Inked Tattoo: Governo, através da RTVE, faz parceria no maior empreendimento alternativo de MS

Aconteceu nessa terça-feira o lançamento do Inked Tatoo Festival, idealizado pela jornalista e produtora Elaine Valdez, com curadoria dos tatuadores André Peralta e Juma Tatuero da Long Sleeve CG-SP e do professor do mestrado em desenvolvimento local, Josemar de Campos Maciel, e com apoio do Governo do Estado, através da Rádio e TV Educativa (RTVE). “A tatuagem foi o tema escolhido porque é um dos três maiores mercados do mundo”, afirmou a jornalista durante a abertura do evento.

O diretor-presidente da Rádio e TV Educativa (RTVE), jornalista Bosco Martins, representou o governador Reinaldo Azambuja no lançamento e destacou a iniciativa por seu viés turístico-cultural e reflexo na economia.

“A par da crise, esse é um segmento que mantém crescimento de 20%. Com certeza esse evento vai movimentar vários setores, de serviços, cultura, arte e turismo de negócios. Por orientação do governador Reinaldo Azambuja, a RTVE é parceira em todos os eventos que impulsionam a economia local e deem visibilidade às potencialidades do Estado”, disse o diretor-presidente da RTVE.

“Muito diferente do passado, hoje a tatuagem é um adorno muito requisitado. Muitos fazem por hobby, gostam e outros como uma marca tribal”, diz Elaine Valdez, lembrando que com o crescimento da procura por tatuagens, o mercado ficou mais carente de profissionais.

Para Álvaro Vasques, Chief Executive Officer (CEO) da Opt3, “além de artistas, tatuadores são também empreendedores e claro, estão em busca da expansão do seu negócio. A internet transformou os modos de atuação dos empresários na forma como encontram e como se comunicam com seus clientes”. Nesse sentido, sua palestra abordará exatamente como melhorar seus negócios e trazer resultados positivos usando as ferramentas do marketing digital.

O Festival

Segundo Elaine Valdez, o Inked Tatoo Festival promoverá o maior encontro de tribos urbanas em Mato Grosso do Sul. A maioria dos convidados já confirmou presença no evento, que será realizado nos dias 6, 7 e 8 de novembro no Armazém Cultural “Helena Meirelles”. Segundo Elaine Valdez, será montada uma estrutura para público de mil pessoas e a organização do festival envolve profissionais de arte, logística, cerimônia, imprensa, fotografia e vídeo, produção, recepção e desenvolvedores web. A programação prevê palestras, workshop, mesas redondas, exposições, shows, concursos e seminários.

Todas as informações sobre os três dias de programação estão no site http://inkedtattoofestival.com.br/, que traz também revelações desconhecidas da maioria do público sobre a origem dessa arte corporal primitiva que simboliza expressões, rituais e manifestos socioculturais.

Segundo Elaine Valdez, o evento exalta a cultura tribal e também desnuda alguns mitos e comportamentos sociais. “A tatuagem hoje é uma forma de expressão de tribos: as tribos urbanas. Alguns povos orientais primitivos faziam da tatuagem um manifesto social, religioso e místico. Marcas e sinais eram elementos de um rito, faziam com que o homem se tornasse parte de um todo, que o identificasse como integrante daquela sociedade, daquela tribo”.

Já no mundo ocidental “a tatuagem não era vista como uma forma de expressão, não era aceita. Considerada como uma infâmia e marginalizada, foi tida por muito tempo como um gesto de rebeldia. Da margem ao centro, hoje o cenário mudou. A tatuagem hoje é uma forma de expressão”, destaca a promotora do Inked Tatoo Festival.

A festa de abertura terá a participação de banda e DJ Magão Ramires. A primeira palestra do evento vai abordar “A pela ancestral – Um olhar sobre a pintura corporal indígena”, com o professor José Sarmento Nogueira. Wokshop vai ensinar como consertar máquina de tatuagem e mesa redonda abordará inscrição na “pele” e perspectivas de turismo, inovação e estranheza em Mato Grosso do Sul, com os doutores Milton Mariani, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Cleonice Alexandre le Bourlegat e Josemar Maciel, da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). O primeiro dia prevê ainda palestra da artista plástica Ana Ruas com o tema “O Lugar que habito e as profundas arquiteturas efêmeras”.

A cientista social Cláudia Machado, autora da pesquisa Antropologia do Consumo e Mídias Sociais vai abordar a desconstrução do mito da modificação corporal, e André Meyer, um dos precursores do Body Piercing, falará sobre a introdução da modificação corporal no mundo moderno.

O público também conhecerá detalhes da tatuagem sagrada e outras formas de inscrição corporal, além da origem do nome inglês “Tatoo”.

O palestrante José Sarmento Nogueira, um dos convidados para o evento, lembra que “existe uma associação entre tatuagem e mau caráter que, felizmente, mostra-se como um lugar comum e cada vez mais questionado”. Sua palestra deve contribuir para “aumentar o nosso repertório crítico, mostrando a importância das inscrições corporais, falando a partir das experiências originárias na formação do Brasil. As nações originárias são muito caprichosas no que se refere a pinturas corporais”.

Dessa forma, esse será um festival que desafia mesmo a imaginação das pessoas mais intelectuais e se impõe, em cores, formas e significados. “Tomando contato com o conteúdo das pinturas corporais “indígenas”, todos poderão apreciar a sua profunda simplicidade. Ou a sua simples profundidade da beleza corporal para além dos padrões ditos “tradicionais” e que, na verdade, não o são, nem um pouco”.

“À primeira vista a tatuagem e o sagrado ou, ao menos, a religião, não se dão muito bem. Ao menos até mergulharmos no mundo de algumas religiões que pensam a relação entre a pele e as profundidades do coração humano como sendo transmissível através de pinturas e inscrições importantes, rituais, sagradas ou mesmo decorativas. Por que a pele humana não pode ser um lugar de revelação da beleza e eventualmente do pensamento do sagrado? Mostraremos que essa relação, entre a religião e o tatuar-se, é bem mais complexa e atraente do que parece”, destaca Josemar de Campos Maciel, professor da UCDB.

Mesa redonda com Milton Mariani (UFMS) e Cleonice Alexandre le Bourlegat (UCDB) vai mostrar que a proposta é desnaturalizar a “pele”. Turistas do mundo todo vêm a Mato Grosso do Sul para conhecer o que se tem feito de novo utilizando recursos locais, mobilizando populações e iniciativas locais.

“Teremos uma breve exposição acerca da importância e visibilidade de diversos arranjos de artesanato, especialmente usando material local, como couro de peixe, osso de boi e pirografia em madeira, bem como uma discussão acerca do estado da “pele” do MS: a construção do território, suas mazelas, perspectivas de inovação e empreendedorismo, com sugestões concretas e importantes para quem queira empreender em geral, mas em particular no sentido de inscrições na pele do Estado”.

Fonte: Portal da Educativa

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