14 de Setem

VIVER

Um cemitério a céu aberto no Pantanal. Na companhia de biólogos que atuam no salvamento de animais, o Estadão esteve em áreas às margens da estrada com dezenas de serpentes carbonizadas. A única estratégia para poupar vidas de animais que ainda não foram consumidos pelas chamas é espalhar alimentos e água por locais estratégicos. São as ONGs, entidades empurradas por trabalhos de voluntários, que mais se dedicam à tarefa. As chamas ainda avançam nos últimos redutos de onças no Pantanal.

Os testes da vacina contra Covid-19 desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Oxford em parceria com o laboratório sueco AstraZeneca, que estão na última fase, serão retomados hoje no Brasil. No sábado, a farmacêutica anunciou a retomada geral dos testes, mas não detalhou as conclusões sobre o caso de efeitos adversos em uma voluntária.

O Brasil registrou 389 mortes pela Covid-19 confirmadas nas últimas 24 horas, chegando ao total de 131.663 óbitos desde o começo da pandemia. Com isso, a média móvel de novas mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 711 óbitos, uma variação de -18% em relação aos dados registrados em 14 dias. No número de casos, foram 14.294 foram confirmados no último dia, uma variação de -32% em relação aos registrados em 14 dias segundo a média móvel. São 4.330.152 brasileiros com o novo coronavírus desde o começo da pandemia.

COTIDIANO DIGITAL

O SoftBank anunciou a venda da britânica Arm Holdings para a empresa norte-americana de chips Nvidia numa operação de US$ 40 bilhões. O preço também reflete o desempenho aquém do potencial da empresa britânica sob o guarda-chuva do grupo japonês. Para a Nvidia, que recentemente ultrapassou a Intel para se tornar a fabricante de chips mais valiosa do mundo, o negócio consolidará ainda mais sua posição no centro da indústria de semicondutores.

A Oracle diz por aí que ganhou um acordo para gerenciar as operações de nuvem do TikTok nos Estados Unidos. Os rumores de que a Oracle participaria do processo de licitação para adquirir o serviço existiam, mas o The Wall Street Journal relatou que a empresa foi selecionada como uma “parceira de tecnologia”, o que é diferente de uma venda direta. A notícia de um acordo com a Oracle veio uma hora após a Microsoft anunciar que desistiu de adquirir o TikTok depois que sua oferta foi rejeitada pela ByteDance. A Oracle tem um histórico de colaboração com o governo dos Estados Unidos, o que torna sua parceria com o TikTok um movimento estratégico em meio à crescente oposição chinesa que atravessa a Casa Branca e o Congresso.

CULTURA

Pois é… a estreia de Mulan, da Disney, não foi bem na China. Arrecadou U$ 23,2 milhões.  Ao todo, Mulan está em 17 mercados, acumulando U$ 37,6 milhões até agora. A empresa não divulgou dados de audiência.

Dirigido por Niki Caro, o live-action traz a popular atriz chinesa Liu Yiefei no papel principal. No final do ano passado, Mulan tornou-se objeto de controvérsia depois que Liu expressou seu apoio à força policial de Hong Kong durante manifestações. Seus comentários provocaram uma reação acalorada nas redes sociais sob a hashtag #BoycottMulan. Nas últimas semanas, a campanha online foi retomada.

Mudando de assunto, o Hulu está se preparando para lançar I Am Greta, um documentário que acompanha a ativista Greta Thunberg enquanto a visibilidade internacional sobre suas ações aumenta. Veja o trailer. A estreia será no dia 13 de novembro.

ECONOMIA

A dívida pública do Brasil deve ficar acima de 100% do PIB até, pelo menos, 2030. É o que diz o estudo feito para o BID pelos economistas Marco Bonomo e Paulo Ribeiro, do Insper, e Claudio Frischtak, da Inter.B Consultoria. Eles traçaram cenários para a trajetória fiscal do país. No cenário mais conservador, consideram que os gastos emergenciais do governo para lidar com a pandemia de Covid-19 ficarão restritos à 2020 e o teto fiscal será respeitado em 2021. Nele, a dívida atinge um pico de 107% do PIB em 2025 e depois recua gradualmente até cair para baixo de 80% em 2036. No cenário mais agressivo, os economistas estimam um acréscimo de R$ 100 milhões no teto de gastos a partir de 2021 e a mudança do indexador das despesas a partir de 2026. O resultado dessa simulação é uma trajetória explosiva da dívida pública, que cresceria sem parar até 2029, quando atingiria um pico de 115,5% em relação ao PIB. (Folha)

Falando no BID, Mauricio Claver-Carone foi eleito, no sábado, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Claver-Carone é conselheiro de Trump para a América Latina. É a primeira vez que um americano presidirá o banco em seus 61 anos. O Brasil chegou a lançar Rodrigo Xavier, ex-presidente do UBS e do Bank of America no Brasil, como candidato, mas não obteve o apoio de Trump. Acabou apoiando o o candidato americano, frustrando assim os planos argentinos de adiar a eleição. (G1)

Pedro Malan: “A Lei de Responsabilidade Fiscal foi, desde o início, contestada por aqueles, numerosos, que acreditam que a responsabilidade fiscal é incompatível com responsabilidade social e com crescimento econômico. Trata-se de grave equívoco, traduzido de forma eloquente na famosa expressão “gasto é vida”. […] As consequências foram contundentes: a taxa de crescimento médio anual do PIB nesta segunda década do século 21 será praticamente zero, a renda per capita do brasileiro em 2020 será inferior à de 2010. Não foi, está claro, por falta de aumento do gasto público, que superou em muito a inflação e o crescimento real da economia. Não pode haver dúvida de que essas pressões continuarão, até porque incluem razões legítimas, que têm que ver com nossas deficiências nas infraestruturas física e humana (educação e saúde) e com a necessidade de combater a pobreza e a assimetria de oportunidades que está na raiz da desigualdade social que caracteriza o Brasil, tão dramaticamente escancarada pela Covid-19. Os três níveis de governo estão próximos do limite de sua capacidade – de tributar, de bem gastar, de se endividar, de reformar, de gerir, de investir. Que não nos deixemos abater por desalento, desencanto e excessivo ceticismo.” (Estadão)

José Paulo Kupfer: “Não adianta perder tempo explicando que a alta atual nos preços de alguns alimentos é um choque de oferta, não um surto inflacionário. Nem adianta também lembrar que os remédios para uma coisa são diferentes dos aplicáveis para a outra. E que seria um desastre adotar as políticas corretivas de uma na outra. Quem vai ao supermercado tem certeza de que se trata de inflação o que lê nas etiquetas das gôndolas. Se índices ao consumidor, como o IPCA, estão no chão, azar dos índices. Não importa muito, nesse caso, se, enquanto alimentos, estão com preços em alta, outros preços encontram-se em baixa – e alguns, como muitos serviços, em contração. Preços de alimentos são, por natureza, mais voláteis. Se o que ocorre é inflação, ou seja, se é uma alta generalizada de preços que está em marcha, a solução padrão de mercado é subir juros e cortar demanda. Valeria um enredo de filme de terror imaginar o desastre de uma política dessas, neste momento. Preocupações com inflação, porém, não devem ser jogadas no fundo da gaveta. Não é de hoje que IPAs (índices de preços no atacado) descolaram dos IPCs (índices de preços ao consumidor), mas hoje essa diferença é recorde. Esse é um sinal de alerta para possíveis pressões inflacionárias em 2021”. (Poder360)

Fonte: Meio

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