01 Nov 2018

A simbologia de prestar continência ao assessor americano

Jair Bolsonaro recebeu na quinta-feira (29) em sua casa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, o assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton. Ao recepcionar o americano, o presidente eleito do Brasil colocou-se em posição de sentido e fez um rápido gesto, levando a mão direita espalmada à têmpora direita.

A saudação, conhecida como prestar continência, é própria do meio militar. Bolsonaro é capitão reformado do Exército Brasileiro. Bolton, por sua vez, foi membro da Guarda Nacional em Maryland de 1970 a 1974. Em seguida, o americano foi membro da reserva do Exército, de 1974 a 1976.

A relação entre eles, no entanto, é civil. Bolsonaro recebeu Bolton na condição de futuro chefe de Estado – ele assume em 1º de janeiro de 2019. Bolton, por sua vez, foi enviado pelo presidente americano, Donald Trump, para participar da cúpula do G20, em Buenos Aires, e fez escala no Rio para parabenizar Bolsonaro pessoalmente pela vitória nas eleições de 28 de outubro de 2018.

O café da manhã, marcado pela informalidade e pela ausência de protocolo, teve ainda um mal entendido: o general reformado Fernando Azevedo e Silva, indicado por Bolsonaro para comandar o Ministério da Defesa, estendeu a mão a Bolton, que, em vez de cumprimentá-lo, estendeu de volta uma caneca vazia, esperando ser servido. Ao perceber a gafe, todos riram. No momento seguinte, Bolton e Azevedo e Silva se cumprimentaram apertando as mãos.

Quando o diplomata Ernesto Araújo tinha 41 anos e era apenas conselheiro no Itamaraty, publicou uma tese de 352 páginas na qual defendeu ideias bem diferentes das atuais. Aos 51 anos, ele vai chefiar o Ministério das Relações Exteriores do governo de Jair Bolsonaro a partir de 1º de janeiro de 2019.

Araújo veio a se tornar um dos mais ferrenhos críticos do PT, das esquerdas e do que ele chama de “marxismo cultural”. Entretanto, o que a tese publicada por ele mesmo em 2008 mostra é um diplomata alinhado com o petismo e com uma estratégia de relações exteriores que o partido do poder vinha então implementando.

O projeto Escola sem Partido, uma das principais bandeiras do presidente eleito, Jair Bolsonaro, tem sido questionado por educadores e estudiosos como sendo uma polêmica artificial que desvia o foco de discussões que realmente deveriam preocupar o próximo ministro da Educação. A pasta será ocupada a partir de 1º de janeiro de 2019 pelo colombiano naturalizado brasileiro Ricardo Vélez Rodríguez. Formado em filosofia e teologia, o professor associado da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) é apoiado pela bancada evangélica no Congresso e defende a iniciativa de Bolsonaro de eliminar uma suposta doutrinação moral e ideológica da esquerda nas escolas. Para Rodríguez, os brasileiros tornaram-se “reféns de um sistema de ensino alheio às suas vidas e afinado com a tentativa de impor, à sociedade, uma doutrinação de índole cientificista e enquistada na ideologia marxista”. Ele escreveu, em seu blog, que temas como “a educação de gênero” visam a “desmontar os valores tradicionais da nossa sociedade, no que tange à preservação da vida, da família, da religião” e do “patriotismo”. Ele também afirma que as provas do Enem são instrumentos de ideologização.

A economia do Brasil cresceu 0,8% no terceiro trimestre de 2018. O resultado foi encontrado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) comparando tudo que o país produziu entre julho e setembro com o trimestre anterior. Quando a comparação do Produto Interno Bruto é feita com o mesmo trimestre de 2017, o avanço é de 1,3%. R$ 1,716 trilhão é o valor do PIB brasileiro no 3º trimestre de 2018. O crescimento do terceiro trimestre é o sétimo resultado positivo consecutivo do PIB. A última vez em que houve uma variação negativa foi nos três últimos meses de 2016, quando a economia brasileira chegou ao seu pior patamar desde o início da crise.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *