18 Abr 2019

Nova derrota na previdência revela inimigos do governo

Atrasou de novo. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça não conseguiu aprovar o parecer da reforma da Previdência — ficou para a semana que vem. A manobra é do Centrão, que pede para mudar ainda na CCJ o texto para extirpar alguns itens. Um é o de tirar o máximo possível das regras da Constituição, permitindo que sejam modificadas no futuro sem a necessidade de um processo tão tortuoso. O grupo quer tirar da PEC este ponto. (G1)

Thomas Traumann: “Dê uma olhada nos pontos que PP, PR e PRB querem retirar: Fim do pagamento da multa de 40% do FGTS na rescisão de aposentados que continuem trabalhando; Concentração de ações judiciais sobre a Previdência em Brasília; Exclusividade do Poder Executivo de propor alterações na reforma da Previdência; Sem entrar no mérito, são mudanças que não alteram o valor potencial de economia da reforma. É sofisticado. O Centrão está derrotando o Planalto mas preservando Paulo Guedes e a Reforma de R$ 1,1 tri.”

Aliás… Segundo o Radar, o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo, vem costurando com o PT acordos para preservar privilégios de corporações. (Veja)

Então… O governo pôs na conta de Vitor Hugo este atraso. Diz o Painel que a equipe econômica avalizou as mudanças pedidas pois percebeu que ia perder. Foram obrigados a ceder. (Folha)

O novo atraso faz parte de um pacote de lições que os governistas vêm aprendendo. Jogando para as redes sociais, deputados do PSL vinham ocupando o máximo de tempo na CCJ em discursos e debates. Só que esta é a tática típica da oposição — que precisa, mesmo, causar desgaste e adiar ao máximo votações, quando está em minoria. O que funciona para as redes não funciona no mundo real. Só esta semana a base do governo mudou suas práticas. (Folha)

O ministro Luiz Edson Fachin tem nas mãos sete ações que chegaram ao STF questionando a censura imposta pelo também ministro Alexandre de Moraes à revista Crusoé e ao Antagonista. A reportagem que Moraes proibiu informa que o presidente da Corte, José Antonio Dias Toffoli, foi mencionado num email que sugere que havia alguma negociação em curso, por Marcelo Odebrecht. Fachin pode atender ou não os pedidos — ou levar a decisão ao plenário, para que seja avaliada pelo colegiado. (G1)

Moraes mudou de ideia recentemente. “O direito fundamental à liberdade de expressão”, afirmou já ministro, “não se direciona somente a proteger as opiniões supostamente verdadeiras, mas também aquelas que são duvidosas, exageradas, condenáveis, satíricas, bem como as não compartilhadas pelas maiorias. Mesmo as declarações errôneas estão sob a guarda dessa garantia constitucional.” (Globo)

Na defensiva, Toffoli escolheu como cenário a Congregação Israelita Paulista para, kipá à cabeça, defender a operação de caça aos críticos da Corte e de censura à revista. “Liberdade de expressão não é absoluta”, afirmou do púlpito. “Não deve servir à alimentação do ódio, da intolerância, da desinformação.” (Estadão)

A Petrobras definiu que o litro do óleo diesel aumentará em R$ 0,10, passando a R$ 2,2470 nas distribuidoras a partir de hoje. É R$ 0,0192 menos do que o anunciado semana passada. (G1)

Bolsonaro entrou na lista dos 100 mais influentes do mundo da Time, ao lado de Donald Trump, Juan Guaidó e Netanyahu. A revista o classificou como um ‘personagem complexo’, ‘homofóbico ultraconservador’, que promete ‘guerra cultural’. O texto é assinado por Ian Bremmer, presidente da Eurasia Group. Veja a lista completa.

O novo levantamento do Monitor da Violência enxergou uma queda relevante, de 25%, no número de assassinatos nos dois primeiros meses de 2019. Foram 6.856 mortes violentas contra 9.094 no mesmo período do ano passado. A maior queda foi no Ceará — 58%. Apenas Amazonas e Rondônia registraram alta. Os números contabilizados pela USP e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública não incluíram o Paraná, que não forneceu seus dados. Também não incluem as mortes causadas por policiais. (G1)

Quando a polícia bateu a sua porta com um mandado de prisão, ontem cedo, o ex-presidente peruano Alan García pediu um tempo para se consultar com seu advogado. Trancou-se então no quarto e disparou um tiro contra a própria cabeça. Arrombada a porta, os oficiais ainda o encontraram com vida. Em menos de meia hora ele já estava na sala de operações. Mas não resistiu. Tendo ocupado o palácio presidencial duas vezes — entre 1985 e 90, depois entre 2006 e 11 —, García é acusado em delação premiada de ter recebido suborno pela construção de um trem para Lima, obra da Odebrecht. A ordem de prisão era por um prazo de dez dias. (El País)

García, conta Lauro Jardim, foi dentre os presidentes peruanos o mais próximo da Odebrecht. Se referia ao fundador da empresa como Don Norberto. (Globo)

Míriam Leitão: “Alan García, quando assumiu em 1985, era parte de um movimento de renovação do continente que passara por ditaduras. O populismo econômico fez com que terminasse seu mandato com o país em hiperinflação. A América Latina daqueles anos 1980 viu a inflação destruir os sonhos de inclusão social como agora vê a corrupção sepultando projetos políticos. O suicídio de García é emblemático de uma época. Na Argentina, Mauricio Macri, que chegou à Casa Rosada defendendo o projeto liberal para se contrapor aos Kirchner, decidiu repetir ontem um velho erro: o congelamento de preços para lidar com a inflação resistente que herdou e não conseguiu domar. O populismo ocorre em qualquer lado do espectro político, e é um dos erros recorrentes da região. Macri mostra que, seja de direita ou de esquerda, há um momento em que o governante latino-americano acha que é possível resolver tudo com uma canetada, um congelamento, ou um telefonema para o presidente da estatal. Há vários males na América Latina. O mais persistente deles é acreditar em salvadores da Pátria e poções mágicas contra os problemas que precisam ser superados com persistência e boas políticas. Não há mágica contra a pobreza ou a corrupção, contra a inflação ou a recessão. Os que chegam dizendo que mudarão tudo isso que está aí — seja à esquerda, seja à direita — acabam ficando muito parecidos uns com os outros e repetindo os mesmos erros.” (Globo)

Para ler com calma: A repórter Malu Gaspar esteve em Lima faz dois anos para conhecer o envolvimento da empreiteira no país. “Autoridades e imprensa estavam de olho nas empreiteiras brasileiras desde que, em 2015, soube-se que o ex-ministro José Dirceu viajara algumas vezes com a intenção de obter contratos junto ao então presidente, Alan García”, ela escreveu. Foi naquele ano que o Congresso do país abriu sua Comisión Lava Jato — que, em espanhol, se pronuncia lavarrato. (Piauí)

A íntegra do relatório Mueller, que investigou a interferência russa na eleição de Trump, vai ser divulgado hoje pela manhã, nos EUA.

CULTURA

Em São Paulo, Machado de Assis inspira Rivane Neuenschwander na individual O Alienista, na Fortes D’Aloia & Gabriel. Já o grupo Legítima Defesa informa Bertolt Brecht sob a perspectiva afro-brasileira com a peça O Julgamento de Luculus; estreia hoje no Sesc Pompeia. Amanhã e sábado, Roberto Minczuk rege a Sinfonia nº 2 – Ressurreição, de Mahler, em concertos da OSM no Theatro Municipal. A Bilbioteca Mário de Andrade inaugura hoje o seu “sarauzódromo” com a homenagem de Conceição Evaristo e Roberta Estrela D’Alva à escritora Ruth Guimarães, autora de Água Funda.

No Rio de Janeiro, estreando como coreógrafo, o primeiro-bailarino do Royal Ballet de Londres, Thiago Soares, leva ao Theatro Municipal o espetáculo Be-Marche. Ao lado dos jovens músicos da banda Tono, Jorge Mautner lança o disco Não Há Abismo em que o Brasil Caiba no Thetro Net Rio na terça.

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Filme sobre ‘cura gay’ estreia nos cinemas brasileiros. O Mau Exemplo, de Cameron Post, vai na contramão do celebrado Boy Erased, que foi direto para DVD. Veja o trailer. Estrelado por Sean Pen e Mel Gibson, O Gênio e o Louco (trailer) conta a história real de dois homens ambiciosos que tentam concluir um dos maiores projetos do mundo: a criação do Dicionário Oxford. O chinês Amor até às Cinzas (trailer) é um dos filmes mais esperados do circuito. Dirigido por Jia Zhangke, longa conta a história de uma jovem dançarina que acaba na prisão após defender o namorado numa briga entre gangues rivais.

O envio de novos projetos para financiamento pela Lei Rouanet segue suspenso. Normalmente, o sistema é fechado todos os anos a partir de 1º de dezembro e reaberto no dia 31 de janeiro. Na prática, quem quiser entrar com um projeto agora não vai conseguir até que o presidente Jair Bolsonaro decida as novas regras da lei de incentivo.

No Twitter, Madonna e Beyoncé dividiram a lista mundial de principais assuntos durante a quarta. Além do documentário lançado ontem na Netflix, Beyoncé liberou um álbum nas plataformas de streaming com as músicas apresentadas no Coachella, em 2018 (Spotify). Já Madonna divulgou o single Medellín, uma parceria com o colombiano Maluma (YouTube).

E… Enquanto muitos os ignoram, o grupo de K-pop BTS segue batendo recordes. Com cerca de 153 milhões de acessos, o vídeo mais visualizado do YouTube, nas primeiras 24 horas de seu lançamento, pertence aos sul-coreanos: é o clipe do single Boy with luv.

VIVER

A os 28 anos, a astrônoma e física brasileira Lia Medeiros participou da construção da primeira fotografia de um buraco negro. “É importante que garotas e jovens mulheres saibam que essa é uma opção para elas”, conta, sobre a presença feminina nas ciências exatas.

Agora é lei também em São Paulo: canudos plásticos estão proibidos. Aprovado na Câmara, o projeto segue para sanção do prefeito Bruno Covas. (Folha)

Com pouco espaço, mas com muita criatividade e, sobretudo, uma mobília adaptável cuidadosamente trabalhada, é possível morar bem e com elegância. Os co-fundadores da Studiomama, Nina Tolstrup e Jack Mama, enxergam nos espaços pequenos uma oportunidade desafiadora de design. Ao construir cuidadosamente unidades móveis adaptáveis, a dupla montou com sucesso uma série de espaços de ‘vida flexíveis’. Veja fotos da que vem sendo chamada, com certo exagero, de ‘a menor casa de Londres’.

COTIDIANO DIGITAL

O rápido avanço dos smartphones chineses, que chegam em alguns casos ao mesmo nível dos melhores Apples e Samsungs porém mais baratos, está começando a mexer com o mercado brasileiro. A Huawei voltará oficialmente ao mercado daqui em maio, lançando o P30 Pro – é uma das melhores câmeras que há. Com presença tímida, a Xiaomi também já vende alguns modelos. A fama dos aparelhos chegou mais cedo. Segundo análise do Zoom, um site de comparação de preços, a busca pelos aparelhos cresceu 253% no primeiro trimestre deste ano quando comparado com o mesmo período de 2018.

A Sony baixou regras novas para editoras que publicam games para a plataforma PS4. Quer limitar conteúdo sexual. A praxe na indústria é de que pode haver até sexo explícito em games, desde que devidamente observado na caixa. Mas a fabricante quer segurar até nudez. Console mais vendido do mundo, o mercado de games para PlayStation é também grande — US$ 11 bilhões foram vendidos em jogos no ano passado. Já há desenvolvedores se queixando. (Wall Street Journal)

Fonte: @Meio

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