A Noite é Morna…
... a noite é morna,
perfumada e doce,
como o sonhado hálito
embriagante das sereias
O céu um fundo
azul escuro,
todo crivado
de cintilantes botõezinhos,
parece uma
cristalizada chuva
de fragmentos argentinos.
A brisa,
muito docemente,
subtraindo nesta edênica
carícia osculante,
o olor sutil do poetismo,
que arrasta
a nossa pequenina alma,
a gozar desta deleitante
suavidade natural.
Tudo é convidativo,
Tudo é atraente,
tudo é arrebatador
e extasiante
neste inebriante
misticismo ínsito!
A lua,
um tanto romântica,
qual medrosa namorada,
toda vestida de branco,
sorrateiramente,
de quando em vez,
crespando suas finas
e delicadas mãozinhas de alabastro,
a negra cortina etérea
de sua alcova,
lança um olhar vago,
demorado e triste,
como se cismasse
num l