Oferenda
O poema que oferto
tem perfume cor vermelha
refletindo no espelho
Bem sabes deste sangue
que é o ranger dos
dentes de rebeldia
voluntário brigadista
que te fez mel e abelha
O poema que ofereço
é porque te sei branco
límpido e translúcido
poeta e criança
e quero contigo lembrar
os teus desejos e sonhos
De esconde-esconde
na esquina de teu labirinto
ou de cirandinha no pântano
de sua solidão
Guerreiro que escreveu o verso
armado e imortal
como quem brincava
nas tardes de begônias
no mais alto
não do planalto central
mas nas guerrilhas dos Maquis
ou nos campos de Marsella
Aqui ou lá fora
lutavas por um povo
que mora em praça pública
e não exigia e não reclamava
se o ditador
lhe importunava o sono
É deste povo que não
toca corneta
mais toca tam