Memória: Hermano Henning encontra amigos em Campo Grande e conhece Bonito

De férias, o jornalista Hermano Henning, apresentador do Jornal SBT Manhã, passou por Campo Grande nessa sexta-feira, onde almoçou e conversou com amigos de profissão, entre eles Bosco Martins e Edmir Conceição. Henning, além de jornalista, é criador de cavalos em Guararapes, sua cidade natal no interior de São Paulo. Muitos profissionais que participaram e ainda fazem parte da trajetória profissional do jornalista se conheceram no interior de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Henning e Bosco Martins, encontro de gerações: jornalismo nas décadas de 1970 e 1980

O jornalista, que foi um dos primeiros correspondentes internacionais da Rede Globo, está passeando pelo Estado junto com a esposa, a fisioterapeuta Cássia Miranda. Considerado um dos ícones da correspondência estrangeira na televisão, ao lado de Hélio Costa e Lucas Mendes (Nova Iorque) e Sandra Passarinho (Londres), ele lembra que sua ligação com Mato Grosso do Sul remonta a quase meio século, recordando que já passageiro do velho Trem do Pantanal, que saia de Bauru (SP) com destino a Corumbá Antes de enfrentar uma câmera de televisão ele passou por emissoras de rádio, jornal e revista.

Henning já esteve em Corumbá a trabalho e quer aproveitar os períodos de folga para conhecer mais Mato Grosso do Sul. Mas o que o trouxe ao Estado, além da vontade de conhecer Bonito, é a expectativa de rever um primo seu, chamado José Prado Pereira (Zezé Fica), que não vê há mais de 40 anos. A visita mais recente em Mato Grosso do Sul foi há mais de cinco anos, quando fez palestra em encontro de jornalistas promovido em Três Lagoas.

Bosco passa as coordenadas para Henning de como chegar de carro a Bonito

Mas a vontade é voltar a Aquidauana, uma referência de infância. “Tenho algumas recordações. Eu saia de trem de Araçatuba ou Guararapes, duas cidades muito próximas no interior de São Paulo, e levava quase dois dias para chegar a Aquidauana na antiga Noroeste (NOB – Estrada de Ferro Noroeste do Brasil). Depois quem comecei a estudar em São Paulo perdi o contato. Ele tinha uma oficina, agora presta serviços às propriedades rurais, fornecendo algum tipo de insumo”, contou Henning durante almoço com Bosco, Edmir e Cláudia Trimarco.

Nas férias em MS, Henning e a esposa vão conhecer Bonito, onde ficará hospedado no Hotel Fazenda Rio Formoso, do amigo Bosco Martins. O roteiro até Bonito é por Sidrolândia, Nioaque e Guia Lopes da Laguna. Na volta para Campo Grande, o casal segue por Bodoquena, passa em Miranda e chega a Aquidauana, onde Henning conta com um apoio muito especial para reencontrar o primo. Durante o almoço, ele conversou por telefone com o deputado estadual Felipe Orro, que sinalizou a hipótese de já ter se avistado com o primo do jornalista.

Henning pose para foto após almoço com time da TVE

Segundo Bosco Martins, Henning recordou episódios vivenciados com Sérgio de Souza Corrêa, fundador da Revista Caros Amigos e José Hamilton Ribeiro, do Globo Rural “Fico muito feliz de receber Hermano Henning, eu que também sou oriundo do interior de São Paulo e muito cedo entramos em uma emissora de rádio. Henning é uma referência, ele e outros ícones da correspondência estrangeira eram praticamente uma marca dos telejornais da Globo”, disse Bosco Martins.

Aos 70 anos completados no último dia 12 de outubro, Hermano Henning não fala em parar. Além de apresentar o jornal da noite do SBT, ele apresenta o Horse Show Brasil para o Canal Rural. Nesse programa, atua com ele um cinegrafista de Mato Grosso do Sul – Alci da Costa Leite, da antiga Free Produções.

Trajetória

Correspondente internacional da Globo na Alemanha, em 1977, Hermano Henning participou de coberturas marcantes como a morte de Charles Chaplin e a guerra Irã-Iraque.

Hermano Antonio Henning nasceu na cidade de Guararapes, no interior de São Paulo, em 12 de outubro de 1945. Filho de imigrantes alemães, iniciou sua carreira profissional como jornalista numa rádio de Guararapes. Em 1965, mudou-se para São Paulo e foi trabalhar na Rádio Difusora de Guarulhos, ao mesmo tempo em que cursava a faculdade de direito, também em Guarulhos.

Depois de formado, conseguiu uma vaga de repórter na revista Veja e passou a escrever também para o jornal O Estado de S. Paulo. Em 1976, viajou como enviado especial da revista Veja para acompanhar as eleições na Alemanha. Naquele país, foi convidado a trabalhar como locutor em português da Deutsche Welle, rádio de notícias alemã com transmissão para mais de 30 países em todo o mundo.

Hermano Henning deixou a revista Veja em 1977 e foi convidado por Luiz Carlos Sá e Armando Nogueira para ocupar o cargo de correspondente internacional da Globo na Alemanha. “Armando Nogueira havia coberto a Copa do Mundo de 1974, era fã dos alemães. E se entusiasmou com as matérias que eu mandei inicialmente. E eu não tinha cinegrafista, não tinha nada”, lembra. Ainda na Alemanha, ganhou a companhia do cinegrafista Mário Ferreira, recrutado na redação do Globo Repórter. Pouco depois, a dupla foi transferida para o escritório de Londres. Participaram de coberturas marcantes, como a do enterro do ator e diretor Charles Chaplin na Suíça (1977), do sequestro e execução de Aldo Moro pelas brigadas vermelhas na Itália (1978), da Revolução Iraniana (1979) e dos Jogos Olímpicos de Moscou (1980).

Ainda na Europa, cobriu a morte do Papa Paulo IV e a eleição do pontífice João Paulo I, que morreu um mês depois. O Vaticano realizou, então, uma nova eleição e escolheu o polonês Karol Wotjlia, que adotou o nome de João Paulo II em homenagem ao seu antecessor. Hermano Henning voltou a Roma a tempo de cobrir a primeira aparição pública do novo Papa. Conseguiu, ainda, uma declaração exclusiva, na qual João Paulo II saudou o Brasil e anunciou que faria uma visita ao país. A matéria foi exibida no Jornal Nacional e noticiada na primeira página de O Globo.

No final da década de 1970, participou de outras coberturas internacionais importantes, como a guerra Irã-Iraque. O repórter acompanhou o conflito, inicialmente, da cidade de Amã, na Jordânia, e depois de Bagdá. “A minha experiência no Oriente Médio foi bastante intensa. Eu fiz várias incursões no território iraniano com as tropas do Iraque”, lembra. Voltou para o Brasil no início da década de 1980, e trabalhou durante um ano na redação do programa Fantástico.

Em 1983, transferiu-se para a TV Aratu, na Bahia. Logo depois, foi convidado pela Globo para participar de várias reportagens internacionais, como a cobertura da guerra civil em Angola, da guerra das Malvinas e da primeira expedição brasileira à Antártida. Nessa última, Hermano Henning e o repórter cinematográfico Orlando Moreira viajaram durante dois meses a bordo do navio Barão de Teffé.

Hermano Henning deixou a Globo em 1989. Transferiu-se então para o SBT, sendo um dos responsáveis pela criação do escritório da emissora em Washington, nos Estados Unidos. Foi âncora do Telejornal Internacional. Três anos depois, voltou para a Globo, para trabalhar como correspondente em Nova York. Nessa época, participou das coberturas da morte de Tom Jobim e do atentado de Oklahoma.

Em meados da década de 1990, retornou para o SBT, onde apresentou o Jornal do SBT e, a partir de 2005, o Jornal do SBT – Manhã. É o apresentador, ainda, de um programa sobre esportes equestres, o Horse Brasil, exibido pelo Canal Rural.

Fonte: Assessoria de Comunicação RTVE. Fotos: Rogério Medeiros.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *