precisar transformar os seus motoristas em funcionários. Junto à eleição presidencial, os californianos votaram em plebiscito a Proposição 22 que cria uma brecha na lei do estado. Os motoristas vão receber novos benefícios, como salário mínimo por hora. Mas não terão direito a todas as proteções que vêm com o emprego formal, como determinado pela lei AB5.

PARA ONDE VAMOS

Cada vez mais a mobilidade tem ido de uma experiência individual para uma compartilhada. E no centro dessa transição está a geração Z (1995-2010). Nascidos já inseridos na tecnologia, essa geração foi a primeira a adotar o compartilhamento de carona e a micromobilidade e vem com mais consciência social e ambiental, segundo um estudo da consultoria Allison+Partners. Quase 56% desses jovens veem o carro apenas como um meio de transporte e não como algo parte de sua identidade. Para especialistas, é essa a geração que vai ditar as inovações na mobilidade e até abrir novas frentes no planejamento urbano.

Depois da Waymo do Google, mais startups se preparam para lançar os seus serviços de táxis sem motoristas pro público. A Cruise, da General Motors, já pediu aprovação regulatória para implantar um número limitado de seus veículos autônomos em São Francisco. Outros têm planos mais distantes: a Ford disse que seu serviço estará disponível em 2022. A startup do Google demorou dois anos até lançar, em agosto, o seu serviço pro público na cidade de Phoenix, nos EUA.

Aliás… A Waymo divulgou os resultados do seus testes. E são, em sua maioria, positivos, segundo a empresa. Ao longo de 21 meses, os veículos se envolveram em 47 colisões e quase acidentes, sendo que nenhum resultou em ferimentos e “quase todas” as colisões foram culpa do outro motorista.

O hidrogênio verde, desenvolvido a partir de fontes renováveis, foi escolhido pela União Europeia como meio para alcançar neutralidade na emissão de carbono até 2050. E os veículos a hidrogênio já tem avançado na região. Em junho, a Alemanha anunciou sua estratégia nacional, com um pacote de 9 bilhões de euros para desenvolver a sua produção, armazenamento e transporte. Glasgow, a cidade que vai sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em novembro de 2021, vai ganhar a maior frota de caminhões de lixo a hidrogênio, segundo o governo. A ideia é se tornar a primeira cidade com zero emissão de carbono do Reino Unido até 2030. Enquanto a Itália vai investir em trens movidos por hidrogênio.

Fonte: Meio

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