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Orquestra Jovem do Pantanal encanta público na abertura do Festival de Bonito

Sons que transportam para um mundo de natureza esplêndida. A Orquestra Filarmônica Jovem do Pantanal, de Mato Grosso do Sul, sob a regência do maestro Eduardo Martinelli, trouxe para o público na abertura do Festival de Inverno de Bonito, na noite desta quinta-feira, 28 de julho, este universo da natureza, em que instrumentos não tradicionais, como apitos, faziam a transição entre uma música e outra, simulando barulhos de pássaros.

O maestro Martinelli explica que a orquestra surgiu em 2012, a partir do projeto Araras da Cidade – Músicas do Mato. O fotógrafo Thiago Lopes Quevedo registrou fotografias de araras na cidade de Campo Grande, e as fotos resultaram em álbum e CD lançado em 2012 na Bienal do Livro em São Paulo. A partir daí, o fotógrafo e a orquestra compuseram músicas que remetem à ameaça territorial que este pássaro sofre. As músicas trouxeram seu alerta ecológico e cultural para o festival.

Martinelli diz também que o mesmo também acontece com a viola de coxo, instrumento executado por ele na apresentação de hoje. “A viola de coxo, se não for cuidada, aos poucos pode ser esquecida”.

O maestro diz que o projeto é sempre fazer trabalhos vinculados a outra forma de arte, no caso desta noite, das artes visuais. A apresentação foi acompanhada de projeções de fotos das araras e também com imagens dos filmes cujas músicas estavam sendo tocadas. “Pensamos o repertório a partir do que seria atrativo para a população de Bonito”.

A orquestra é formada por jovens de Campo Grande de diversos projetos desenvolvidos por instituições que proporcionam o ensino de instrumentos de orquestra, como o Grupo de Incentivo à Cultura e Cidadania Viver Bem e Fundação Barbosa Rodrigues, entre outras.

Henrique Loureço é contrabaixista e toca na orquestra desde a sua fundação, em 2012. Começou a estudar o instrumento a partir de um convite feito em sua escola em 2009 pela Fundação Barbosa Rodrigues. “Quando eu olhei o contrabaixo eu disse: é esse [instrumento que eu quero tocar]. Ano que vem pretendo fazer Faculdade de Música, me profissionalizar. Tocar em Bonito é uma experiência única, o evento está bem organizado e ajuda a difundir a cultura no Estado e até mesmo no país, pois Bonito é uma cidade turística que recebe gente de todos os lugares”.

A violinista Lorraine Espíndola, de 20 anos, toca seu instrumento desde os nove anos e começou a tocar porque foi sorteada pela sua escola para estudar na Fundação Barbosa Rodrigues. “Comecei a aprender violino e nunca pensei em parar ou mudar de instrumento. O som dele é diferente, os outros [instrumentos] são graves”. Lorraine dançou com o maestro durante a execução da música “Mourão”, um baião do compositor brasileiro Guerra Peixe. “A gente sempre dança durante as apresentações. Eu gosto muito”.

Ela já esteve com a orquestra tocando no Festival de Inverno do ano passado, mas “hoje a energia foi melhor”, diz. “Teve mais gente que o ano passado”. Pelos aplausos e pedidos de bis, pode-se perceber que público aprovou e a expectativa é que a orquestra marque sempre sua presença nos festivais.

Autora: Karina Lima. Foto Eduardo Medeiros.

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