17 de Agosto de 2020

ECONOMIA

O auxílio emergencial reduziu a pobreza e fez a desigualdade brasileira chegar a seu menor nível histórico. Segundo Rogério Barbosa do Centro de Estudos da Metrópole da USP e Ian Prates do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, sem o benefício de R$ 600, a taxa de pobreza teria ido a 29,8% da população. Isso equivale a 63,1 milhões de brasileiros e teria feito o Brasil retroceder ao mesmo nível de concentração de renda de 50 anos atrás. (Folha)

Mas o custo de R$ 50 bilhões mensais do auxílio (7% do PIB) impede que o programa seja permanente. Segundo especialistas, o desequilíbrio fiscal prejudica justamente os mais pobres a longo prazo: mina a confiança e reduz o investimento privado, além de contribuir para alta de juros, redução do crescimento e aumento do desemprego. (Globo)

O Brasil abriu o bolso durante a pandemia e teve o 24º maior pacote de estímulo no mundo. Todas as propostas juntas correspondem a 11,8% do PIB, acima de outros emergentes e países desenvolvidos, como China, Itália e França. Porém, para especialistas, falhas na estratégia reduziram a eficiência e implicaram em mais gastos. (Folha)

Então… A pressão por derrubar o teto de gastos já aumentou os gastos do próprio governo para financiar a dívida pública interna. O Tesouro tem feito operações de prazo mais curto porque os juros cobrados na compra de papéis de prazo mais longo subiram quase quatro vezes à medida em que aumentaram as desconfianças sobre o rumo da política fiscal, segundo a corretora Renascença. (Globo)

Sob pressão contra o desmatamento, o governo estuda criar um imposto verde na segunda fase de sua proposta de reforma tributária. Esse tributo taxaria atividades poluentes e destinaria parte da arrecadação para fundos que tentam frear o aquecimento global. Ele faria parte do imposto seletivo, que englobaria também cigarros e bebidas alcoólicas, e substituiria o atual Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). (G1)

Aliás… O Brasil pode crescer 38% a mais até 2030 com a economia verde. É o que aponta estudo da WRI Brasil em parceria com a UFRJ e com economistas da PUC e executivos do Banco Mundial. Isso representaria um acréscimo de R$ 2,8 trilhões ao PIB na comparação com 2019, o equivalente a uma economia da Argentina. A ideia seria investir, por exemplo, em mais biocombustíveis e em veículos elétricos, e tornar mais eficiente o uso do solo para agricultura. Todas as ações juntas ainda poderiam promover uma redução de 42% nas emissões de gases de efeito estufa do Brasil até 2025, em relação a 2005. (Estadão)

CULTURA

Sem poder se apresentar ao vivo, a Orquestra Sinfônica Brasileira passou a explorar o ambiente digital, com vídeos e aulas on-line de seus músicos. E lança uma minitemporada virtual para celebrar as suas oito décadas de existência. Veja fotos históricas da Orquestra. (O Globo)

Mas os 80 anos não passarão em branco e serão celebrados nesta segunda-feira. A adaptação, em formato de concertos on-line, estreia hoje com a Série OSB 80 anos. Até sábado, no YouTube e no Facebook da orquestra, serão seis vídeos, um por dia, com gravações editadas dos músicos tocando de suas casas.

Já os estúdios de Hollywood estão voltando a funcionar após a paralisação pela pandemia. A Califórnia, no entanto, é o estado americano com maior número de casos do novo coronavírus. De acordo com a organização FilmLA, as autorizações para gravar em Los Angeles caíram para um terço do habitual. (Folha)

Luis Fernando Verissimo: “No Japão, onde são adoradas, as cerejeiras têm significados místicos e inspiram lendas e histórias sobre suas origens. Segundo uma dessas lendas, um ser celestial feminino chamado Konohana Sakoya, desceu à Terra perto do Monte Fuji e transformou-se na primeira cerejeira, com poderes que incluíam os de revigoramento sexual dos seus adoradores. Faz parte dos hábitos japoneses o que chamam de “hanami” (que quer dizer “contemplação”) e consiste apenas em ir para a rua admirar as cerejeiras na época da floração. E…Não consigo. Eu estava disposto a escrever sobre qualquer outro assunto menos os mais de 100 mil mortos na tétrica aliança entre a pandemia e o descaso oficial do governo brasileiro com a pandemia, até sobre uma cerejeira florescendo no nosso quintal, mas não consegui. Tentei, mas não consegui. A cerejeira do nosso quintal estava sofrendo uma transformação diante dos meus olhos, enquanto eu escrevia. Transformava-se num monstro de culpa não expiada por mais de 100 mil mortos. Não, mais terrível ainda: um monstro sem culpa. Um monstro ocupado em ser só ele, porque nada, nem um único morto, era como ele. Nós não temos a desculpa da cerejeira, a desculpa monstruosa de não poder fazer nada”. (Estadão)

COTIDIANO DIGITAL

O governo americano estendeu para 90 dias o prazo para o TikTok ser vendido ou sair dos EUA. A sua operadora ByteDance agora tem até o dia 12 de novembro. Em novo decreto emitido na sexta (14), Donald Trump exige que, caso não seja vendida, a empresa destrua todos os dados dos usuários americanos no TikTok e do aplicativo precursor, o Musical.ly., que a empresa comprou em 2017.

Trump ainda pode mirar mais empresas chinesas. Caso do Alibaba, conhecido como a Amazon da China.

Mais empresas estão se juntando contra a Apple. Depois do Fortnite ser banido da App Store, a responsável pelo jogo, a Epic Games ganhou apoio do Spotify, Facebook e Tinder. As empresas têm reclamado publicamente da comissão da Apple de 30% em todas as transações feitas pelos aplicativos.

Por falar no Facebook, uma novidade: o Messenger começou a se integrar ao Instagram. Na nova atualização, os usuários podem conversar pelo app de fotos com amigos do Facebook.

O interesse por videogames saltou durante a pandemia. Segundo a consultoria Comscore, o crescimento no Brasil foi de praticamente dois anos em três meses: em junho, 84,1 milhões, dos 122,7 milhões de brasileiros conectados, consumiram jogos online.

VIVER

O país registrou 582 mortes pela Covid-19 confirmadas nas últimas 24 horas, chegando ao total de 107.879 óbitos. Com isso, a média móvel de novas mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 963 óbitos, uma variação de -3% em relação aos dados registrados em 14 dias. Em casos confirmados, já são 3.339.999 brasileiros com o novo coronavírus desde o começo da pandemia, 22.167 desses confirmados no último dia. (G1)

Em São Paulo, bares e restaurantes da Zona Oeste ficaram lotados na noite de sábado, segundo final de semana após a prefeitura liberar o funcionamento noturno. No Rio de Janeiro, imagens mostraram aglomeração. (G1)

Drauzio Varella, médico: “Em que os números da epidemia de agosto nos tranquilizam, comparados com aqueles que nos assustavam tanto, em junho? O aguardado pico da curva, que seria seguido de queda abrupta do número de infectados, infelizmente não aconteceu. Ao pico, seguiu-se um platô que se estabilizou ao redor de inaceitáveis mil mortes diárias, número macabro que um dia cai, mas no outro sobe. Dois longos meses nesse patamar terrível, sem dar sinais de trégua. Não conseguimos convencer parte significativa da população de que o vírus é transmitido quando uma pessoa se aproxima da outra, dado científico comprovado desde os primórdios da epidemia. Conquista civilizatória da cultura ocidental, a ciência nunca foi combatida com tanta ferocidade pelo senso comum e pelo pensamento místico, cegos a qualquer evidência que se contraponha a eles.” (Folha)

Sobre tratamentos promissores, Eli Lilly e Regeneron estão buscando dois acompanhados de perto: anticorpos desenvolvidos em laboratório que podem lutar contra o vírus em pacientes que já estão doentes ou prevenir infecções naqueles que foram expostos ao vírus. (New York Times)

Sobre testes, pesquisadores de Yale decidiram trabalhar a saliva, o que eles chamaram de SalivaDirect. E a técnica foi aprovada em caráter emergencial pela FDA nos EUA. Essa testagem é mais prática —mesmo que a análise do material precise ser feita em laboratório, a coleta pode ser realizada em casa, sem um profissional de saúde —, além de custar menos. Até agora dois estudos sobre a técnica foram publicados em pre-print, ou seja, sem a revisão de outros pesquisadores de fora do estudo. (Uol)

Fonte: Meio

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *