Bonito, 10 de abril de 2021

JOE BIDEN

Há forças históricas se movendo nos Estados Unidos.

De tempos em tempos a maneira de compreender o mundo, o país, o Estado, muda. São arcos de décadas. Um Estado ativo foi a regra entre a posse de Franklin Delano Roosevelt, em 1933, e a ascensão de Ronald Reagan — 1980. Quase meio século. Democratas como Lyndon Johnson, republicanos como Dwight Eisenhower, o jeito de entender era o mesmo. Nos últimos quarenta anos a regra foi um Estado ausente — “a era do governo grande terminou” disse certa vez o democrata Bill Clinton.

Não mais.

Mas não é só o jeito de pensar o Estado que o governo Joe Biden está mudando. A política do século 21 até aqui tem sido, mundialmente, dominada por populistas. Governantes que fazem o discurso de que há uma elite contra o povo. O novo presidente americano é o oposto disso. Um centrista cordato, low profile, em tudo discreto — menos na ambição. Está prestes a aprovar o segundo pacote de US$ 2 trilhões. Some ambos e dá dois Brasis mais uma Argentina em PIB.

Por um lado, Biden é o anti-Reagan — quer ampliar os impostos sobre grandes corporações para distribuir renda e investir em tecnologias do futuro. Por outro é exatamente o que Reagan foi. O objetivo de um era incrementar o armamentismo para enfrentar a União Soviética onde ela demonstrava força — arsenal nuclear. O objetivo do outro é disputar com a China onde ela demonstra força — tecnologia e criação de riqueza. Os EUA se vêem como o bastião da democracia liberal no mundo. Um como o outro se alimentam da competição entre regimes.

Não se trata de nacional-desenvolvimentismo. Não há estatais, investimento de banco público em campeãs nacionais. Mas, se der certo, pode muito bem ser chamado de um novo New Deal. Se gerar crescimento, contagiará o mundo. Enquanto isso no Brasil…

JAIR BOLSONARO

The Economist, revista inglesa tida como porta-voz do neoliberalismo, publicou uma dura charge “estrelada” por Jair Bolsonaro. Enquanto um esqueleto enche a cabeça do presidente com galões “ignorância”, “obstinação” e “arrogância”, outro comenta com a Morte: “As pessoas estão erradas quando dizem que a resposta de Bolsonaro à pandemia no Brasil é (feita de) cabeça-oca.”

Meio em vídeo. A indústria da desinformação não trata apenas de fake news, de mentiras. Ela mexe com a emoção, produz opinião com cara de notícia — faz propaganda. Este Ponto de Partida traz as principais lições da live produzida pelo Meio com o grupo Derrubando Muros sobre como o bolsonarismo desinforma. Confira no Youtube.

ECONOMIA

Mesmo com pressão dos empresários, a crise do Orçamento travou a votação do programa de redução de salário e jornada. O projeto, enviado na quarta (7) ao Congresso, altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para que os custos do programa fiquem fora do teto e sem compensação. A expectativa é que a votação tivesse ocorrido esta semana, mas sem acordo, não há previsão de quando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, marcará a data. A previsão, no entanto, é que aconteça ainda este mês — o presidente Bolsonaro tem até o dia 22 para sancionar o Orçamento. (Globo)

Por falar no Orçamento… Guedes voltou a falar que o texto como está deixa o governo em uma “sombra legal”. O ministro ainda reconheceu que ocorreu erros. No texto, aprovado pelo Congresso, as emendas parlamentares foram infladas com cortes em despesas obrigatórias. Agora, a equipe econômica estuda vetar emendas produzidas pelo Congresso, mas isso desagrada parlamentares – que ameaçaram retaliações aos projetos de interesse do governo.

Apesar da crise econômica e de saúde pelo mundo, o mercado tem sentido uma alta e já acendeu o temor de uma nova bolha. A possibilidade começou a ser levantada por economistas como Nouriel Roubini, um dos primeiros a prever a crise 2008. A explicação seria que os investidores têm assumido riscos excessivos com o cenário de juros baixos e elevada liquidez global, decorrente dos pacotes de estímulo em vários países. Outros ponderam, no entanto, que os juros tendem a continuar baixos e que, no momento, não há grandes pressões inflacionárias no mundo. Mas concordam que a volatilidade deste ano deve aumentar, pressionada por variáveis como a vacina. (CNN Brasil e Globo)

Então… Em março, o Ibovespa acumulou valorização de 6%. No S&P 500, a alta foi 4,24%. O índice que calcula se as ações das empresas estão caras em relação aos lucros, equivalia a 33 no conjunto das ações do S&P 500 no final de 2020 – as duas únicas vezes em que o indicador ficou acima de 30 foram no crash de 1929 e na bolha da internet no biênio 1999-2000. (Folha)

Pois é… Já tem surgido “mini bolhas” em algumas ações e ativos, como criptomoedas, tokens não fungíveis (NFTs) e até itens colecionáveis como cartões de esportes. A combinação de mais dinheiro em caixa, por causa de auxílios governamentais, juros baixos e mais plataformas de negociações, atraiu pequenos investidores a esses investimentos. Enquanto os mais tradicionais, como ações e títulos, tornaram-se menos atraentes.

Fonte; Canal Meio, Abraji, Blog do Bosco

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