18 Jul 2019

Investigação de Zero Um para e STF está dividido sobre Coaf

Um levantamento de votos passados no Supremo mostra uma Corte dividida a respeito da relação entre Coaf e Ministério Público. Na terça, o presidente José Antonio Dias Toffoli decidiu, monocraticamente, que o órgão só pode passar informação a procuradores com autorização judicial. Até então, informava sempre que detectava indícios de lavagem de dinheiro. Em 2017, os ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux rejeitaram a ideia de exigir do Coaf autorização. Mas, antes, Marco Aurélio, Gilmar Mendes e Celso de Mello já haviam se posicionado de forma crítica. Ao todo, há onze ministros no STF. (Globo)

No caso de Flávio Bolsonaro, o filho Zero Um, houve seis informes do Coaf antes de um juiz autorizar quebras de sigilos bancário e fiscal. Foi por conta destes informes que a investigação começou. E a decisão de Toffoli paralisou por completo esta mesma investigação a respeito da movimentação fora de padrões de Flávio e seu assessor, Fabrício Queiroz. (Folha)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, vai permitir o saque total das contas ativas do FGTS e parcial, até 35%, das contas inativas para quem tem até R$ 5 mil e, até 30%, para quem tem até R$ 10 mil. No caso dos saldos maiores, o percentual diminui mas nunca a menos de 10%. O limite existe para manter intocado o dinheiro que o governo usa para financiar a construção civil, outro aquecedor da economia. Pelas contas do ministério, até R$ 30 bilhões devem entrar em circulação com a medida. O mercado, que vinha trabalhando com um crescimento de 0,81% do PIB neste ano, já projeta que pode chegar a 1%. (Estadão)

Antes mesmo de o Senado avaliar a indicação de Eduardo Bolsonaro à Embaixada em Washington, o STF pode derrubá-la. A súmula que permite à autoridade nomeação de parentes só vale para cargos de natureza política. E, de acordo com Mônica Bergamo, ministros que normalmente se veem em campos opostos querem analisar o caso com rigo — de Edson Fachin a Gilmar Mendes, passando por Celso de Mello, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello. (Folha)

Quem não gostou foi Bolsonaro. O presidente. Na Argentina, levantou a hipótese de inverter o jogo e indicar o chanceler para o cargo. “Posso chegar para o Ernesto agora e dizer ‘dá licença, meu filho vai ser ministro das Relações Exteriores e você vai para Washington’.” (Poder 360)

Mensagens trocadas por procuradores da Lava Jato no app Telegram, em 2015, sugerem que o então juiz Sergio Moro interferiu nas negociações das delações de dois executivos da Camargo Corrêa. Uma interferência assim, que não é corroborada por qualquer mensagem do atual ministro da Justiça, é ilegal. Os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima chegaram a debater. “O que vejo agora é um tipo de barganha onde se quer jogar para a plateia, dobrar demasiado o colaborador”, ele escreveu. “É bom lembrar que bons resultados para os advogados são importantes para que sejam trazidos novos colaboradores.” Dellagnol se incomodou. “Vc quer fazer os acordos mesmo com pena de que o Moro discorde?” Os dois executivos terminaram com um ano de prisão domiciliar, Moro, de acordo com a Folha, havia pedido um ano de regime fechado. (Folha)

Manuel Castells: “Vocês estão vivendo um novo tipo de ditadura. As instituições estão preservadas, mas se manipulam tanto por poderes econômicos, quanto por poderes ideológicos. Isso se faz acusando de corrupção qualquer tipo de oposição. Como a corrupção está em toda parte, então persegue-se apenas a corrupção de políticos e personalidades que se oponham ao regime. Esse tipo de ditadura só pode funcionar com um povo cada vez menos educado e mais submetido à manipulação ideológica. Nosso mundo da informação é um mundo baseado nas redes sociais e nas redes sociais há de tudo. Elas permitem a autonomia dos indivíduos, acreditávamos que era um instrumento de liberdade e é, mas é uma liberdade que é usada tanto pelos manipuladores como pelos jovens que tentam mudar o mundo. Foram desenvolvidas técnicas muito poderosas de desinformação e manipulação, que incluem a utilização massiva de robôs manipulados por organizações e financiadas pela extrema direita internacional, que estão preenchendo as redes sociais e manipulando-as muito inteligentemente, de forma que a construção coletiva do que ocorre na sociedade está totalmente dominada por movimentos totalitários, que querem ir pouco a pouco anulando a democracia. Por isso, é preciso atacar a educação, atacar os professores, as universidades, as humanidades e as ciências sociais, que são áreas que nos permitem pensar. Tudo o que significa pensar é perigoso. Por isso, digo que é uma ditadura, ainda que de novo tipo. É uma ditadura da era da informação.” (Globo)

VIVER

Para ler — e ver — com calma: Por muito, muito pouco, a Catedral de Notre-Dame, em Paris, não entrou em colapso. Uma reportagem multimídia exclusiva do New York Times revela passo a passo o que ocorreu desde o primeiro alerta de fogo, no último 15 de abril. O guarda que viu o sistema de alerta de fumaça piscar estava há três dias no emprego e acabara de emendar um segundo turno seguido de oito horas. E o sistema de alarme, além de muito sensível, era complexo. Por ser sensível demais, era dado a falsos alarmes por pouca fumaça. Por complexo, informava onde a fumaça fora detectada, mas num código difícil de decifrar. O fogo inicial se deu no sótão, mas o rapaz checou na área errada. Quando o alarme de fumaça alertou que passara a fogo, uma hora havia se perdido. Esta uma hora teria impedido a tragédia, posto que os bombeiros chegaram instantaneamente. Uma equipe chegou a subir ao sótão e, por um longo tempo, usando respiradores, tentou conter as chamas. Quando as pedras começaram a ruir ao seu redor, porém, os comandantes os mandaram voltar. A parte superior estava perdida, mas eles traziam uma informação fundamental: de cima, perceberam que o fogo, embora não visível pelo exterior, avançava na direção da Torre Norte. Nela, presas por grandes toras de madeira, pendem quatro sinos gigantescos. Fazendo cálculos rápidos, o comando dos bombeiros percebeu que, se os sinos caíssem, operariam contra a estrutura tal qual bolas de aríete usadas em demolições. A torre cairia, possivelmente derrubando então a Torre Sul e, com ela, todo o prédio de 856 anos. Foi já na quarta hora de incêndio que, correndo o risco de estar no meio do colapso, outra equipe subiu a Torre Sul e de lá prestou combate, conseguindo controlar as chamas. E impedindo um desastre maior. A reportagem intercala texto e infográficos animados, dando mostra de cada fase.

Promotores americanos desistiram de um processo por abuso sexual movido contra o ator Kevin Spacey. A decisão foi tomada após o jovem que acusava o ator se recusar a testemunhar em uma audiência e retirar um outro processo civil que movia. O antigo protagonista da série House of cards era acusado de ter colocado as mãos dentro da calça do jovem de 18 anos contra a sua vontade em um bar no qual trabalhava, em 2016.

O traficante mexicano Joaquín Guzmán, conhecido como El Chapo, foi condenado pela Justiça dos Estados Unidos à prisão perpétua e a pagar indenização de US$ 12,6 bilhões. Ele não poderá pedir liberdade condicional por 30 anos. O juiz Brian Cogan disse que decidiu impor a maior sentença possível, pois qualquer qualidade que Guzmán possa ter foram apagadas por suas ações, que chamou de “mal absoluto”. Momentos antes da leitura da sentença, El Chapo disse que teve negado um julgamento justo, afirmou que seu confinamento equivalia a “tortura psicológica” e acusou os jurados de serem influenciados pela mídia — argumento também usado por seus advogados.

CULTURA

Reconhecido como um dos melhores do fotojornalismo, Sebastião Salgado, 75 anos, permanece sensível às transformações do mundo. Toda essa influência pode ser observada no livro Gold, que reúne 56 imagens até hoje desconhecidas de sua aventura no garimpo de Serra Pelada, em 1986. Um dos fotógrafos mais prestigiados do mundo, Salgado esteve em São Paulo para o lançamento, também, da exposição Gold – Mina de Ouro Serra Pelada. Em entrevista ao Estado, ele falou sobre sua preocupação com as medidas tomadas pelo governo brasileiro em relação ao meio ambiente.

Os arquivos das revistas Ebony e Jet, símbolos da cultura negra americana, estão em leilão. São fotos de 1945 a 2015, cerca de 1 milhão impressas, 3 milhões de negativos, folhas de contato e milhares de horas de vídeos. Algumas nunca vistas pelo público. Poucas foram digitalizadas. No total, o arquivo vale cerca de US $ 47 milhões. Veja fotos da coleção histórica.

Nem todos… O Rei Leão vem cercado de boas expectativas, mas também de algumas críticas. A nova versão do filme que mudou a Disney estreia hoje nos cinemas.

Sobre séries, a segunda temporada de Mindhunter vem aí. Ainda falta quase um mês para o lançamento dos novos episódios, mas a Netflix revelou algumas imagens.

COTIDIANO DIGITAL

O teste começou pelo Canadá e chegou ontem ao Brasil, mas não ao mundo todo. Lentamente, os usuários de Instagram não estão mais vendo o número de likes nas fotos dos outros. O contador ainda existe para medir curtidas nas imagens do dono do perfil, mas quem o visita não vê mais. Deixou de ser público. Os gestores da rede tentam, assim, diminuir o ritmo frenético de competição que se estabeleceu na plataforma. Sua esperança é de que a natureza do conteúdo comece a mudar, tornando-se menos apelativo. Influenciadores se queixam. Argumentam que, desta forma, agências de publicidade não conseguem mais avaliar o engajamento dos perfis de maior sucesso. Sobra, apenas, o número de seguidores — que pode ser comprado, via robôs, no mercado paralelo.

Um dos que não gostou da novidade é o vereador Carlos Bolsonaro. Vê, ali, influência de uma ideologia progressista na rede social.

Pois é… Quem também está fazendo testes é o Twitter. Lançou ontem, no Canadá, o comando Esconda Replies. Frequentemente, na rede, uma única resposta agressiva a um tweet traz a fúria do mundo. Agora qualquer um poderá tornar invisível o reply que considere inconveniente a um tweet seu. É uma das experiências da plataforma para diminuir a virulenta agressividade que impera por lá. Mas a invisibilidade não é plena, não é o mesmo que apagar. O comentário é substituído por um ícone. Quem simplesmente desliza por um thread de conversas passa batido mas, se desejar, pode clicar e revelar o conteúdo.

Os presidentes de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai assinaram um acordo que estabelece o fim da cobrança de roaming internacional no Mercosul. Quem tiver o celular de um país pagará no outro país o valor de uma chamada local. Os Congressos dos quatro países precisam chancelar o acordo para que entre em vigor. Quando, e se, entrar em vigor, o acordo Mercosul-União Europeia não acabará, mas diminuirá consideravelmente a tarifa.

O emoji preferido dos americanos? Aquele rindo com lágrimas de alegria. É o que aponta uma pesquisa recentemente conduzida pela Adobe, cujos resultados foram divulgados ontem. O coração vermelho é o segundo. O relatório da Adobe bate com as descobertas sobre o uso de emojis lançados pela Apple em 2017 e também com as classificações atuais no site Emojitracker, que tabula o uso de emojis no Twitter em tempo real. No entanto, o novo relatório sugere uma queda no uso do emoji de soluço, que foi o terceiro mais usado de acordo com as descobertas da Apple há dois anos.

Fonte: @Meio

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *