sexta-feira, 12 março 2021

ECONOMIA

Em um ano desde que a OMS decretou a pandemia, o preço dos alimentos subiu 15% no país. Isso representa quase três vezes a taxa oficial de inflação que ficou 5,20% no período. Nestes 12 meses de pandemia, o preço do óleo de soja subiu 87,89%, o arroz ficou 69,80% mais caro e a batata está custando 47,84% a mais. Em 2020, o governo chegou a anunciar medidas para tentar conter a escalada, como a isenção de impostos para a importação de arroz, mas os impactos foram pequenos.

Mas… A alta dos alimentos desacelerou em fevereiro com o fim do auxílio. Subiu 0,27%, menos do que os 1,02% registrados em janeiro. A maior pressão no IPCA ficou por conta da gasolina, que subiu 7,11% no período e foi responsável por 42% da inflação de fevereiro. O índice voltou a acelerar e fechou o mês com alta de 0,86%, maior taxa para fevereiro desde 2016.

Para os próximos meses, a previsão é que a inflação suba ainda mais e chegue de 6% a 7% até julho – acima do teto da meta de 5,25%. A expectativa é de pressões ainda maiores dos preços da gasolina, que já foi reajustada nas refinarias seis vezes desde janeiro e que, sem descanso do dólar, deve manter tendência de alta.

Pois é… Esse cenário de alta no câmbio, instabilidade política e risco fiscal, contribui para aumentar o risco de estagflação no país. Ou seja, crescimento baixo da economia, enquanto a inflação aumenta. “A inflação é mais um limitador do crescimento e, em um contexto de câmbio muito depreciado, obriga o Banco Central a reagir e a subir os juros mais rápido, ou seja, retirar o estímulo mais cedo”, diz Alessandra Ribeiro, diretora de macroeconomia da Tendências Consultoria.

Analistas preveem alta de juros já na semana que vem.

POLITICA

A Câmara aprovou a PEC Emergencial em 2º turno. O texto ficou diferente do votado no Senado, mas não precisa voltar para a Casa. A principal mudança ficou por conta da retirada da proposta que proibia progressões e promoções de carreira de servidores públicos como forma de evitar uma maior desidratação da PEC.

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, disse que a promulgação deve acontecer hoje, e logo depois o governo poderá editar duas MPs para estabelecer imediatamente a volta do auxílio. Porém, as parcelas só devem começar a ser depositadas no início de abril.

Enquanto isso… O Senado aprovou um projeto de lei para tornar permanente o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). O programa de crédito foi criado em maio para ajudar pequenos empresários a enfrentar a pandemia e desde então, vinha sendo renovado. O texto ainda deve passar pela Câmara, mas congressistas pressionam por mais recursos. O problema é que ainda não há dinheiro garantido em função do teto de gastos. O programa já liberou mais de R$ 37,5 bilhões.

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