‘Da Vida à Poesia’ analisa relação entre obras de poeta bonitense e filósofos

Roberto Sout e Tó Silveira Soares no lançamento do livro ‘Da Vida à Poesia’

A poesia de Antonio Carlos Silveira Soares, ou simplesmente Tó, como é conhecido no município de Bonito (MS) e a Feira Literária de Bonito (Flibonito) foram tema do ensaio acadêmico do poeta, contista e jurista catarinense Roberto Saut. Denominado ‘Da Vida à Poesia’, o livro propõe uma relação entra a filosofia, a sociologia e a poesia ‘nascida na Praça da Liberdade’.

Professor de direito na Universidade Regional de Blumenau (SC) e na Unisociesc/Ânima, Roberto explica que teve acesso aos poemas de Tó e a detalhes sobre a Flibonito por materiais enviados pelo irmão, advogado Gil Sout, que atua em Bonito há mais de 50 anos.  “Há 30 anos eu conheci o poeta Tó aqui em Bonito. Aquilo ficou na minha memória, esse contato com Bonito e com pessoas bonitenses e surpreendeu receber dois livros dessa pessoa. Eu li os livros, eu trabalho na universidade, sou professor na área de direito, e olha, gostei tanto do livro que percebi o seguinte, todo mundo valoriza Carlos Drummond de Andrade, os grandes poetas e veio dois livros de um poeta da terra de Bonito que me surpreenderam”, detalha.

A obra também traz uma analise sobre a Feira Literária de Bonito, que o autor descreve como um movimento cultural que surge do sentimento coletivo. “É difícil você ver pelo Brasil afora, uma cidade que cultua, numa semana, em um período, feira de livros, levando os estudantes para a praça, para a rua, para fazer contato com autores, com a literatura, e isso é muito importante. O conhecimento tem que ser uma coisa popular, onde a comunidade possa ter acesso aos poetas, ao conhecimento, ao escritor, as letras, porque é dessa forma que vai se formando um valor coletivo de uma sociedade melhor, mais ética”, afirma.

A intenção, segundo Roberto, é que o ensaio abra uma reflexão nas universidades, sobre a importância de compartilhar o conhecimento fora dos campus. “Por isso que, academicamente eu mostrei para universidade, e esse livro está indo para cem universidades, para que elas se alertem que o conhecimento não é só na academia, não é só dentro das universidades. Que é necessário romper as muralhas e observar o que nasce na rua, principalmente, por exemplo, o que nasce na Praça da Liberdade, em Bonito, numa feira de literatura”, destaca.

Sobre as poesias de Tó, que destacam não apenas experiências pessoais, mas também situações características da região, o autor faz uma relação com Aristótoles, Zygmunt Bauman e Friedrich Nietzsche. “Eu comecei a ler os poemas e comecei a fazer uma ponte com esses filósofos e comecei a ver que o poema nascido na terra Bonito, pelo poeta Tó, tinha um sentido filosófico, tinha um sentido sociológico. E que eu comecei a descobrir que a poesia ela liberta, ela faz a gente construir a própria história. Eu comecei a perceber a relação do poeta com a terra Bonito e com a sua gente, também nessa relação que os filósofos falavam”, acrescenta.

Autora: Kemila Pellin/Portal da Educativa

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