12 de Novembro de 2020

 

Cidades inteligentes já são uma realidade. Inclusive no Brasil. O grupo inglês Planet Smart City já construiu perto de Fortaleza um núcleo habitacional que chama de “a primeira cidade inteligente inclusiva do mundo”. Reúne tecnologia e infraestrutura com preços mais acessíveis. A estrutura inclui serviços como bicicletas compartilhadas, hub de inovação com wi-fi gratuito e aplicativo gratuito do bairro. A empresa tem outros projetos pelo Nordeste e em São Paulo e a ideia é construir mais 10 smart cities por aqui em 2021. (Globo)

Mas… A pandemia tem atrapalhado projetos desse tipo pelo mundo. Nos EUA, devem cair 7% em 2021 e só se recuperarem no ano seguinte. Segundo uma pesquisa recente, 80% dos líderes do setor estariam mais propensos a investir nesses empreendimentos se usassem infraestrutura com tecnologia já existente.

COTIDIANO DIGITAL

Os EUA e a UE não são os únicos atrás das empresas de tecnologia. A China propôs uma série de novas regras antitruste focadas nas big techs chinesas, como Alibaba e Tencent. A ideia é proibir, por exemplo, práticas como exigir que os fornecedores negociem apenas em uma plataforma exclusiva ou fornecer preços diferenciados aos clientes com base em seu histórico de compras e perfil. O projeto vem uma semana depois do governo chinês suspender o IPO do Ant Group, fintech do Alibaba, após críticas do CEO Jack Ma sobre as regulamentações no país.

Por falar no Alibaba… Ontem foi o Dia dos Solteiros e chegou a US$ 74 bilhões em vendas — ultrapassando o recorde de 2019 de US$ 38,4 bilhões. Esse é o maior evento de vendas on-line em um único dia do mundo. (Globo)

E a lista da Scientific American e do Fórum Econômico Mundial das 10 tecnologias de 2020 pra ficar de olho. As inovações sustentáveis são destaque, como o cimento com baixo teor de carbono, o hidrogênio verde e a aviação elétrica.

CULTURA

Em mais uma decisão polêmica, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, publicou uma portaria determinando que a lista de personalidades negras no site da entidade fará somente homenagens póstumas. Com isso, nomes como Gilberto Gil, Elza Soares e a escritora Conceição Evaristo devem ser excluídos.

Alegria para os fãs da série cômica Emily em Paris. A Netflix anunciou uma segunda temporada da atração estrelada por Lily Collins – para desespero dos franceses, que reclamam da coleção de clichês no roteiro. As gravações, porém, só começam em 2021.

Terminou já na madrugada de hoje a entrega do Prêmio Multishow, que este ano teve apresentações em diferentes pontos do país. Ivete Sangalo e Gustavo Lima ganharam como melhores cantora e cantor, enquanto Marília Mendonça conquistou um prêmio novo, típico da pandemia: melhor live. Confira os principais vencedores.

       VIVER

A Moderna anunciou hoje que concluiu a fase 3 de testes de sua vacina contra a Covid-19. Baseada em Cambridge, na Inglaterra, a empresa informou que deverá até o fim do mês ter os resultados sobre a eficácia do imunizante, que será aplicado em duas doses. Uma das vantagens é que a vacina da Moderna pode ser armazenada em temperaturas de até -4º C, enquanto outras precisam de refrigeração mais potente. (ABC)

A Anvisa revogou a suspensão de testes no Brasil da Coronavac, desenvolvida em parceria entre o laboratório chinês SinoVac e o Instituto Butantan. A pesquisa havia sido interrompida após a morte de um voluntário — havia sido suicídio. A agência alegou que não recebera informações completas e que tomou uma decisão técnica.

Bernardo Mello Franco: “O recuo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária mostra que Jair Bolsonaro deu um tiro no pé ao comemorar a suspensão dos testes com a Coronavac. O vaivém escancarou o aparelhamento da agência, transformada em arma política na guerra com o governo de São Paulo. O presidente sai do episódio com saldo negativo. Tentou detonar a vacina, só conseguiu detonar a credibilidade da Anvisa.” (Globo)

Com a volta dos dados de Rio e São Paulo, o número diário de mortos por Covid-19 no Brasil saltou de 204 para 564, pois os dois estados estavam com seus dados represados desde a semana passada. Minas Gerais continua sem números atualizados. No total, o país tem 163.406 óbitos e 5.749.007 casos da doença. (Globo)

A situação nos EUA, que têm o maior número de casos e mortos no mundo, se agrava a cada dia. Com os hospitais abarrotados, o estado de Dakota do Norte autorizou profissionais de saúde infectados a continuarem trabalhando. No Texas, que sozinho já tem mais de um milhão de casos, a cidade de El Paso está usando caminhões frigoríficos como necrotérios móveis. E ainda há o temor de que as viagens no Dia de Ação de Graças (26 de novembro), especialmente de estudantes visitando as famílias, espalhem ainda mais o vírus. (CNN)

E no meio da tragédia, um momento de ternura. Impedido de visitar a mulher, internada com Covid-19 em um hospital na Itália, o marido, de 81 anos, faz para ela uma serenata no acordeon. (CNN)

ECONOMIA

A taxa de pobreza voltou aumentar no país. Depois de alcançar mínimas históricas, avançou de 18,4% da população para 19,4%, em setembro, segundo o Ibre/FGV. O motivo foi a redução pela metade do auxílio emergencial para R$ 300. Para o pesquisador Daniel Duque, esse impacto ficará mais evidente nos meses de outubro e novembro, o que deverá ser agravado ainda pela inflação mais alta. (Valor)

Então… O Renda Brasil não deve sair do papel até o fim do auxílio. O governo avalia outras alternativas, como fazer uma expansão limitada do Bolsa Família em 2021 e oferecer até R$ 25 bilhões em microcrédito aos informais. (Estadão)

Diminuiu a diferença na inflação entre famílias ricas e pobres. Puxada pelo aumento nos preços de passagens aéreas e combustíveis, a inflação das famílias com renda domiciliar acima de R$ 1.650,50 passou de 0,29% para 0,82% entre setembro e outubro. No mesmo período, na faixa com menor renda, o indicador ficou 0,98%. Porém, devido a maior pressão da alta dos alimentos, no acumulado do ano, a inflação ainda pesa mais para os mais pobres (3,53%) — mais que o triplo do verificado para os mais ricos (1,04%). (Folha)

O Brasil não está sozinho. A inflação tem se tornado um problema na América Latina e tem acendido um alerta sobre os rumos da política monetária na região. Mesmo assim, o Goldman Sachs avalia que, com o desemprego alto, a inflação deve se manter baixa e que os bancos centrais ainda têm espaço pra manter as taxas de juros nas mínimas históricas pelo menos até o segundo semestre de 2021. (Valor)

Não é só no Brasil que as metas fiscais correm o risco de serem descumpridas. A UE levantou a possibilidade de manter a flexibilização das regras pra até 2022 como forma de evitar dupla recessão. “A cláusula de escape geral permanecerá em vigor [durante] todo o ano de 2021”, disse o comissário de Economia da UE, Paolo Gentiloni. “Mas isso não significa que a partir de 1º de janeiro de 2022 ela será suspensa”. (Valor)

Então… A dívida pública tem aumentado pelo mundo. Mas, segundo análise publicada no Fórum Econômico Mundial, não está iminente uma crise — ela deve se estabilizar por volta de 2023. Levando em conta, no entanto, que uma vacina esteja disponível em grande escala em 2021.

Pois é… Mesmo com acesso limitado, uma vacina disponível significaria reduzir a perda econômica mundial dos atuais US$ 3,4 trilhões pra US$ 1,2 trilhão, segundo a RAND Europe. Mas, pra analistas, a recuperação completa só em 2022. (Valor)

O Ibovespa se descolou do mercado externo e fechou em -0,24%, aos 104.809 pontos. Pesou o risco fiscal e o cenário político. Nos EUA, os índices fecharam sem uma direção clara, o S&P 500 ficou em +0,77% o Dow Jones em -0,08%. Perdeu força o otimismo pela vitória de Biden e a vacina. Assim, o dólar subiu pra R$ 5,41.

As incertezas sobre uma vacina pesou nos mercados. Na Ásia, com exceção do Nikkei japonês, que ficou em +0,68%, o Shanghai chinês fechou em -0,11%, o Hang Seng de Hong Kong em -0,22% e o Kospi coreano em -0,41%. Na Europa, pesou também a segunda onda. Pela manhã, o DAX alemão estava em -0,56%, o FTSE 100 inglês em -0,62% e o CAC 40 francês em -0,67%.

Fonte: Meio

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