Visão municipalista de Reinaldo ameniza crise nos municípios, diz presidente da Assomasul

A crise econômica que assola o país e reflete nos municípios pode ter seu impacto amenizado em Mato Grosso do Sul “pela visão municipalista do governador Reinaldo Azambuja”, disse o presidente da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul), Juvenal Neto (PSDB), durante encontro com o diretor-presidente da Rádio e TV Educativa (RTVE), jornalista Bosco Martins. Segundo Neto, o governador, por ter sido prefeito e dirigente da Assomasul, “tem a dimensão real das dificuldades das prefeituras”.

Juvenal Neto fala sobre as dificuldades dos municípios em entrevista ao Jornal do Rádio

De acordo com o presidente da Assomasul, as dificuldades dos municípios já vinham se avolumando por conta do aumento dos encargos, a concentração das receitas públicas e redução dos repasses do Governo Federal.

Agora, com a estagnação das atividades produtivas, que reflete diretamente na arrecadação e distribuição dos recursos, os problemas tendem a se agravar. “Nosso alento é o apoio do Governo do Estado”, disse Juvenal Neto, para quem, algumas ações do Governo do Estado, embora signifiquem pouco no contexto estadual e nacional, podem fazer a diferença nos pequenos municípios, que são os mais afetados pela crise.

Jornal do Rádio

Antes da conversa com Bosco Martins, o presidente da Assomasul detalhou os problemas que estão diante das prefeituras em entrevista ao Jornal do Rádio e ao Jornal da TVE. Segundo ele, a crise afeta principalmente os pequenos municípios. Juvenal lamentou o escalonamento dos salários por algumas prefeituras, incluindo a de Campo Grande. A seu ver, além das medidas de contenção de despesas, principalmente gastos de custeio, as prefeituras estão sem nenhuma condição de fazer investimento.

Juvenal Neto, presidente da Assomasul

Juvenal Neto disse que em agosto o repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) totalizou R$ 71 milhões para divisão entre as 79 prefeituras e a previsão para setembro é que haja uma redução de R$ 10 milhões.

De acordo com dados da Assomasul, o FPM rendeu R$ 71.798.155,08 em agosto e a previsão da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) é de que haja forte queda este mês, devendo fechar em R$ 61.312.070,15, ou seja, um prejuízo de R$ 10.486.084,93.

Encargos

Segundo o presidente da Assomasul, a União transferiu muitos encargos e a responsabilidade dos municípios pelas contrapartidas de obras conveniadas aumentou exageradamente.

Juvenal Neto disse que no caso do Programa Saúde da Família (PSF), as prefeituras desembolsam cerca de R$ 50 mil por mês, mas o Governo Federal repassa R$ 10 mil. O mesmo acontece nos repasses para o transporte e merenda escolares. O custo médio é de R$ 2 por refeição/aluno e a participação do Governo Federal é de R$ 0,30.

“A conta não fecha. A saúde e educação levam 70% da receita corrente líquida. Sobram 30% para pagar o restante das despesas. Assim é praticamente impossível administrar uma cidade”, diz Neto.

A saída, segundo o presidente da Assomasul, seria o Congresso Nacional aprovar com certa urgência a proposta do pacto federativo. Um dos pontos defendidos pelos prefeitos é o aumento dos percentuais de distribuição proporcional do FPM. Atualmente, são repassados 23.5% de toda arrecadação do Imposto de Renda e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Escalonamento de salários

Levantamento feito pela assessoria técnica da Assomasul com 39 municípios, mostra que 8 prefeituras do Estado decidiram pelo escalonamento de salários devido a crise financeira.

Estão escalonando o pagamento dos servidores públicos municipais as prefeituras de Anaurilândia, Aquidauana (somente este mês), Bonito, Campo Grande, Jateí, Ladário, Rio Negro e Sete Quedas.

Ele i0nformou ainda sobre o pagamento do décimo terceiro salário “Se o repasse do FPM não reagir como nós esperamos, não temos como pagar o décimo terceiro”, afirmou.

Fonte: Assessoria da RTVE e Assomasul. Fotos: Rogério Medeiros. Colaboração: Willian Leite (Estagiário/Jornalismo).

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