Campanha de recolhimento de eletrônicos expõe lado negativo da ‘tecnologia desenfreada’

Em meio a pilhas de celulares dos mais variados modelos, a máquina de escrever e a tevê de tubo parecem deslocadas. Os computadores, um grande o outro portátil, tudo vai perdendo a serventia aos poucos e o destino final acaba sendo uma lixeira qualquer, ou nesse caso, uma campanha para arrecadação de eletrônicos e eletrodomésticos, realizada pela Secretaria de Meio Ambiente de Bonito com o intuito de dar uma destinação correta aos utensílios.

Ao despejar componentes eletrônicos em lixões, há um grande risco de contaminação do solo, ar e cursos d’água e segundo estudos realizados pelo organização internacional Greenpeace, no mundo inteiro, entre pessoas de 18 a 35 anos, duas em cada três têm um celular inteligente. Em 2007, 120 milhões de unidades destes aparelhos eram comercializadas. Em 2016, este número saltou para 1,4 bilhão. E a expectativa é que em 2020, sejam 6,1 bilhões, o que corresponde a 70% da população global.

Os dados parecem um pouco exagerados, mas em algumas horas de coleta foram recolhidos oito sacos de celulares e equipamentos relacionados a eles, sem falar em tablets, computadores, modems e outros. A grande maioria, de apenas uma loja do município. A responsável pela coleta, mexe nos sacos e se surpreende com os modelos. “Nossa! Tem uns aqui que eu nunca vi na vida”. Em meio ao lixo, ela também acha produtos lacrados, como adaptadores de cartão de memória e fones de ouvido. “Esses ainda terão mais uma chance”, brinca Thais da Cruz Arruda, que trabalha na secretaria.

Já o secretário de Meio Ambiente, Alexandre Ferro, destaca que a coleta foi menor do que o esperado, mas que o objetivo é realizar a campanha mensalmente. “Eu acho que o frio assustou um pouco e também teve quem não conseguiu trazer, por causa da distância. Mas nossa ideia é promover um dia de coleta por mês nos bairros da cidade. Assim a gente fica mais perto da população e consegue atender a todos”, explica.

Ainda segundo ele, algumas empresas maiores optaram por entregar os objetos direto na secretaria ou solicitaram a coleta no local. O lixo recolhido será levado para a UTR (Unidade de Tratamento de Resíduos) onde passará por triagem e depois levado por uma empresa especializada que dará a destinação correta. “Daqui muita coisa ainda será aproveitada. O pessoal da UTR pode aproveitar o cobre para vender, entre outros, além é claro dos equipamentos que ainda funcionam e podem servir para alguém. Teve gente, por exemplo, que veio deixar algumas coisas e achou função para o lixo que os outros descartaram”, explicou.

Fora das campanhas, quem precisar descartar produtos do tipo podem levar diretamente a Secretaria de Meio Ambiente ou solicitar maiores informações pelo telefone 3255-3316.

Para saber:

O  tempo de degradação de uma pilha pode variar entre 100  a 500 anos, porém o tempo de decomposição dos metais pesados usados em pilhas e baterias é infinito.

Autora: Kemila Pellin/Portal da Educativa

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *