Manoel de Barros: Três momentos com um gênio
Entrevista publicada na edição 117 de Caros Amigos, em 2008, uma das raras vezes em que o poeta recebeu jornalistas em sua casa – em geral, preferia responder às entrevistas por escrito.
Por Bosco Martins, Cláudia Trimarco e Douglas Diegues
“Eu não caminho para o fim, eu caminho para as origens”
O mito se encontrava apoiado na balaustrada da embarcação, olhando andorinhas que se dirigiam ao pôr-do-sol. A cena se passa na década de 40 e o encontro se deu num barco no “mar paraguaio” do Pantanal sul-mato-grossense. Transbordando encantamento, o rapaz franzino se aproxima do grande escritor, que todo aristocrático se abanava num leque. “Andorinhas encurtam o dia.” Ao fazer o verso de improviso, iniciou-se naquele momento a amizade entre o poeta e o seu mito.
As semelhanças entre Guimarã