Sons, cheiros, texturas e gostos fizeram as pessoas que entraram na instalação, do artista Guido Drummond aguçar, ainda mais, o olhar a ao regionalismo e a religiosidade, em um mix de informações singular
A exposição “Fé, Religiosidade e Regionalismo”, inaugurada na noite de ontem, (15) levou o público rever conceitos, de fé e religião, Uma cruz de treliças estaqueada em uma lata de tinta, cheia de entulho, foi a primeira obra vista pelos visitantes, e a partir dela, um túnel lúdico, propositalmente sem direção, levava o público a passear em meio a folhas, galhos e cerâmicas que davam o tom desafinado do vento. Imagens sacras e profanas feitas com material regional, como um anjo com asas de mandíbula e pele de cobra, ou ainda, uma pequena instalação com adereços militares. O crânio de um touro e o chão coberto de folhas e galhos dava um certo ar de ruralidade, regionalizando, de fato a instalação.
Para completar os sentidos, Waldir Rosa, dedilhou musicas regionais em tom intimista. Enquanto a mesa estava de “comer com os olhos”, com um delicioso coquetel feito pelo Massa Puro Sabores, especialmente para o evento promovido pela Fertel.
A curadora da exposição, Ana Rita Morais, ao dar as boas-vindas ao público disse que: “a arte de Guido remete a arte de Marcel Duchamp”, artista francês, precursor da arte conceitual e do Ready Made, capaz de transformar um mictório em uma fonte. Guido usa elementos da vida cotidiana em sua instalação transportando eles para o campo da arte. Como o manequim de plástico flechado no coração feito de crochê, que simboliza, dentro da exposição “A terra mãe”. Há, ainda, a imagem de Iemanjá, que na ótica do artista é a rainha do esgoto.
O diretor Presidente da Fertel, Bosco Martins, a secretária Municipal de Cultura, Melissa Tamaciro, e a gestora do Museu da Imagem e do Som, Marinete Pinheiro, participaram da inauguração da exposição.
O artista
Guido Drummond começou na arte na década de 1980 em Campo Grande e, desde então, produziu e experimentou com o regionalismo, chegando a levar seu trabalho para Portugal, onde teve um período de aprendizado e experimentação com outros artistas. Sua obra vai desde a confecção de peças ao design de interiores, algo que todo visitante de seu ateliê percebe ao conhecer o espaço e a casa de Guido, totalmente montada e decorada por ele.
Sobre a exposição
O Espaço Cultural Jornalista Aldo Olarte de Souza está aberto à visitação pública, de segunda a sexta-feira, em horário comercial. Grupos maiores, bem como turmas de escolas e outras instituições podem agendar visitações pelo telefone (67) 3318-3872 ou pelo canal Fale Conosco do Portal da Educativa.
Autor: Rodrigo Ostemberg, com informações de Daniel Rockenbach/Portal da Educativa. Fotos: Pedro Amaral.