30 Jan 2019

Vale vai encerrar barragens como a de Brumadinho

Sob pressão, o presidente da Vale, Fábio Schvartsman, anunciou ontem que a empresa vai desativar as barragens semelhantes a Brumadinho que tem no país. No período, a operação de mudança deve interromper 10% da produção da mineradora. Hoje, a Agência Nacional de Mineração conta com apenas 35 fiscais capacitados para avaliar as 790 barragens de rejeitos de minérios. (Estadão)

Schvartsman se mantém por um fio — dentro do governo, já se prepara um plano B, no qual o peso do Estado no conselho da Vale pode ser usado para destituir a diretoria. (Globo)

Morreu ontem, em São Paulo, Genival Inácio da Silva. Um dos irmãos mais próximos do ex-presidente Lula, Vavá tinha 79 anos e sofria de câncer no pulmão. Os advogados de Lula foram à Justiça pedir que lhe fosse concedido o direito previsto na Lei de Execução Penal, que considera a possibilidade de prisioneiros irem ao velório de parentes em primeiro grau. O direito existe, mas está sujeito a permissão do agente de custódia e da Justiça. A Polícia Federal respondeu que não. Durante a madrugada, a Justiça reiterou a negativa. Os argumentos incluem a falta de helicópteros da PF, deslocados para Brumadinho, os problemas para garantir a segurança do ex-presidente, e a dificuldade de organizar a logística da ida em tão pouco tempo. (Jota)

O presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, convocou para hoje a população às ruas em mais uma onda de protestos contra o governo Maduro. Um de seus objetivos é distribuir aos militares que estiverem acompanhando cópias da anistia concedida a todos que se erguerem contra o regime. À imprensa russa, Maduro afirmou estar pronto para negociar com a oposição.

Guga Chacra: “A probabilidade de uma guerra civil na Venezuela cresceu. Nicolás Maduro deve lutar para se sustentar no poder e ainda desfruta de enorme apoio dos militares, além de milícias pró-regime e mesmo de Cuba. Para completar, recebeu o suporte da Rússia, que não entraria em um conflito, mas já começou a armar o regime. A oposição segue liderada por civis contrários a um conflito. Mas há movimentos anti-Maduro, incluindo militares desertores, que podem pegar em armas para lutar. Inclusive, eles têm pedido ajuda aos EUA. Apesar de os americanos não terem a intenção de uma intervenção militar, há membros no governo Trump que simpatizam com esta ideia.” (Globo)

A Câmara dos Comuns deu permissão à premiê Theresa May para que busque um novo acordo de saída negociada com a União Europeia. Foi por muito pouco — 318 a 310. May irá a Bruxelas, mas o comando da EU já afirmou que não reabrirá as negociações.

COTIDIANO DIGITAL

Uma investigação do TechCrunch revelou que o Facebook vem desobedecendo de forma flagrante as regras da Apple para distribuir apps para iPhone que espionam o uso dos celulares. O app se chama Facebook Research, está registrado como ‘de uso interno’, e usuários que têm entre 13 e 35 anos vêm sendo estimulados a instalá-lo em troca de pagamentos que chegam a US$ 20 por mês. É um dinheiro tentador principalmente para o público alvo: adolescentes. Quem o baixa permite à rede social acesso a todos os apps que usa, as mensagens que troca, além de outros dados. A empresa vê cada detalhe de como o celular é usado. Em agosto último, a Apple baniu a distribuição de Onavo, um app também do Facebook, usado com o mesmo objetivo. Foi com detalhada descrição de como as pessoas usavam seus smartphones que o Facebook percebeu antes de todo o mercado como o WhatsApp vinha sendo utilizado por cada vez mais gente, o que levou à decisão de comprá-lo. Estes apps espiões dão uma imensa vantagem competitiva. Mas são proibidos pela Apple, que tem por marca garantir a privacidade de seus usuários. Apps de ‘uso interno’ são permitidos para que empresas possam testar, apenas entre seus funcionários, novas tecnologias. Facebook Research tem este tipo de permissão e não poderia ser distribuído para além da companhia. Driblando a Apple, porém, está sendo feito. A revelação, principalmente após o alerta feito pela fabricante do iPhone em agosto, quando baniu o outro app, deverá provocar um sério estremecimento na relação entre as duas.

A expectativa era de que os resultados financeiros da Apple, referentes ao último trimestre de 2018, seriam muito ruins. Pois não foram tanto. A empresa vendeu US$ 84,3 bilhões em equipamento e serviços. Há uma queda forte na China, e o mercado para iPhones está chegando ao ponto de saturação, com usuários escolhendo substituir seus aparelhos em prazos mais alongados. Mas outros negócios, como o de serviços — apps, games, Apple Musica e iCloud — crescem e mostram margens de lucros atipicamente altas para o setor, 62%. A Bolsa, que esperava números piores, se animou.

CULTURA

Ainda não há confirmação oficial, mas, segundo o Extra, Sandy & Junior estarão de volta depois de mais de uma década do fim da dupla. Os irmãos planejam um show para o segundo semestre deste ano em comemoração aos 30 anos da primeira aparição dos dois juntos na televisão. O evento deve acontecer no Allianz Parque, em São Paulo.

Aqui, em vídeo, a primeira vez em que a dupla apareceu na TV, cantando Maria Chiquinha.

Boa notícia para os fãs de O Diário da Princesa (trailer): pode ser que voltemos a Genovia. Durante o programa de Andy Cohen, Anne Hathaway, a intérprete da princesa Mia, garantiu que a possibilidade é real. “Existe um roteiro para o terceiro filme. Eu quero fazer. Julie Andrews quer fazer. Mas só faremos se for algo perfeito, pois amamos a história tanto quanto os fãs, então só soltaremos quando estiver pronto. Mas estamos trabalhando nisso”, afirmou.

“O Rio? É doce/A Vale? Amarga”. Os trechos do poema de Carlos Drummond de Andrade voltaram a aparecer após as tragédias de Mariana, em 2015, e agora em Brumadinho. O Globo conta a história dos versos. Intitulado Lira Itabirana, o nome do poema é uma referência a Itabira, cidade onde, em 1902, nasceu Drummond e, quatro décadas depois, foi fundada a Vale do Rio Doce. Foi publicado em 1984, na 58ª edição do pequeno jornal O Cometa Itabirano, que em seus últimos anos de vida ajudou-o a reconciliar-se com a cidade natal. Drummond havia se afastado dela justamente pela tristeza de ver a cidade mineira se descaracterizar diante das ações das mineradoras.

VIVER

Trinta e seis graus negativos. Era essa a mínima esperada em Fargo, na Dakota do Norte, ontem. A essa temperatura, a vodka congela. Os americanos em todo o meio-oeste do país estão sofrendo com o frio. E a sensação térmica deverá cair ainda mais em toda a região. Pode atingir os 50 graus negativos. Nessas condições, a pele exposta pode congelar em apenas cinco minutos. É uma situação não só perigosa, mas potencialmente mortal. A culpa é do vórtice polar— a massa de ar gelado que normalmente circula no Ártico e está mergulhando na direção sul dos EUA nesta semana. E ainda que o nome soe dramático, não é nada novo ou fora do comum. Geralmente essa massa de ar polar frio permanece acima do Pólo Norte, porque costuma ser forte, centrada e compacta. Mas às vezes o vórtice enfraquece, trazendo o ar polar frio para baixo.

O presidente americano Donald Trump resolveu usar o fenômeno para questionar a existência do aquecimento global. “O que diabos está acontecendo com o aquecimento global? Por favor, volte rápido, precisamos de você!”, zombou em seu Twitter. A Vox explica que isso é um erro. Tempo e clima são coisas diferentes — o primeiro é o que estamos experimentando no momento, enquanto o segundo é a tendência mais ampla que faz com que certas experiências climáticas sejam mais ou menos prováveis. Um mapa do Instituto de Mudanças Climáticas da Universidade de Maine mostra a anomalia diária de temperatura — ou como diferentes temperaturas globais foram comparadas a uma linha de base de 1979 a 2000 — em todo o mundo. No geral, o mundo em 29 de janeiro deste ano estava em média 0,3°C mais quente, apesar do fato de que partes da América do Norte estavam 10 graus abaixo da média. A dica: o que você vê pela janela não determina a existência ou não das mudanças climáticas.

Não são poucos os mestrandos e doutorandos que reclamam da falta de atenção de seus orientadores. Mas o iraquiano Firas Mohsin Jumaah foi, literalmente, salvo pela sua. Firas é yazidi, uma minoria religiosa perseguida no Iraque. Em 2014, ele foi para seu país natal preocupado com a segurança da esposa e seus dois filhos pequenos, dias antes do Estado Islâmico se autodeclarar um califado. Enviou uma mensagem à sua orientadora, Charlotta Turner, professora de química na sueca Universidade Lund, dizendo que se ele não voltasse em uma semana, ela poderia encarecidamente excluí-lo do programa de doutorado. Mas ela fez um pouco mais. Acionou o chefe de segurança da universidade, que a ajudou a achar uma companhia que topasse uma operação de resgate. Dias depois, o aluno e sua família foram encontrados por seis mercenários armados, divididos em dois jipes do modelo Land Cruiser. Charlotta pagou 60 mil coroas suecas (R$ 25 mil) para a equipe de segurança que o socorreu, dinheiro depois debitado do salário dele. A trama veio a público agora, após uma amiga jornalista da professora produzir um documentário sobre o caso. (Folha)

Fonte: @Meio

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