Manoel de Barros: O inventor da língua de brincar

Manoel de Barros e o amigo Bosco Martins. Foto: Elias Alves.

Trechos da reportagem publicada originalmente no site da Revista Caros Amigos, em 23 de dezembro de 2014, por Bosco Martins

Sou um cara que ama brincar com palavras. Eu me criei no mato moda ave. O lugar onde me criei tinha só árvore, água e passarinhos. O lugar me inventou para fazer brinquedos. palavras, eu batizava elas a meu gosto. Sou hoje um cidadão, inventor da língua de brincar. E me comunico em livros na língua de brincar. Não há nisso metafísica?

Assim Manoel de Barros gostaria de ser lembrado. Em 19 de dezembro Manoel completaria 98 anos!! Pouco mais de um mês antes, em 13 de novembro, ele se foi. Virou passarinho, como disse uma de suas netas.

O Pantanal, lugar em que Manoel de Barros inspirou a sua poesia, não vestiu luto. Bernardo, seu inesquecível personagem/amigo, não entristeceu, comemorou sim o reencontro com o velho amigo. Nós, seres mortais, sentimos sua partida. Uns choraram copiosamente; outros releram sua obra. O Universo não ficou triste pela partida do Manoel. Ele também comemorou a criação de mais um filho ilustre. O poeta que colocou a poesia no berço da literatura universal fica eternizado em sua obra. O amigo, uma nuvem a se desmanchar ao vento. Deles, poemas e prosas, fazemos uma parte de nós.

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