Semana Mundial da Água: Todos os rios monitorados no Mato Grosso do Sul estão no limite dos padrões definidos na legislação

Na semana em que o Brasil sedia o Fórum Mundial da Água, a Fundação SOS Mata Atlântica apresenta o estudo “Observando os Rios 2018 – O retrato da qualidade da água nas bacias da Mata Atlântica”, um panorama sobre a qualidade da água de 10 rios, córregos e lagos do bioma no estado do Mato Grosso do Sul. Todos os 13 pontos de coleta avaliados possuem qualidade de água em situação regular, ou seja, estão longe do que a sociedade quer para os rios.

O levantamento foi realizado em 2 municípios (Bodoquena e Bonito), entre março de 2017 e fevereiro de 2018. Os dados foram obtidos por meio de coletas e análises mensais de água realizadas por 13 grupos de voluntários do programa “Observando os Rios”, com supervisão técnica da Fundação SOS Mata Atlântica. O projeto tem patrocínio da Ypê e Coca-Cola Brasil e o estudo completo, com a lista dos rios avaliados, está disponível em: https://www.sosma.org.br/quem-somos/publicacoes.

Para Tiago Félix, educador ambiental da Fundação SOS Mata Atlântica, uma região tão importante como as analisadas precisa ficar atenta à qualidade de seus rios. “Estamos falando de cidades turísticas, inclusive com seus cartões postais hídricos. Olhar para córregos ao redor de grandes rios é fator fundamental para a garantia da qualidade de água na região“, destaca.

Cenário nacional

Neste ciclo, foram avaliados 230 rios, córregos e lagos de bacias hidrográficas do bioma. Apenas 4,1% (12) dos 294 pontos de coleta avaliados possuem qualidade de água boa, enquanto 75,5% (222) estão em situação regular e 20,4% (60) com qualidade ruim ou péssima. O levantamento foi realizado em 102 municípios dos 17 estados da Mata Atlântica, além do Distrito Federal, entre março de 2017 e fevereiro de 2018.

Para Marcia Hirota, diretora executiva da Fundação SOS Mata Atlântica, esse levantamento é uma contribuição da sociedade, representada pelos voluntários do projeto engajados pela melhora dos rios de onde vivem e ao aprimoramento de políticas públicas que impactam na gestão da água limpa para todos. “Ao reconhecer os rios como espelhos da qualidade ambiental das cidades, regiões hidrográficas e países, conseguimos identificar rapidamente os valores da sua comunidade, a condição de saúde na bacia e de desenvolvimento“, completa.

“Para que os indicadores reunidos nesse estudo possam se traduzir em metas progressivas de qualidade da água nos milhares de rios e mananciais das nossas bacias hidrográficas, é fundamental que a Política Nacional de Recursos Hídricos seja implementada em todo território nacional, de forma descentralizada e participativa, e que a norma que trata do enquadramento dos corpos d’água seja aprimorada, excluindo os rios de classe 4 da legislação brasileira“, conclui Malu Ribeiro, coordenadora do estudo e especialista em Água da Fundação SOS Mata Atlântica. A classe 4 na prática permite a existência de rios mortos por ser extremamente permissiva em relação a poluentes e mantém muitos em condição de qualidade péssima ou ruim, indisponíveis para usos.

A mais recente edição do estudo “Observando os Rios“ será um dos destaques da participação da SOS Mata Atlântica no Fórum Mundial da Água. Veja a programação completa da organização no evento em: http://bit.ly/2GDeP6N.

Waldir Beira Júnior, Presidente Executivo da Ypê, celebra a parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica na realização do Projeto Observando os Rios, que completa três anos. “A parceria permite ecoar o cuidado e o respeito de nossa empresa ao meio ambiente a cada um dos 230 rios monitorados pelos engajados voluntários. A Ypê oferece a seus consumidores produtos de alta qualidade e que possuem, ao mesmo tempo, uma ótima relação custo x benefício, além de uma pegada sustentável, gerando transformação positiva enquanto cuida. Em todos os seus processos a Ypê se preocupa e trabalha com inúmeras iniciativas que visam a evitar a geração de efluentes e desperdícios”, afirma ele.

Sobre o Observando os Rios

O programa surgiu em 1991, com uma campanha que reuniu 1,2 milhão de assinaturas em prol da recuperação do Rio Tietê e originou o primeiro projeto de monitoramento da qualidade da água por voluntários, o “Observando o Tietê”. Para agregar outras bacias hidrográficas, a iniciativa foi ampliada e passou a se chamar “Observando os Rios”. Nessa fase, com o patrocínio da Ypê e Coca-Cola Brasil, o projeto conta com 3,5 mil voluntários que monitoram 230 rios nos 17 estados da Mata Atlântica 17 estados do bioma Mata Atlântica – Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo –, e Distrito Federal.

Sobre a Fundação SOS Mata Atlântica

A Fundação SOS Mata Atlântica é uma ONG ambiental brasileira. Atua na promoção de políticas públicas para a conservação da Mata Atlântica por meio do monitoramento do bioma, produção de estudos, projetos demonstrativos, diálogo com setores públicos e privados, aprimoramento da legislação ambiental, comunicação e engajamento da sociedade em prol da recuperação da floresta, da valorização dos parques e reservas, de água limpa e da proteção do mar. Os projetos e campanhas da ONG dependem da ajuda de pessoas e empresas para continuar a existir. Saiba como você pode ajudar em www.sosma.org.br.

Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica

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