28 de Abril de 2020

CULTURA

Após a vitória no Oscar com American Factory, Barack e Michelle Obama retornam à Netflix para um novo documentário sobre a recente turnê de livros de Michelle. Intitulado Becoming, será uma visão especial sobre a vida de Michelle Obama nos bastidores enquanto visita 34 cidades para promover seu livro. Estreia em maio.

Por falar em Michelle, a ex-primeira dama dos Estados Unidos está lendo seus livros infantis favoritos para crianças durante o isolamento social. O programa é exibido às segundas e transmitido via redes sociais.

COTIDIANO DIGITAL

Em 2018, o caso da Cambridge Analytica mostrou a influência que as redes sociais podem ter na política. No recém-lançado livro Manipulados: Como a Cambridge Analytica e o Facebook Invadiram a Privacidade de Milhões e Botaram a Democracia em Xeque, Brittany Kaiser, ex-diretora de desenvolvimento da empresa, detalha como era feito o processo de microtargeting, usado na eleição de Trump e no Brexit. Mesmo com o fim da empresa, as técnicas dão uma ideia de como grupos políticos continuam atuando por meio das redes para inflamar a polarização.

Aliás… O Google vai começar a exigir identificação dos anunciantes. Ao clicar sobre um anúncio será possível saber quem está pagando e de que país. A ferramenta começa pelos EUA, na campanha presidencial, e deve chegar a todos os países em alguns anos.as acreditam que possivelmente a brasileira precisará de um socorro do governo ou terá de buscar um outro acordo de venda. A maior oportunidade seria com a China — que vem querendo crescer na aviação com a sua estatal China Commercial Aircraft. A Embraer gastou milhões com o processo de divisão comercial com a Boeing e ainda acabou de investir US$ 1,75 bilhão para desenvolver três novos modelos de aviões que estão sendo pouco demandados por causa da pandemia. (Estadão)

A Apple vai atrasar em pelo menos um mês a produção de quatro novos iPhones previstos para este ano. Segundo o Wall Street Journal, os novos aparelhos vão ter três tamanhos diferentes e conectividade 5G.

VIVER

Já são mais de três milhões de casos de infeção por Covid-19 no mundo e 211.350 mil mortes, segundos dados da Universidade Johns Hopkins. Se o número de casos confirmados mantiver o mesmo ritmo de crescimento observado em abril, até o fim de maio haverá mais de 5 milhões de infectados pelo mundo. Segundo dados do Worldometer, os EUA contabiliza o total de 56.803 óbitos até as 6h40 desta 3ª feira. Já a Espanha registrou 301 mortes em 24 horas por coronavírus, o que eleva o total de óbitos no país a 23.822, anunciou hoje o ministério da Saúde. É o quinto dia consecutivo com menos de 400 mortes em 24 horas.

E subiu para 4.543 o número de mortes pelo novo coronavírus no Brasil — 338 óbitos confirmados nas últimas 24 horas, segundo o último boletim do Ministério da Saúde. No total, são 66.501 casos oficiais no país, com 4.613 novos diagnósticos.

Em Manaus, a Prefeitura está empilhando caixões em uma vala comum para poder dar conta de todos os sepultamentos das vítimas do novo coronavírus.

No Rio de Janeiro, mais de 300 pessoas com coronavírus ou com suspeita estavam até ontem à espera de um leito de Unidade de Terapia Intensiva. Não há mais nenhuma vaga de UTI para pacientes com Covid-19 nos hospitais públicos do município – incluindo os estaduais e federais.

O Brasil tem uma taxa de testagem hoje de 29 a 13 vezes menor do que a da Alemanha, Itália, Estados Unidos e Coreia do Sul, países que vêm investindo na ampliação dos exames para monitoramento ou controle da pandemia de covid-19. Os dados federais e estaduais indicam que o Brasil fez até agora entre 72 e 85 testes por 100 mil habitantes. Na Alemanha, essa taxa é de 2.497; na Itália, ela chega a 1.966; nos EUA, o índice é de 1.580; e na Coreia, de 1.141, segundo dados governamentais e do site Worldometers. O número de testes de coronavírus contabilizados pelo Ministério da Saúde era de 151.463 até o dia 23 de abril. Já o volume de exames informado pelos Estados para o mesmo período era de 178.345, segundo levantamento do Estadão. A escassez de testes e a falta de controle do governo brasileiro sobre o número de testados seguem sendo um problema. Segundo especialistas, fica difícil entender o alcance real da epidemia sem essas informações.

Pois é… a demora para realização dos testes e diagnóstico tem sido o grande desafio da saúde pública durante a pandemia. Na Baixada Fluminense, os professores Leandro Alvim e Filipe Braida, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), do campus Nova Iguaçu, desenvolveram a ferramenta XRayCovid-19, que utiliza Inteligência Artificial para auxiliar o sistema de saúde no diagnóstico da doença por meio da imagem de uma radiografia. O sistema pode ser acessado aqui.

Ainda sobre testes, ao menos 25 empresas em São Paulo compraram testes de imunidade ao covid-19 para determinar quais funcionários voltarão a trabalhar presencialmente. As companhias partem do pressuposto de que quem já se infectou pelo novo coronavírus não pegaria a doença novamente — embora o consenso científico, como alertou a OMS, seja de que essa imunidade seja provável, mas não certa.

Um estudo publicado ontem na revista Nature revela que o coronavírus Sars-CoV-2 pode permanecer no ar por tempo indeterminado em ambientes abertos e no interior de prédios. A descoberta mostra que o risco de contágio é substancialmente maior. Partículas em suspensão do coronavírus, em aerossol, foram detectadas no monitoramento ambiental de dois hospitais de tratamento de Covid 19 e de áreas públicas vizinhas a eles em Wuhan, na China. Nas enfermarias, a concentração do coronavírus era maior do que nos banheiros. Isso se explica porque os banheiros não são ventilados, enquanto as enfermarias eram isoladas e tinham o ar trocado em um ambiente controlado. O ambiente com a maior concentração de coronavirus foram justamente as salas usadas para a retirada dos EPIs por profissionais de saúde. Os cientistas destacaram que as concentrações de vírus caíram significativamente depois que aumentou o rigor e a frequência de desinfecção desses lugares.

E uma boa notícia. Uma equipe da Universidade de Oxford obteve aprovação para testar sua vacina contra o coronavírus em 6.000 pessoas até o final de maio e afirma que poderia ter milhões de doses disponíveis até setembro.

Por que é perigoso fazer uma festa em meio à pandemia? Segundo especialistas, isso se deve principalmente ao fato de que o novo coronavírus é altamente contagioso. Seu “número reprodutivo” varia de 2,2 a 3,3, dependendo da metodologia usada. No jargão científico, isso significa para quantas pessoas uma pessoa infectada pode transmitir o vírus. O da gripe, por exemplo, é de 1,3. Isso significa que uma pessoa com o vírus pode infectar outras 30 em apenas cinco dias. Esse é o motivo pelo qual governos ao redor do mundo decretaram medidas rígidas de isolamento social. Com menos pessoas interagindo, o número de novos infectados tende a cair e, com isso, menos pessoas vão adoecer, evitando a saturação do sistema de saúde.

Hora de panelinha no Meio. O congelador é um grande aliado contra o desperdício na cozinha. Por exemplo, para quem sempre perde leite porque ele azeda antes de o litro terminar, basta congelar. Os cubos de gelo de leite são ótimos para usar no café, com leite gelado e mesmo para descongelar e usar em receitas. Quais alimentos podem ser congelados? Quais não congelam bem? Quanto tempo os alimentos duram no congelador? Veja as respostas para todas essas perguntas básicas e também onze dicas para evitar o desperdício usando o congelador no blog da Rita Lobo.

ECONOMIA

Recursos repassados pelo governo para o Ministério da Saúde não chegam nem em 10% do total. Do orçamento de R$ 226,8 bilhões anunciado em novas despesas para pandemia, R$ 56,5 bilhões já foram efetivamente desembolsados. Desses, apenas R$ 5,4 bilhões foram para a Saúde. A velocidade do desembolso tem sido maior para a linha de financiamento das PMEs — já foram pagos metade dos R$ 34 bilhões orçados. O pouco recurso na saúde tem levado a falta de equipamentos e leitos de UTI nos Estados. (Estadão)

Aliás… Para o projeto de socorro a Estados e municípios, Guedes propôs congelar salários de servidores. O governo aumentou de três para quatro meses o prazo de duração da ajuda financeira, chegando a R$ 50 bilhões, caso haja a suspensão dos reajustes por 18 meses — uma economia de R$ 179 bilhões. O texto ainda está em negociação com o Congresso, que deve ser votado no sábado. A proposta é uma alternativa ao texto da Câmara que atrela a ajuda à perda de arrecadação dos impostos ICMS e ISS. Neste caso, o socorro pode chegar a R$ 93 bilhões. (Estadão)

As empresas mais afetadas pela crise têm encontrado dificuldade na renegociação. Setores como o varejista e restaurantes estão enfrentando credores mais duros que não têm aceitado adiar pagamentos das dívidas dos próximos meses. Para a gestora de recursos JGP, as empresas muito afetadas pela quarentena podem render boas oportunidades pós-pandemia. Especialistas têm defendido uma flexibilização nas negociações para evitar a judicialização dessas questões, o que pode incluir a falência ou a recuperação judicial. (Valor)s.

Pois é… A situação econômica pode levar a recorde de pedidos de recuperação judicial. Com uma retração de 5% no PIB, a consultoria Alvares & Marsal calcula em mais de 2,5 mil empresas nessa situação. (Estadão)

Os bancos têm liberado mais crédito, segundo a Febraban. Os cinco maiores emprestaram 22% a mais desde início da pandemia — o que representa R$ 266 bilhões. Dentre esse valor, R$ 177 bilhões foram de novas linhas, sendo que a maior parte (R$ 101 bilhões) foi para as grandes empresas. (Folha)

E uma nova MP liberou crédito público para empresas com dívidas fiscais e do FGTS. (Globo)

Os índices de confiança do comércio e do consumidor caíram ao seus menores níveis já registrados. O primeiro recuou 26,9 pontos em abril, passando de 88,1 para 61,2 pontos, segundo a FGV. Enquanto o segundo caiu 22 pontos em abril, indo para 58,2 pontos. Houve perda de confiança para consumidores de todas as classes, principalmente entre os de menor renda. (G1)

Os índices devem cair ainda mais. Para o economista da FGV, Rodolpho Tobler, abril foi o primeiro mês cheio em que os indicadores captaram todos os efeitos da crise. Mesmo com a flexibilização das quarentenas, ele ainda acredita que a confiança não deve retornar este ano ao patamar de 100 pontos. (Valor Investe)

A B3 recuperou parte das perdas anteriores. Com a demonstração de Bolsonaro de que Guedes tem carta branca na economia, o Ibovespa operou em alta durante o dia e fechou em +3,86%. A afirmação, no entanto, não foi suficiente para segurar o dólar, que fechou em novo recorde nominal em R$ 5,65. O mercado está na expectativa por um novo corte na Selic. Nos EUA, mesmo com a volta na queda dos preços do petróleo, os índices ficaram em alta com os planos de reabertura econômica. O S&P 500 ficou em +1,47% e o Dow Jones em +1,51%.

As bolsas hoje estão mais cautelosas. Na Ásia, o Nikkei japonês fechou em -0,06%, Shangai fechou em -0,19%, enquanto o Kospi Coreano subiu +0,59%. Na Europa, pela manhã, o Dax Alemão subia +0,58%, o FTSE Britânico +0,39% e o Cac Francês +0,34%.

LEAL A BOLSONARO, ANDRE MENDONÇA SUBSTITUI MORO

O presidente Jair Bolsonaro passou o dia sob pressão dentro do Palácio do Planalto — pretendia nomear para o ministério da Justiça o secretário-geral da Presidência Jorge Oliveira e, para o comando da Polícia Federal, Alexandre Ramagem. Ambos são amigos pessoais, pessoas íntimas da família, o que aos olhos de alguns assessores mais próximos corria o risco de parecer confirmar as acusações do ex-ministro Sérgio Moro: de que Bolsonaro queria intervir politicamente na PF. O Diário Oficial da União publicou hoje as nomeações e Bolsonaro mudou uma delas. O novo ministro da Justiça é André Luiz Mendonça, advogado-geral da União, que tem currículo melhor do que Oliveira e é igualmente leal a Bolsonaro, um dos candidatos mais fortes a uma vaga no Supremo. Ramagem, particularmente próximo do Zero Dois Carlos, assume a PF, onde correm investigações que se aproximam do presidente. (G1)

Pois é… No Supremo, o decano Celso de Mello decidiu ontem mesmo abrir o inquérito solicitado pela Procuradoria-Geral da República e investigará as acusações feitas por Moro. O presidente é acusado de falsidade ideológica por ter assinado a demissão do ex-diretor da PF com o nome de Moro, sem que Moro a assinasse; De prevaricação, que é praticar indevidamente uma obrigação por interesses pessoais; Obstrução de Justiça. Mas o inquérito também investigará Moro, que é suspeito de corrupção passiva privilegiada — quando uma autoridade deixa de denunciar um ato ilegal de autoridade superior para protege-la. Caso as acusações do ex-ministro se mostrem infundadas, ele também responderá por denunciação caluniosa e crime contra a honra. “O presidente da República”, destacou o decano, “também é súdito das leis, como qualquer outro cidadão deste País e não se exonera da responsabilidade penal emergente dos atos que tenha praticado, pois ninguém, nem mesmo o Chefe do Poder Executivo da União, está acima da autoridade da Constituição e das leis da República.” (Estadão)

A Justiça Federal determinou que o governo tem 48 horas para fornecer ao Estadão os resultados dos exames para o novo coronavírus do presidente Jair Bolsonaro. (Estadão)

O Datafolha foi ao telefone na segunda perguntar à população sobre como percebe o momento político. Jair Bolsonaro é avaliado como bom ou ótimo por 33% dos brasileiros. Em dezembro tinha 30%. As duas pesquisas não são comparáveis, pois a anterior foi feita presencialmente. 38% consideram Bolsonaro ruim ou péssimo e, 26%, regular. Os pesquisadores também indagaram sobre impeachment — 48% defendem que o Congresso deve abrir o processo e, 45%, são contra. Ainda há 50% que consideram que o presidente não deveria renunciar. 46% acham que deve. (Folha)

Outra pesquisa que circulou no fim de semana, de forma reservada, é a do Atlas. Realizada entre sexta e domingo, indica que 30,5% dos brasileiros aprovam o desempenho do presidente. E 64% desaprovam. Curiosamente, Bolsonaro é mais bem avaliado do que sua administração. 20,8% dizem que o governo é ótimo ou bom, 28,3% que é regular e, para 49,2%, é ruim ou péssimo. O Atlas também questionou sobre a demissão do diretor da PF. 14,4% concordam, 68% discordam. E 72,2% concordam com as críticas feitas por Sérgio Moro. 19,1% discordam. (Atlas Inteligência)

Marcos Nobre, cientista político: “O fato de Bolsonaro demitir Moro é tão importante quanto o fato de fazer isso agora. Essa demissão tem várias funções. Temos hoje um número de mortes por causa do coronavírus que é padrão Espanha. E não estamos discutindo o nível de desespero para o qual estamos indo, porque estamos o dia inteiro discutindo a crise política. Portanto, existe um elemento diversionista importante. Outro aspecto importante é que Bolsonaro se deu conta de que a pandemia vai atingir o governo dele. Ele tem até agora cerca de um terço do eleitorado, segundo as pesquisas, e sabe que não vai conseguir manter essa fatia. Então, decide fazer um movimento de recuo para se proteger em seu núcleo de apoio fanático. Segundo o Datafolha, representa cerca de 12% do eleitorado. Seu raciocínio é o de que vai ter crise econômica e vão vir com impeachment para cima dele, então é melhor garantir uma base de apoio mínima. Parte desse eleitorado que ele vai perder está com Moro. O ex-ministro era símbolo de uma expansão da base bolsonarista de 12% para 30% do eleitorado. Mas, a partir do momento que Bolsonaro se recolhe para os 12% iniciais, ele escolhe fazer um governo de guerra. E, num governo de guerra, você não pode ter uma pessoa que é maior que você. Isso explica tirar Mandetta e também explica tirar Moro. Ele vai se livrando de todas essas pessoas.” (El País)

Valter Hugo Mãe, escritor português: “Nunca se deixem convencer de que o Brasil deu errado. Esse é o primeiro passo que o usurpador do poder dá em direção ao domínio, ele precisa que o povo se motive ao abandono. Um povo convencido de que é um erro é um povo predisposto a desistir. Não caiam nessa armadilha.” (Globo)

Fonte: @Meio

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