MS, 1 de dezembro de 2021
Já são seis os casos suspeitos da ômicron no país, além dos dois confirmados: um também em São Paulo, um em Belo Horizonte e quatro no Distrito Federal. A Anvisa confirmou os dois primeiros casos no Brasil da variante ômicron do coronavírus. A nova cepa foi identificada na semana passada por autoridades sanitárias da África do Sul. Os pacientes são um casal de missionários religiosos que não se vacinou. O homem chegou em São Paulo vindo do país africano no dia 23 de novembro, antes da notificação mundial sobre a variante, e apresentou um teste negativo. Mas, quando ele e a mulher tentaram voltar para a África do Sul, fizeram novos exames que deram positivo. Análises feitas no Hospital Albert Einstein e no Instituto Adolfo Lutz confirmaram se tratar da ômicron. O casal está isolado em casa e apresenta até o momento sintomas leves da doença.
Identificada por autoridades sanitárias da África do Sul e classificada pela OMS como “de risco muito elevado”, a variante ômicron do coronavírus tende a ser mais transmissível e menos letal, na opinião de especialistas. Segundo Amilcar Tanuri, coordenador do Laboratório de Virologia da UFRJ, vírus emergentes tendem a se atenuar conforme vão se espalhando pela população humana. Até o momento, de fato, não foram atribuídas mortes à ômicron. Por via das dúvidas, os países do G7 pediram “medidas urgentes” para conter a variante, incluindo, finalmente, a garantia de acesso a vacinas aos países mais pobres.
Mesmo admitindo não ter dados suficientes, o CEO da Moderna, Stéphane Bancel, disse que as atuais vacinas são potencialmente menos eficazes contra a ômicron. Segundo Bancel, o setor farmacêutico ainda precisará de meses para produzir novos imunizantes.
Enquanto isso… Pelo menos dez capitais, incluindo Salvador (BA), Fortaleza (CE) e São Luís (MA), cancelaram as festas de Réveillon deste ano, por conta dos riscos de covid-19. Já a prefeitura do Rio, um dos maiores destinos turísticos do país nessa data, manteve a programação, mas disse que vai monitorar o desenvolvimento da pandemia.
POLÍTICA
O presidente Jair Bolsonaro já não está mais sem partido. Na manhã de ontem ele assinou sua ficha de filiação ao PL, sua nona legenda em três décadas de política. O filho Zero Um, o senador Eduardo Bolsonaro (RJ), e o ministro da Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho também se filiaram. A cerimônia contou com a participação do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, de oito ministros, deputados da base bolsonarista e convidados, entre eles o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Bolsonaro aproveitou o discurso para afagar o aliado e o Centrão. “Eu vim do PP. E confesso, prezado Valdemar, a decisão não foi fácil. Pode ter certeza que nenhum partido será esquecido por nós”, afirmou. O presidente foi cuidadoso ao não falar de candidatura ou pedir votos, o que é proibido nesse momento pela Lei Eleitoral, mas fez um típico discurso de campanha, dizendo que vê pelo Brasil “o verde e amarelo no lugar do vermelho”.
Se o discurso de Bolsonaro foi conciliador (com o Centrão), coube ao Zero Um partir para cima dos adversários do pai. Sem citar nomes, Flávio Bolsonaro atacou Sérgio Moro (Podemos), dizendo que “a política pode até perdoar a traição, mas não perdoa o traidor”. Sobre Lula, o senador ironizou: “Querem nos fazer crer que um ex-presidiário, preso por roubar o povo brasileiro, está na frente de Bolsonaro nas pesquisas.”
Então… Essa referência a “ex-presidiário” provocou um certo constrangimento, conta Gerson Camarotti. Flávio discursava ao lado de Valdemar Costa Neto, que chegou a ser preso por envolvimento no mensalão do PT. “Quem entra em casa nova precisa respeitar o anfitrião”, reclamou nos bastidores um dirigente do PL.
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a decisão que garantiu foro privilegiado ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na investigação das chamadas rachadinhas quando era deputado estadual. Por três votos a um, os ministros concluíram que o caso não poderia ser julgado na primeira instância, uma vez que, quando os fatos teriam acontecido, o Zero Um exercia mandato na Alerj. A segunda turma também anulou quatro relatórios do Coaf que apontavam o envolvimento de Flávio nas rachadinhas, forma de peculato em que o parlamentar se apropria de parte do salário de seus assessores.
O ex-presidente Lula (PT) disse que tem uma “extraordinária relação” com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que está de saída do PSDB e é cada vez mais especulado como seu possível companheiro de chapa em 2022. Lula, porém, além de mais uma vez não assumir a própria candidatura, disse que um eventual acordo dependeria da nova legenda de Alckmin. “Vamos ver, se na hora que eu definir se sou candidato ou não, é possível construir uma aliança política. Primeiro preciso ver em qual partido ele vai entrar, ele ainda não decidiu”, disse.
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