23 de Novembro de 2020

Depois do lançamento do PIX, o BC quer implantar uma plataforma de open banking no Brasil em outubro de 2021. O sistema nada mais é do que, em vez de só ter os dados bancários e históricos de transação dos seus clientes, os bancos e fintechs ganham acesso a todos. O compartilhamento, no entanto, fica por conta do usuário, que decide se vai abrir, pra quem, por quanto tempo e se quer cancelar. O objetivo da nova plataforma é permitir que os clientes reúnam serviços de várias instituições em um único local. Algumas das vantagens são que poderão escolher as menores taxas de juros pra empréstimos, por exemplo, ou um retorno maior pra aplicações financeiras.

Apesar de em alguns casos valer a pena, as ofertas da Black Friday podem levar ao consumo exagerado e fechar o mês no vermelho. Uma saída pra se proteger do consumo inconsciente é o universo dos investimentos, que ainda pode multiplicar os recursos com o tempo. Muitos brasileiros já tem ido nessa onda: a participação de pessoas físicas na Bolsa em 2020 está perto de três milhões — bem acima dos mais de 610 mil há 10 anos. Mas antes de começar já investindo é preciso dar alguns passos iniciais, como manter um controle mensal de todas as entradas e saídas, conhecer o seu perfil e ter uma reserva de emergência que cubra pelo menos seis meses de gastos fixos pra evitar deslocar recursos de seus investimentos pra um gasto inesperado.

A compra de ações das big techs por pequenos investidores cresceu após um mês da liberação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O giro dos BDRs (Brazilian Depositary Receipts) aumentou em 80%, pra mais de R$ 200 milhões. Os BDRs de Facebook, Apple, Amazon, Microsoft e Google são os favoritos: são 27% da liquidez e movimentaram diariamente R$ 58 milhões neste último mês, segundo a XP Inc. (Estadão)

Os BDRs são certificados de títulos negociados no mercado brasileiro, mas que representam e são lastreados por ativos emitidos em outros países. Entenda.

CULTURA

Como se a escravidão não fosse horror suficiente, milhares de africanos traficados para as Américas jamais chegaram a seu destino, morrendo em naufrágios no Atlântico. Esse drama é retratado pela série documental Escravidão: Uma história de injustiça, produzida e apresentada por Samuel L. Jackson. Para realizá-la, mergulhadores investigaram destroços nos mares de 16 países, incluindo o Brasil. Com seis episódios, dois por semana, a série estreou na última sexta-feira.

Qualquer um que já tenha visto um quadro de Van Gogh sabe que: 1) ele era um gênio e 2) ele gostava muito de usar a cor amarela. Acontece que talvez não fosse apenas questão de gosto. O artista holandês fazia uso de remédios contra crises maníaco-depressivas derivados de uma flor chamada dedaleira. Entre os efeitos colaterais dessas substâncias estava a xantopsia, uma doença que afeta a percepção de cores, tendendo a ver o mundo como se houvesse um filtro amarelo. O que não muda o encanto que a obra de Van Gogh nos desperta até hoje.

COTIDIANO DIGITAL

A UE se prepara pra lançar novas regras para as big techs no dia 2 de dezembro. E a expectativa é que sejam mais rígidas: se não cumprirem a nova regulamentação, correm o risco de serem banidas do mercado europeu. Os chamados Digital Services Act e o Digital Markets Act, segundo a Reuters, devem impedir as empresas de promoverem injustamente seus próprios serviços, e também façam com que compartilhem dados com rivais e órgãos reguladores. No entanto, ainda não se sabe o quão extenso deverá ser esse compartilhamento.

Mesmo assim, a possibilidade das novas regras já não caiu bem com as big techs. O CEO do Google, Sundar Pinchai chegou a se desculpar com os reguladores europeus depois do vazamento de um documento da empresa que definia uma estratégia de 60 dias pra fazer lobby contra a regulamentação.

E a lista anual da revista Time das 100 melhores invenções de 2020. Tem desde uma jaqueta que poderia barrar um vírus até um robô tutor. Confira.

VIVER

O Ministério da Saúde anunciou ontem ter se reunido com representantes de cinco laboratórios e instituições que estão com pesquisas de vacinas contra a Covid-19 avançadas: as americanas Pfizer, Janssen e Moderna, a indiana Bharat Biotech e o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF). O ministério anunciou que deverá assinar cartas de intenção não-vinculantes com as empresas “para permitir uma futura aquisição de doses”, mas não explicou o motivo para deixar de fora a chinesa SinoVac, que produz a CoronaVac, e já enviou para seu parceiro no Brasil, o Instituto Butantan, doses do imunizante.

A universidade de Oxford divulgou nesta manhã dados sobre sua vacina, que tem entre os parceiros a Fiocruz. Segundo o comunicado, ela tem 90% de eficiência em duas doses e 62% em apenas uma. Igualmente importante, ela pode ser estocada em “temperatura de geladeira”, de 2 a -8ºC, e distribuída e aplicada usando as redes de saúde já existentes. Os dados ainda são preliminares.

Mas enquanto planeja compra de vacinas, o Brasil pode ter que jogar fora 6,8 milhões de testes de Covid-19 que saem da validade entre dezembro e janeiro. O material, que deveria ter ido para o SUS, está num armazém do governo federal em Guarulhos (SP). (Estadão)

Os EUA esperam começar a vacinação com o imunizante da Pfizer entre os dias 11 e 12 de dezembro, segundo Moncef Slaoui, chefe do programa americano de vacinação. A FDA (equivalente à Anvisa brasileira) marcou para o dia 10 a reunião para avaliar a aprovação do uso emergencial da vacina, e serão necessários até dois dias pra começar a imunização.

O Brasil deve, infelizmente, ultrapassar nos próximos dias a marca de 170 mil mortos por Covid-19. Com os 181 óbitos registrados ontem (lembrando que o número sempre cai no fim de semana), o total atingiu 169.197, com uma média móvel de 484 mortes diárias na última semana. A média subiu em 10 estados: RS, SC, ES, RJ, MG, SP, GO, MS, AP, RR.

Após prometer em reunião dos Brics (e não cumprir) divulgar uma lista de países que compram madeira ilegal do Brasil, Bolsonaro voltou a falar de meio ambiente em fóruns internacionais, agora no encontro virtual do G-20.  Ele defendeu a política ambiental de seu governo, disse que continuará “protegendo a Amazônia e o Pantanal” e rechaçou “ataques injustificados” de “países menos competitivos”. A declaração vai na contramão dos números de desmatamento na Amazônia e de queimadas no Pantanal.

Provavelmente para enfatizar a “proteção à Amazônia”, o governo federal pretende abrir uma rodovia pelo meio do Parque Nacional da Serra do Divisor, no Acre, que tem a maior biodiversidade da região. (Estadão)

Fonte: Meio

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