Pavimentação da Estrada do Curê beneficia Bodoquena e o Pantanal e cria rota internacional de turismo

Pavimentação da MS-178, a Estrada do Curê, melhora o acesso às regiões e cria novas perspectivas para o turismo e o agronegócio. Foto: MS.Gov/Divulgação.

A conclusão da pavimentação de 17 km da MS-178, a Estrada do Curê, concluída e entregue nesta semana pelo governo de Reinaldo Azambuja, beneficia diretamente as regiões da Serra da Bodoquena e do Pantanal, que ganharam uma conexão rodoviária com o Mercosul e estabeleceram uma nova rota internacional para o turismo. A avaliação parte de empresários do setor, que apostam na infraestrutura viária para aumentar a procura pelo setor.

A MS-178 integra dois dos principais destinos turísticos de Mato Grosso do Sul com Paraguai, Argentina e Chile –integrantes do corredor bioceânico que, até 2022, deve ser concretizado com a ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, no lado paraguaio da fronteira, sobre o rio Paraguai.

O trecho de 17 km permitiu fazer com que toda a MS-178 fosse asfaltada, ao longo de seus 115 quilômetros (da BR-267 à MS-339), interligando de forma segura os municípios de Jardim, Bonito e Bodoquena. A 267 é também ligação com a fronteira paraguaia, ao longo de 262 km. E, pela MS-339, há um acesso de 62 km entre Bodoquena e Miranda e, dali, a Corumbá –por mais 230 km via BR-262.

“A conclusão do asfalto da MS-178, que era um sonho de 20 anos. Significa a redenção do nosso turismo”, afirma o secretário de Turismo de Bonito, Augusto Mariano. “Projetamos um futuro promissor com esse caminho pavimentado que integra a Serra da Bodoquena e o Pantanal ao Mercosul. Vamos dobrar o número de visitantes a médio prazo”, prosseguiu em entrevista ao jornal A Crítica.

Turismo e agronegócio

O asfaltamento da MS-178 e a construção da ponte de concreto sobre o rio da Prata – um projeto paralisado por 15 anos – dão acesso aos empreendimentos turísticos e ajudam no escoamento da produção do agronegócio. Ao custo de R$ 21,2 milhões, ela permitirá encurtar distâncias entre Bonito e Jardim e para Porto Murtinho, onde haverá em breve uma ponte binacional e já opera um terminal hidroviário de cargas.

Enquanto a construção da ponte sobre o rio Paraguai está sendo projetada, entre Porto Murtinho e a cidade paraguaia de Carmelo Peralta, a região da Bodoquena vislumbra um novo momento para o turismo doméstico com a pavimentação da Estrada do Curê (“porco”, em guarani), considerada vital para o setor.

Augusto Mariano destacou as ações do Governo do Estado para assegurar meios de transporte eficientes a Bonito e região, como a reestruturação do aeroporto local e os novos voos diários com centros emissores de turistas. Também citou a reconstrução da MS-178 entre o aeroporto e o centro de Bonito, com nova iluminação e ciclovia até o balneário municipal.

“As perspectivas para os próximos anos são as melhores possíveis, principalmente porque contamos com a reeleição do governador Reinaldo Azambuja”, disse o secretário. “Nunca tivemos tantos investimentos como agora em setores essenciais, exemplo da infraestrutura. A ciclovia, aparentemente uma obra simples, é da maior importância. Hoje o uso da bike cresceu muito como atividade esportiva. Tudo isso favorece e estimula a atração do turista”.

Desistências

Ao participar da inauguração do novo pavimento da MS-178, o secretário de Estado de Infraestrutura, Helianey Paulo da Silva, anunciou que Reinaldo já autorizou a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) a executar o projeto de restauração dos últimos 13 Km da estrada, entre Bonito e Jardim.

O pecuarista Odilon Teixeira, 65, da fazenda Pedra Branca – fundada no início do século passado – lembra que, antes do asfalto, a região tinha outra realidade. “Isso aqui era um atoleiro, a gente passava a noite puxando caminhão com trator”, lembra. “O asfalto era um sonho antigo, vai baixar o frete.”

Ao longo do trecho de 30 Km, prosperam fazendas de gado e agora de soja. Do lado de Jardim, pousadas badaladas promovem um turismo premiado nacionalmente e visitado por milhares de pessoas, mesmo na época de dificuldades de acesso. O gerente do Recanto Ecológico Rio da Prata, Teodison Gonçalves (o Mano), 36, conta que havia muito cancelamento de visitas.

“Se chovia, ninguém passava no Curê; os turistas tinham que desviar por Guia Lopes da Laguna (MS-382) e muitos se perdiam”, lembra. “Hoje o turista desce no aeroporto de Bonito e em meia hora chega à pousada”, acrescenta. Mano projeta um aumento de visitantes em 2019, dos atuais 35 mil ao ano para próximo à capacidade do destino, de 42 mil ao ano.

Autor: Humberto Marques, com A Crítica

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