29 Jul 2019

PF avança investigação de hackers enquanto saem novos vazamentos

De posse da confissão do hacker Walter Delgatti Neto, que admitiu ter baixado o conteúdo das contas de Telegram de diversas autoridades, a Polícia Federal está direcionando suas investigações para descobrir se há financiadores do crime. Na sexta-feira, a deputada estadual gaúcha Manuela d’Ávila, que foi candidata a vice na chapa petista, confirmou ter recebido uma comunicação da qual desconfiou, e que encaminhou o hacker ao jornalista Glenn Greenwald, cofundador do Intercept Brasil. Sua nota foi considerada confirmação do depoimento de Delgatti. A PF o considera líder do grupo, mas estuda a possibilidade de ter usado os outros três suspeitos para receber dinheiro. (Globo)

Aliás… De acordo com Delgatti, ainda há uma cópia de todos os chats aos quais conseguiu acesso no exterior. Em nota distribuída por seu advogado, afirmou espantar-se com “a fragilidade do sigilo no Brasil”. Segundo ele, “falhas no aplicativo Telegram e de outros aplicativos online devem ser recorrentemente testadas pelas autoridades”. (Estadão)

O então juiz Moro tinha dúvidas sobre as provas apresentadas em sua delação premiada pelo ex-ministro Antonio Palocci. “Russo comentou que embora seja difícil provar ele é o único que quebrou a omerta petista”, afirmou em um chat de Telegram o procurador Paulo Roberto Galvão, referindo-se ao apelido do juiz. Omertà é o código de honra da máfia italiana. “Não só é difícil provar, como é impossível extrair algo da delação dele”, sugeriu a também procuradora Laura Tessler. Moro divulgou a delação em 1º de outubro, uma semana após o diálogo, uma semana antes da eleição presidencial. Sugere, de acordo com a Folha, uma decisão para causar impacto na eleição. Não foram publicadas mensagens do juiz. (Folha)

Moro deu longa entrevista à Crusoé, revista ligada ao site Antagonista, que vem defendendo a Lava Jato. “Não posso reconhecer a autenticidade das mensagens porque não as tenho”, afirmou o ministro. “Não tenho memória exata do que eu teria escrito há três ou quatro anos.” É sua primeira entrevista longa desde que estouraram os vazamentos. “Temos uma tradição, no Brasil, de conversas informais entre advogado e juiz, entre juiz e promotor. Vejo advogados que se encontram com frequência com magistrados criticando esses contatos como se o MP não fosse, de certa forma, também advogado, só que advogado da sociedade.” Ele não garante que tenha havido um mandante para os hackers. “Esses ataques podem ter tido motivações políticas e econômicas”, afirma. “O perfil dos presos aponta para estelionatários. Se houve pagamento ou não, vai depender das provas.” (Crusoé)

O presidente Jair Bolsonaro fez, no sábado, uma ameaça velada a Greenwald. “Ele é casado com outro homem, e tem meninos adotados no Brasil”, disse, explicando que não pode ser deportado pela legislação do país. “Ele não vai embora. Talvez pegue uma cana, aqui, no Brasil.”

A Abraji, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, respondeu com um tweet. “Ao ameaçar de prisão um jornalista que publica informações que o desagradam, o presidente Bolsonaro promove e instiga graves agressões à liberdade de expressão. Sem jornalismo livre, as outras liberdades também morrerão. Chega de perseguição.”

The Economist: “Se há uma coisa que os eleitores de Jair Bolsonaro desejavam quando o elegeram era o fim da corrupção. Seu governo parece tão dado a escândalos quanto aquele que substituiu. E o presidente silenciou. No segundo semestre de 2018, twitou 68 vezes sobre corrupção. Foram 20 na primeira metade deste ano. Por enquanto, os brasileiros não perceberam que o sonho de um movimento anti-corrupção está fraquejando. Apesar de suas falhas, a Lava Jato ofereceu esperança de que o Brasil poderia encerrar a cultura de impunidade que permitiu à corrupção florescer. A pergunta, agora, é se este projeto pode sobreviver ao dano infligido por seus principais campeões.”

Christian Lynch, da IESP-Uerj: “A marcha de consolidação do bolsonarismo segue imperturbada. Ao invés de Lula Livre ou coisa que o valha, o que estou vendo, depois de não sei quantas semanas de Intercept, é portaria expulsando estrangeiros indesejáveis e manifestações de apoio à escalada repressiva. Não há oposição organizada. A esquerda está acéfala, sem projeto e esfacelada. Pior, requentando velhos bordões inócuos de um mundo morto. Os liberais tem força nos meios tradicionais de comunicação, mas não têm popularidade, e num mundo polarizado em que cada um quer ficar na sua bolha, perdem força todos os dias para a imprensa marrom das redes sociais. Também tenho colegas, cientistas políticos, que acham o governo Bolsonaro fraco. Não entenderam o jogo do presidente. Ele não tem projeto de governo. Seu único plano é se enraizar como dono de 30% do eleitorado e passar os próximos 20 anos como um Lula de direita. Não precisa de maioria congressual, presidencialismo de coalizão e outras perfumarias da finada República. Basta zoar diariamente a esquerda, ameaçando fechar a Ancine, desmoralizando o desmatamento, enfraquecendo as universidades, tripudiar o Supremo e o Congresso, etc. São 30% de audiência garantidos para o Zorra Total do Planalto. A única força que está aí organizada por enquanto é o Bolsonarismo, e só o tempo pode desgasta-lo. Depois de 12 anos de governos liberais e outros 14 de governo socialista ou social democrata, vai levar um bom tempo para desmoralizar a direita.”

A invasão por garimpeiros armados da terra dos indígenas waiãpi, ocorrida semana passada no oeste do Amapã, culminou com o assassinato violento do líder Emyra Waiãpi, na segunda-feira última. A Funai não confirma, ainda, que houve invasão, divulgada pelo Conselho das Aldeias. Chegou ontem ao local, de difícil acesso, uma equipe de policiais federais que acompanham técnicos. “O presidente vem dizendo que existe muita terra para pouco índio e, recentemente, disse que enviaria seu filho para ser embaixador nos EUA para articular a ação de mineradoras em terras indígenas”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues. A terra é rica em ouro. Também senador pelo Amapá, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, se manifestou pelo Twitter. “É grave o conflito”, ele escreveu. “A área rica em minério desperta a cobiça de grupos diversos.” (BBC)

COMECE O DIA COM TODO GÁS

Ter uma postura negativa perante a vida não é artificial. O ser humano tem os instintos de um bicho pelado no meio da savana africana, programado para encontrar ameaças, em geral na forma de um ataque animal. Claro, estas ameaças não existem mais. Mas seguimos procurando o que há ruim no entorno. É nossa programação. Coautor do livro Inteligência Emocional 2.0 (Amazon), Travis Bradberry ensina no LinkedIn três truques para lidar com a programação refinada por milênios de Evolução Natural. O primeiro é compreender que a visão negativa não é a verdadeira. Tendemos a exagerar para nós mesmos nossos defeitos, e estas ideias não irão embora. Podemos, porém, lembrar que são apenas ideias, pioradas por nós mesmos. Não a verdade. Daí, após se livrar do que joga para baixo, números dois. Busque algo de bom no dia. Nos dias ruins, é difícil. Pare, pense. Um minuto basta. Pensar em algo que vai bem já dá outro gás. E, por fim, seja grato. Busque diariamente o exercício da gratidão, liste os itens. Não apenas porque é o certo. No momento em que vivenciamos gratidão, o cortisol, hormônio do estresse, é imediatamente reduzido. Três truques diários que fazem diferença.

Manter o foco durante longas horas à frente do computador não é trivial. Existem técnicas, com base científica, para conseguir o foco. Uma delas é controlar a distração. É inevitável que, de tempos em tempos, a mente comece a navegar por outros caminhos. Aproveitar pequenas paradas durante o dia para deixar a mente fluir à toa ajuda. No entanto, durante o trabalho, ao perceber que surgiu uma distração, aproveite que o cérebro forçou uma parada para repassar mentalmente por tudo o que já foi feito da tarefa. Amplia a concentração. Uma última: suborno também funciona muito bem. Auto-suborno. Bole um prêmio para o fim do dia — um programa, um presente, não importa. Se completar o que tinha de fazer, dê-se o presente. Se torna um ciclo virtuoso — relaxamento ao fim do dia, atenção no início.

Galeria: O espaço do escritório em casa é precioso, o lugar onde cada um pode se isolar. Nesta lista, 25 home offices dos sonhos. Nesta outra, 18 home offices possíveis. Todos para inspirar.

CULTURA

A atriz Ruth de Souza morreu na manhã de ontem, aos 98 anos. Foi a primeira atriz brasileira indicada a um prêmio internacional de cinema (o Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1954) e também é reconhecida como a primeira atriz negra a construir uma carreira no teatro, no cinema e na televisão. Na TV Globo, seu último trabalho foi na minissérie Se eu fechar os olhos agora, no início de 2019. Relembre sua carreira.

E 4 motivos para assistir Love, Death & Robots, antologia de animações adultas da Netflix que faz um apanhado do que há de mais novo na ficção científica. Produzida pelos diretores Tim Miller (Deadpool) e David Fincher (Clube da Luta), a série traz 18 episódios que variam entre 6 e 17 minutos feitos nos mais diversos estilos de animação, que vão do tradicional 2D ao photo-real 3D CGI, técnica digital que parece uma filmagem com atores reais.

E o que há de novo nas HQs?  “Tem Sr. Milagre de Tom King nas bancas do Brasil, tem Dylan Dog em fase nova (via ed. Mythos) e tem um encadernado inédito do Surfista Prateado, do Mike Alred”. Outros destaques no blog P de Pop.

VIVER

Ninguém gosta, mas… o assento do meio, no fundo, a poucos metros do banheiro, é um dos lugares mais seguros para se sentar em um avião, relata a Lifehacker. Em 2015, a TIME estudou dados de 17 acidentes aéreos entre 1985 e 2000. As taxas de fatalidade indicaram que assentos do meio, na parte de trás do avião, tinham uma taxa de fatalidade de 28%, comparado com 44% para os assentos no corredor no terço médio do avião. A pesquisa reforçou as conclusões de um estudo de 2007 da Popular Mechanics. Eles mediram em termos de taxa de sobrevivência, em vez de taxa de fatalidade, mas as conclusões foram parecidas. A taxa de sobrevivência da cabine traseira foi de 69%; a taxa de sobrevivência de viajantes de classe executiva foi de 49%. É preciso avaliar esses resultados com um olho crítico. “Há muitas variáveis e essa é a mais importante: poucos acidentes para estudar. Uma resposta simples provavelmente não é estatisticamente defensável”, disse Lynn Lunsford, gerente de comunicações da Federal Aviation Administration, ao The Washington Post.

COTIDIANO DIGITAL

O Nubank, que já é a sexta maior instituição financeira do Brasil em número de clientes, fechou uma rodada de investimentos. Levantou US$ 400 milhões — é a sétima captação. A avaliação da empresa chega, assim, a US$ 10,4 bilhões.

Fonte: @Meio

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