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Chile e Brasil vivem dilema entre a extrema-direita e a esquerda

No  próximo dia 21, os chilenos vão às urnas para escolher seu novo presidente. E, nos últimos trinta dias, um político de extrema-direita até então pouco conhecido chamado José Antonio Kast saltou da quarta para a primeira posição nas pesquisas.

Na última segunda-feira, a Câmara dos Deputados aprovou a abertura de processo de impeachment contra o atual presidente, Sebástian Piñera, que está a quatro meses de terminar seu segundo mandato.

Há apenas alguns meses, em maio, os mesmos chilenos elegeram uma Assembleia Constituinte de esquerda, em grande parte composta por pessoas que nunca militaram na política partidária. Tendo começado há três meses, a Constituinte conta com parcos 30% de apoio popular.

Não bastasse, ainda há tensão nas ruas e o temor de novas explosões sociais existe.

É como se, num só ano, o Chile vivesse o que o Brasil passou em 2013, 16 e 18 — tudo ao mesmo tempo e com, ainda por cima, uma Constituição nova sendo escrita.

É uma panela de pressão. E, ainda assim, o que acontece lá bem serve como espelho para cá. Compreender o jogo político no Chile pode nos falar muito sobre o Brasil de hoje e, talvez, sobre o que esperar para as eleições presidenciais aqui no ano que vem.

É uma montanha-russa.

ORÇAMENTO SECRETO 

Nem mesmo o placar de 8 a 2 no Supremo Tribunal Federal (STF) faz com que o Congresso desista de continuar usando o orçamento secreto e de manter em sigilo os beneficiários dos gastos já feitos. Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), articula um projeto que trata exclusivamente de mais transparência de agora em diante e, na prática, mantém nas mãos do governo, de Lira e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o controle sobre a liberação de verbas, escolhendo que deputados são beneficiados com a execução de emendas em detrimento de outros. Esse foi um dos pontos criticados pela ministra Rosa Weber na liminar que suspendeu a execução do orçamento secreto. O decreto poria em prática a tese defendida pelos ministros do STF Gilmar Mendes e Nunes Marques, os únicos que votaram contra a proibição do orçamento secreto.

O Supremo, por sua vez, espera os próximos movimentos do Legislativo para julgar o mérito da ação contra o orçamento secreto. Os ministros querem se livrar desse abacaxi político e esperam medidas que deem de fato transparência ao empenho de verbas para liberar a execução das emendas.

Aliás… Falando em emendas, o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, pediu exoneração (temporária) ontem para voltar ao Congresso, onde é deputado licenciado pelo DEM gaúcho. Onyx, que vai tentar se reeleger ano que vem, quer cuidar de perto de suas próprias emendas ao Orçamento.

ANTIÉTICO 

Em cada dez servidores da União, seis já testemunharam atos antiéticos ou corrupção explícita no ambiente de trabalho, segundo pesquisa encomendada pelo Banco Mundial. Com garantia de anonimato, foram ouvidos 22.130 servidores, entre abril e maio deste ano, com apoio da Controladoria-Geral da União e do Ministério da Economia. O desvio mais comum é o uso do cargo para ajudar amigos e familiares. Metade dos ouvidos disse não ter segurança para denunciar as irregularidades. Somente 33 comunicaram os malfeitos; deles, 41% disseram que as denúncias não deram em nada, e 27,4% afirmaram terem sofrido retaliação.

FILIAÇÃO

Com ares de convenção partidária, a filiação do ex-ministro Sérgio Moro ao Podemos na quarta-feira teve um detalhe que chamou a atenção: a presença de antigos aliados do presidente Jair Bolsonaro, adversário de Moro nas eleições do ano que vem. Pelo menos dois outros ex-ministros foram prestigiar o antigo colega, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que comandou a Secretaria de Governo, e Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde. Mandetta, aliás, é filiado ao DEM, futuro União Brasil, e visto também como potencial candidato ao Planalto. Pelo menos quatro deputados federais eleitos na onda bolsonarista em 2018 também compareceram.

Bolsonaro procurou não dar sinais de ter sentido a potencial entrada do próprio ex-ministro da campanha. Pelo contrário. Conversando com apoiadores, o presidente ironizou o discurso de Moro, dizendo que o antigo juiz da Lava-Jato “não aprendeu nada” no período em que ocupou o Ministério da Justiça, sem dar mais detalhes.

STF

O STF começa a julgar hoje uma ação movida pelo procurador-geral da República para impedir que as Defensorias Públicas requisitem documentos como certidões e perícias a autoridades. Aras alega que o mesmo direito não é garantido aos advogados comuns. Já os críticos da ação dizem que ela amarra a atuação das defensorias, única forma de acesso dos mais pobres à Justiça

CULTURA 

Autor de pelo menos 500 canções, explorando os mais diversos gêneros poéticos, o cantor e compositor Gilberto Gil, de 80 anos, foi eleito ontem para a cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Gil não será o primeiro letrista brilhante da MPB da ABL, fará companhia a Antonio Cicero e Geraldo Carneiro, mas é o primeiro músico e cantor, além de, como negro, aumentar a ainda ínfima diversidade étnica da Casa de Machado de Assis, outro negro, aliás. Tão importante quanto sua obra artística é sua ação política pela Cultura, da qual foi ministro entre 2003 e 2008.

Fiódor Dostoiévski

Ele nasceu há 200 anos, viveu em um dos países mais frios do mundo e, ao morrer aos 60 anos, já era um gigante da literatura universal. E eis que os brasileiros estão redescobrindo a obra do russo Fiódor Dostoiévski, um dos autores mais buscados no Google por aqui. Para a também russa Elena Vassina, professora das Letras Russas na USP, não chega a ser surpresa, já que, segundo ela, a diferença entre os dois povos não vai além do termômetro. “Nós somos, apesar da distância, muito parecidos. Rússia e Brasil estão conectados por sua imensidão de território e miscigenação de povos”, diz Elena.

Cristiana Lôbo

FOI SEPULTDA HOJE  em São Paulo, aos 64 anos, a jornalista Cristiana Lôbo, uma das mais respeitadas e queridas repórteres e comentaristas de política do país. Ela conviva há anos com um mieloma, um câncer na medula óssea, e teve a saúde deteriorada por uma pneumonia. Cristiana começou a carreira cobrindo política em Goiás, seu estado natal, antes de se mudar para Brasília. Foi colunista do Globo e do Estadão e migrou para a TV, a GloboNews, em 1997. Como lembram os amigos, ela gostava do dia a dia do Congresso e respirava jornalismo, como deixa claro em seu depoimento ao site Memória Globo: “No dia em que foi editado o Plano Cruzado, eu tinha voltado da minha licença-maternidade. Saí de casa às 7h, voltei às 23h. Cheguei a ter febre. E nesse dia o bebê não mamou.” Amigos, colegas e políticos lamentaram, aliás, lamentamos, a perda de Cristiana.

ECONOMIA

Deputados e senadores aprovaram ontem em sessão no Congresso Nacional o projeto que remaneja R$ 9,3 bilhões do orçamento do Bolsa Família para o Auxílio Brasil. O plano do governo para o pagamento de R$ 400 para 17 milhões de famílias ainda depende da aprovação da PEC dos precatórios, que vai começar sua tramitação no Senado. Como o antigo programa de transferência de renda deixa de existir, a ação legislativa foi necessária para utilizar os recursos. Os parlamentares também aprovaram a proposta que altera o Plano Plurianual (PPA) e prevê uma reserva de R$ 76,4 bilhões para o Auxílio Brasil até 2023.

Tereza Campello e Bruno Moretti: “A proposta do governo é absurda em todos os sentidos. É equivocada no mérito, pois o desenho do projeto é burocrático, complexo e disruptivo, gerando deseconomias, e é insustentável, pois, para contornar regras básicas de finanças públicas, leva a um programa cujos valores adicionais expiram em dezembro de 2022, criando-se a possibilidade concreta de redução da renda dos mais vulneráveis.” (Folha)

Por falar em Auxílio Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que a equipe econômica sofreu uma “pressão” enorme da ala política por conta do programa social. “A pressão política foi imensa em cima da Economia. A equipe econômica queria fazer um auxílio de R$ 300, dentro do Orçamento, tudo certinho. A política pressionando por R$ 600. E o presidente Bolsonaro cortou ali em R$ 400. Eu alertei que isso não caberia no teto (de gastos)”.

DESONERAÇÃO

O governo também anunciou que vai prorrogar por mais dois anos a desoneração da folha de pagamento. De acordo com o presidente Jair Bolsonaro, a decisão foi tomada após reunião com Paulo Guedes, com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e empresários. A desoneração da folha, que está prevista para acabar no fim do ano, permite às empresas substituir a contribuição previdenciária, de 20% sobre os salários dos empregados, por uma alíquota sobre a receita bruta, que varia de 1% a 4,5%. Representantes de setores afirmam que a decisão favorece a recuperação da atividade econômica.

Enquanto isso, as vendas do comércio no Brasil caíram pelo 2º mês seguido e o setor fechou o 3º trimestre no vermelho.

COTIDIANO DIGITAL

Começou ontem a 13ª edição da Campus Party, feira de tecnologia com conteúdo de inovação, empreendedorismo e criatividade, em São Paulo. Depois de uma edição extra 100% digital em 2020 por conta da pandemia, o evento deste ano terá uma programação em formato híbrido, com atrações online e presenciais. A CP deve seguir todos os protocolos sanitários estabelecidos pela prefeitura e governo do Estado de São Paulo, segundo os organizadores. O limite de pessoas é de 3 mil, sendo que mais de 700 pessoas poderão ficar acampadas.

Entre as atrações da Campus Party 2021, o evento terá o Maker Space, para produção e fabricação de produtos, a Arena de Drones com corridas e batalhas, e o Startup 360º, para capacitação de startups. Além disso, a edição terá campeonato de Free Fire para estudantes, debates e iniciativas para desenvolvimento profissional e mais. (TecMundo)

Pois é… A crise no abastecimento de componentes de tecnologia virou motivo de preocupação para as gigantes do setor. Depois da Apple ter problemas para produzir o iPhone 13, o que impactou até mesmo em seu resultado financeiro este ano, a Sony já avisou que vai reduzir sua previsão de entrega de consoles PlayStation 5. A Nintendo também cortou sua previsão de vendas do Switch. (The Verge)

Por aqui, a falta de semicondutores fez até a Volkswagen suspender a produção de automóveis em uma fábrica do Paraná.

FONTE CANAL MEIO E BLOG DO BOSCO

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