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Caramujo-flor: Manoel de Barros e o legado da ternura pelo desprezível

Caramujo-flor: Manoel de Barros e o legado da ternura pelo desprezível

Manoel de Barros
Matéria publicada originalmente no site CampoGrandeNews em 13 de novembro de 2014 Caramujo-flor. O desconcerto da imagem, título de um filme visto na escola, foi o convite para conhecer o mundo das grandezas do chão. O anfitrião era Manoel de Barros, que mais parecia um menino que andava plantando bananeira do que o senhor já de cabelos brancos. A ótica invertida, de quem vê no chão horizonte, fez brotar em mim a ternura pelo desprezível, uma simpatia velada pelas latas jogadas fora, pelas estradas esquecidas, pelos caramujos com vocação para flor, pelos loucos que arrastam estrelas. No universo das pequenezas, o poeta se esmera na busca pela infância das palavras. Parece que as vê nascendo, ouve seus primeiros “ais”, adivinha seus murmúrios e as transportas, docemente, na pontinha do