10 de Junho de 2020

ECONOMIA

Paulo Guedes confirmou que vai estender o auxílio emergencial por mais dois meses. O valor, no entanto, deve ser de duas parcelas de R$ 300, em vez dos R$ 600 pagos atualmente. Caso esse valor seja confirmado, Rodrigo Maia avisou que a medida deverá ser novamente aprovada pelo Congresso. Guedes ainda disse, sem muitos detalhes, que o Bolsa Família será substituído pós-pandemia pelo Renda Brasil, um programa que incluirá informais. (Folha)

Aliás… Depois de críticas por manobrar regras fiscais liberadas apenas durante a pandemia, o governo revogou portaria que transferia R$ 83,9 milhões do Bolsa Família para a Secom. (G1)

Míriam Leitão: “O governo está falando em ampliar o Bolsa Família para que ele atenda a todos os trabalhadores informais. É um equívoco na opinião de especialistas que eu ouvi. É preciso ter programas novos para os informais, que estão momentaneamente sem renda, mas que na volta precisarão de ajuda e assistência técnica para retomar seus negócios, ou se reciclar para o trabalho. A equipe atual do Ministério da Economia não tem especialistas em política social. Mas o governo tem e eles devem ser ouvidos. O Ipea tem estudiosos sobre o combate à pobreza. Fora do governo também há especialistas, como o Ricardo Paes de Barros. Ele sugere para o pós-pandemia um programa forte de empregos e de sustentação dos pequenos negócios. Isso exigiria ter mais informações sobre a situação de cada autônomo, trabalhador por conta própria. Apenas ampliar o Bolsa Familia vai desfocar o programa e não atingir o objetivo de reativar a economia. Essa briga de um governo querendo apagar a lembrança do outro é mesquinha.” (Globo)

Os pedidos de seguro-desemprego bateram recorde: foram 960.258 em maio — maior patamar para o mês da série histórica, iniciada em 2000. O número representa um aumento de 53% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com abril, a alta foi de 28,3%. O Brasil já soma 2,2 milhões de pedidos desde março, quando começou o isolamento social. (Globo)

A pandemia tem mascarado os dados de desemprego do país. Segundo o Itaú, a desocupação pode ter fechado trimestre até abril em 16%, em vez dos 12,1% divulgado pelo IBGE. Essa diferença seria devido ao isolamento social, que tem reduzido o nível de procura por trabalho, fazendo com que o desemprego pareça menor do que é. (Estadão)

Um dos mais afetados, o emprego no setor industrial caiu 2,3% em abril e atingiu o menor patamar desde 2004. Aliás, a atividade industrial de São Paulo, que representa um terço da produção nacional, registrou queda de 23,2% em abril — maior perda desde 2002. (Globo)

Após um recorde de sete pregões em alta, o Ibovespa fechou em -0,92% em 96 mil pontos. A atenção do mercado está no Fed, o banco central dos EUA, que iniciou ontem uma reunião de dois dias para definir um novo valor da taxa básica de juros e um possível novo pacote de ajuda. Nesse cenário, o Dow Jones fechou em -1,09% e o S&P 500 em -0,78%. O dólar ficou em alta em R$ 4,89.

Enquanto na Ásia, as Bolsas fecharam sem uma direção clara. Tóquio ficou em +0,15% e Coreia do Sul em +0,31%. Já Shangai em -0,42% e Hong Kong em -0,03%. Na Europa, os índices abriram em alta ajudados por ganhos no setor bancário, mas estão sendo segurados pela reunião do Fed. Pela manhã, o FTSE 100 inglês estava em +0,60%, o CAC francês em +0,80% e o DAX alemão em +0,70%.

E a OCDE prevê que um segundo surto no Brasil no último trimestre de 2020 pode derrubar a contração do PIB de 7,4% para 9,1%.

SÃO PAULO REABRE COMÉRCIO EM MOMENTO DE ALTA DA PANDEMIA

Enquanto São Paulo autoriza reabertura do comércio a partir desta quarta e o Rio de Janeiro flexibiliza regras, o número de mortes aumenta no Brasil. Ao todo, são 38.497 óbitos e 742.084 pessoas doentes desde 26 de fevereiro, quando a doença foi diagnosticada pela primeira vez no país. Cidades do interior que reabriram as atividades econômicas nos últimos dias ou semanas registraram um aumento súbito de novas infecções e mortes causadas pelo novo coronavírus. É a maior circulação de pessoas engrossando uma segunda leva de casos. (Folha)

O país registrou ontem 1.185 novas mortes por Covid-19 e 31.197 novos casos nas últimas 24 horas, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa. Já o portal do governo voltou a divulgar o número total de mortes. Segundo a pasta, nas últimas 24h, 1272 novos óbitos foram registrados; 38.406 acumulados. Mesmo número do Conass e mesmo número da Johns Hopkins. (G1)

O número de mortes acumuladas levantado pelo consórcio é diferente do registrado pelo ministério. Isso porque estados confirmam 91 mortes por Covid-19 a mais que Saúde. Pela conta dos estados, 31.197 pessoas tiveram o diagnóstico oficializado nas últimas 24 horas, o que eleva o índice total para 742.084. Já o governo federal confirma 739.503 casos no total, 2.581 a menos que o levantamento do consórcio indica. (UOL)

Então… O comércio paulistano poderá abrir as portas entre 11h e 15h. As imobiliárias vão abrir 4 horas por dia, desde que o horário de funcionamento (abertura e fechamento) não ocorra durante o pico de movimentação. A expectativa da Prefeitura é de que hoje seja assinado o termo de compromisso com shoppings para que possam reabrir a partir de amanhã. Serão cinco setores reabertos: escritórios, concessionárias, imobiliárias e o comércio em geral, incluindo as lojas de rua. (G1)

A capital da maior cidade do país se aproxima dos 5.000 óbitos. Para o professor de medicina Domingos Alves, responsável pelo Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medina da USP de Ribeirão Preto, o passo dado em direção ao relaxamento da quarentena acendeu um alerta vermelho. “Estamos mandando a população para o abatedouro”. Mas o governo de SP, tanto estadual como municipal, sustenta que as taxas de ocupação dos leitos de UTI estão caindo. Nesta terça-feira, a taxa era de 66% no Estado e de 67% na capital —onde as autoridades afirmam que o sistema de atendimento já não corre risco de colapso como entre abril e maio. (El País)

E a curva do Brasil segue em alta. Gráfico (Financial Times)

Pois é…Após a reabertura de economia feita por governos estaduais e municipais, o Brasil teve o mais baixo índice de isolamento social desde o período de antes da decretação de quarentenas para combater a epidemia de coronavírus. É o que mostram números da consultoria In Loco que usa dados de celulares para monitorar a movimentação de pessoas.(UOL)

Enquanto isso, na Colômbia… Daniel Quintero, prefeito de Medellín, começou a preparar a segunda maior cidade do país no final de janeiro. Muitos colombianos o chamavam de paranóico. Como fevereiro passou sem casos no país, ele se perguntou se poderiam estar certos. Quando o vírus chegou em março, a província de Antioquia, da qual Medellín é capital, foi trancada – cinco dias antes da maior parte do país. Quintero agiu mais rápido do que qualquer outro prefeito. Sua biografia pode ajudar a explicar a abordagem ao Covid-19. Antes de ser político, ele vendeu bonsai e sobremesas caseiras nas ruas, tornou-se engenheiro e foi vice-ministro de informação e tecnologia de um governo colombiano anterior. (The Economist)

COTIDIANO DIGITAL

A IBM está fora do mercado de reconhecimento facial. Em carta ao Congresso americano, Arvind Krishna, presidente-executivo, diz que não irá mais utilizar tecnologia que contribua com vigilância de massa, perfilamento racial e violação de direitos humanos. Ao Verge, a companhia ainda revelou ter cessado o desenvolvimento e a pesquisa com a tecnologia. A decisão da IBM vem em meio aos protestos antirracistas contra a morte de George Floyd. Nos últimos anos, pesquisadores e organizações têm denunciado o viés racial e de gênero dos sistemas de reconhecimento facial usados por autoridades policiais. A IBM não chegou a lucrar muito com os seus negócios de reconhecimento facial. Mas, mesmo assim, a decisão é relevante já que o governo americano é um dos clientes da big tech.

E a Sony vai apresentar o PlayStation 5 e os seus novos jogos amanhã às 17h, horário de Brasília. O lançamento do novo console está previsto para o final do ano.

CULTURA

Muitos fotógrafos da vida selvagem, como Daisy Gilardini, Marina Cano, Marsel van Oosten ou Thomas D Mangelsen, criam imagens que frequentemente revelam as qualidades “humanas” dos animais: vínculos familiares, diversão, humor ou momentos delicados. “Com os gorilas compartilhando 98,4% de nossa composição genética, é mais um caso de fotografar ‘alguém’ do que ‘alguma coisa’”. É como Nelis Wolmarans descreve seu trabalho com os grandes símios. Veja.

O cinema e a literatura exercem uma forte influência na maneira como as pessoas enxergam os animais, com versões muitas vezes distantes da realidade. Tubarões não são assassinos vingativos. Cobras não são “más”. E a maioria dos pandas, não importa o que dizem os filmes, não são mestres em Kung Fu. “Transformamos os pandas em personagens engraçados e caricatos”, diz a fotojornalista da National Geographic, Ami Vitale, que fotografou os ursos por três anos na província chinesa de Sichuan. “São animais muito esquivos, quietos e solitários”. Ela fala sobre a experiência num TED.

O trabalho fotográfico de Nick Brandt também está mudando a maneira como as pessoas vêem o mundo natural. Seu último projeto em grande escala, This Empty World, mostrou animais selvagens (incluindo elefantes, hienas e rinocerontes) em ambientes humanos perturbadores. Cada imagem foi criada a partir de dois momentos capturados com semanas de diferença no sul do Quênia. Conheça o trabalho de fotógrafos que estão mudando a maneira como vemos os animais. (BBC Culture)

Banksy, artista de rua e uma das figuras mais influentes de Bristol, propôs uma nova apresentação da estátua de Edward Colston, que foi derrubada por algumas pessoas num acerto de contas com o passado imperialista do Reino Unido. “Eis uma ideia que serve tanto àqueles que sentem falta da estátua de Colston quanto àqueles que não sentem”, disse Banksy no Instagram. “Nós o erguemos da água, colocamos de volta no pedestal, amarramos cabos ao redor de seu pescoço e encomendamos estátuas de bronze de tamanho real de manifestantes no ato de puxá-lo para baixo. Todos felizes. Um dia famoso relembrado”.

O artista já havia reagido ao acontecimento que desencadeou os protestos globais: o assassinato do negro norte-americano George Floyd. Ele publicou uma obra de arte que retrata a bandeira dos Estados Unidos sendo incendiada por uma vela que forma parte de um memorial a uma figura negra anônima em silhueta.

Fonte: Meio

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