Mensageiros da fronteira: Polca, chamamé e guarânia nas vozes e ritmos de Ado, Amambai e Dino Rocha

Ado e Amambai com o filho do acordeonista Dino Rocha

Apreciadores e amantes da polca paraguaia, guarânia e chamamé, gêneros que inspiraram e ainda embalam a criação no circuito musical sertanejo, podem desfrutar duas vezes na semana da apresentação do trio Ado, Amambai e Dino Rocha, os “Mensageiros da Fronteira”. O trio se apresenta todas as quartas-feiras (a partir das 20h) e domingos (a partir das 11h) no Bar e Restaurante Indez (Rua Antônio Maria Coelho nº 3.286).

Amambai, que já formou dupla com Amambaí, lembra que a polca paraguaia e suas derivações, como o rasqueado, por exemplo, são gêneros musicais muito apreciados, tanto pelo ritmo quanto pela importância cultural, pois são heranças musicais remanescentes de um período muito mais antigo do que se imagina e têm ritmos que embalam a dança de salão e misturam gêneros campesinos (rurais) e urbanos. “São tipos de música que têm público cativo e conquistam mais apreciadores que remetem ao mundo guarani”.

Ado e Amambai já gravaram quatro discos de vinil e preparam novas produções agora em mídias digitais (CDs/DVDs). Nessa sexta-feira eles visitaram a Rádio e TV Educativa (RTVE) para falar do novo momento em suas carreiras. Em reunião com o diretor-presidente das emissoras do Estado, jornalista Bosco Martins, eles destacaram o papel das emissoras do Estado na afirmação do patrimônio cultural (material e imaterial) de Mato Grosso do Sul.

Ado (Valdemar Francisco de Souza) nasceu em Três Lagoas e começou a cantar profissionalmente com Adail em 1970 em sua cidade natal, mas já ouvia no rádio Délio e Delinha e Zé Corrêa. Adail volta a morar em Campo Grande e Ado forma uma nova dupla com Praense, gravando em seguida disco em uma gravadora de Assunção (Paraguai). Essa dupla fez muito sucesso no antigo Mato Grosso com o disco “Os Infernais” (Pula Pula Coração, gravado em 1975. Em 1979 gravou como “Irmãos Ouro e Prata” – Ado, Ramires e Luizinho – o disco “Separados na Cama”. Em 1980 ainda com os “Irmãos Ouro e Prata” – Ado, Ramires e Luizinho gravam o disco “Seus beijos valem milhões”. Em 1982, Ado forma trio com Amambai e Dino Rocha. “Os filhos da Terra” gravam o primeiro disco em 1985 (Gastando com Elas)

Amambai (Ermídio Umar) nasceu em Bela Vista e o acordeonista Zé Corrêa já contratado pela gravadora Califórnia convida Amambai e Amambaí para gravar uma participação especial em seu segundo disco, “O Ídolo de Mato Grosso”, lançado em 1969. Dessa parceria veio o disco “A Mato-grossense”. Com o sucesso da participação no disco do músico Zé Corrêa a Gravadora Califórnia lança no mesmo ano o trabalho “Os mensageiros de Mato Grosso” formado pelo Trio Amambai, Amambaí e Zé Corrêa. Era o inicio de uma carreira de sucesso. Com a dupla Amambai e Amambaí foram muitos discos: Segredo de Amor, Meu Ranchinho, Os Carreteiros do Brasil, Os Mestiços (1979), Amambai e Amambaí (1990). Em outras formações com Dino Rocha, vieram os discos “Voltei Amor” (1973), com Mbakari, “Os Mensageiros da Fronteira” (1975). Na formação atual (Os Filhos da Terra), Amamai, Ado e Dino Rocha gravam em disco em 1982 e outro em 1985 (Gastando com Elas).

Dino Rocha nasceu em Juti. Em 1965 monta em Ponta Porã o grupo 5 Nativos e em 1968 vem para Campo Grande tocar na boate Recanto das Corujas. Em 1973 grava seu primeiro disco com Amambai e Amambaí com o título “Voltei amor”. Em 1974 com o disco: Chora Sanfona – Homenagem a Zé Corrêa, grava novo disco e em seguida faz diversas gravações solos, entre elas os discos Meus Sentimentos (1975), Minha Mãe Distante (1077), Índio Mato-grossense (1978), o Ídolo do Chamamé (1979), Caraí Piano (1982), Baile Correntino (1985), Um amigo chamamé (1987), Baile Pantaneiro (1995).

Fonte: Assessoria de Comunicação RTVE/Portal da Educativa, com informações de Rodrigo Teixeira

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