04 Mai 2019

Black is beautiful

A frase ‘black is beautiful’ tornou-se parte do zeitgeist nos anos 1960, mas foi a fotografia de Kwame Brathwaite que popularizou o slogan. Incomodado com os ideais de beleza criados para afro-americanos — com penteados lisos que ilustravam a assimilação cultural e a representação de negros de pele clara em revistas negras —, Brathwaite pegou sua câmera e incentivou modelos a aparecerem como eram.

Nascido em 1938, no Brooklyn, o talento artístico do fotógrafo foi herança de dois homens: primeiro seu pai, pintor. Segundo, o tio Lionel, que morava com a família quando perdeu a metade de quatro dedos em um acidente numa prensa. Lionel se matriculou em cursos por correspondência de fotografia para continuar trabalhando e ensinou a Brathwaite o básico, como carregar a câmera e usar filme. Nenhum dos dois homens foi formalmente treinado. Também pesou a diversidade que experimentou no Harlem. Em sua própria família, ele era um americano negro, de segunda geração, descendente de índios. Nas ruas, havia uma mistura de africanos ocidentais, índios do oeste, sulistas e nortistas negros, vindos de culturas distintas. “Essa coesão diaspórica levou Brathwaite a considerar os escritos de Marcus Garvey e Carlos Cooks, que defendiam o nacionalismo negro — e, portanto, uma completa separação da sociedade branca — como forma de manter e nutrir uma identidade negra distinta.” (Artsy)

Em 1956, junto a seu irmão Elombe, criou a Sociedade Africana de Jazz-Art e Studios (AJASS) e, em 1962, a Grandassa Models. Veja um dos editoriais. No mesmo ano, realizou seu primeiro concurso de beleza, o Naturally ’62: The Original African Coiffure and Fashion Extravaganza. Os participantes, conhecidos como modelos Grandassa, não eram profissionais da moda: eram negros de cabelos naturais que usavam roupas de inspiração africana cheias de cores exuberantes.

O passo seguinte foi inaugurar o próprio studio num clube de jazz do Harlem, o Purple Manor, perto da esquina da East 125th Street com a Lenox Avenue (agora Malcolm X Boulevard). Os ingressos logo esgotaram. As apresentações Naturally continuaram até 1980, com eventos comemorativos que se estenderam até 2002. Sem surpresa, críticas surgiram mesmo dentro de sua própria comunidade.

Muito debate é dedicado sobre os perigos do ‘olhar masculino’ e de como as mulheres são capturadas através das lentes como objetos sexuais. “Para Brathwaite, eram pessoas da família que participavam de suas sessões de fotos e discutiam a política dos movimentos pan-africanistas.” Nomsa Brath (anteriormente conhecida como Helene White), cunhada de Brathwaite, foi uma das oito modelos Grandassa originais e desenhou muitas de suas roupas. “Eu tinha interesse em saber como seríamos fotografados e apresentadas”, lembra. “O sucesso de Kwame em captar a estética feminina negra nos encorajou em todas as facetas de nossas vidas, não apenas na modelagem para o público. É uma confiança que acontece quando você vê seu rosto em capas de álbuns e cartazes em todo o país e no mundo. Foi um grande momento e construímos uma grande irmandade.”

Um livro recém-lançado, o primeiro dedicado à notável carreira de Brathwaite, conta a história dessa figura chave, mas pouco reconhecida no movimento que desafiou os padrões de beleza branca. As fotografias mais marcantes também estão lá.

Beth Carvalho se foi no último dia 30 de abril, vítima de uma infecção generalizada, aos 72 anos. Completaria 73 anos amanhã, dia 5. Prevaleceu como sua alcunha a ‘Madrinha’. Zeca Pagodinho é o exemplo óbvio: o rapaz que um dia apareceu com um cavaquinho na sacola e Camarão que Dorme a Onda Leva na garganta. Caetano Veloso reforçou seu legado dizendo, num vídeo, que Beth foi uma das maiores maravilhas do Brasil. “Ela se tornou a madrinha do renascimento do samba no Rio de Janeiro. Uma das maiores expressões da nossa cultura.” Não só. No disco mais exuberante da carreira, homenageou a Bahia. Beth era muitas: “Você é o samba que nos inspira a resistir, que canta o Brasil mais profundo. Tudo é eterno na sua arte”, escreveu Daniela Mercury, dando uma dimensão maior da sua importância. “Branca de classe média, ela poderia ter ficado na praia da bossa nova e da MPB, que foi gestada em festivais como aquele de 1968 em que ela cantou Andança. Mas escolheu o samba. E uma escolha dessas não pode ser meramente profissional. Virou opção de vida, como o samba costuma exigir que seja”, escreveu Luiz Fernando Vianna (Folha).

Nelson Sargento chamou Beth de “amiga imortal” ao se despedir dela pelas redes sociais. E Fafá de Belém fez um dos comentários mais sensíveis. “Chegou menina, já imortalizando uma grande canção: Andança. Beth chegou chegando e falando para um país, de seu povo, de seu chão, de suas lutas, de sua forma de ser. Beth nunca se calou. Beth nunca deixou de ter posição. Sua voz vai fazer falta. Cantando e falando por este tão amado Brasil. Vá festejar, meu amor. Vá festejar lá em cima com Clara, e de lá torcer pra que este país melhore.” A cantora também militava e usava seu rosto em favor do que acreditava. Seja em o Salário Mínimo ou em Um Saco de Feijão, estava lá cantando as realidades do país. E ainda dizendo que Deus não castiga ninguém. Na política, era apaixonada por Leonel Brizola, para quem gravou um jingle em 2000.

Pra quem não viu… Torcedora ilustre do Botafogo, nunca escondeu sua paixão pelo futebol e, na primeira partida que o time disputou desde a sua morte, uma homenagem rolou no estádio Nilton Santos. Ao invés de um minuto de silêncio, o Botafogo fez um minuto de samba, com o clássico Vou Festejar.

Me dá teu amor… Em sua homenagem, recomendamos ouvir neste sábado o disco Madrinha do Samba ao vivo convida, disponível no Spotify. Ainda é tempo para ser feliz.

Enquanto discutimos aqui as mudanças na lei Rouanet, o mundo da música está se preparando para o fechamento do Red Bull Music Academy. Um dos mais inovadores e bem sucedidos projetos de marketing cultural, lançado em 1998 em Berlim, o RBMA é um mashup de festival de música com um programa de aceleração de startups. Até 60 artistas eram selecionados a cada ano e levados para uma cidade diferente do mundo. O festival tinha uma parte pública, com shows, festas e palestras, mas também uma segunda privada, apenas para os artistas. Com uma série de estúdios com equipamentos de última geração e o apoio de alguns dos melhores engenheiros de som, os escolhidos passavam os dias gravando, trabalhando em colaborações e participando de uma série de workshops. O RBMA tem ainda uma revista digital, e uma rádio. O projeto passou pelo Brasil em 2002 e em 2017, ambas as vezes em São Paulo.

Marc Hogan, da Pitchfork: “O fim do RBMA reflete a realidade do patrocínio corporativo na indústria da música. Mas o impressionante legado deste projeto mostra o que é possível fazer quando um investimento deste vulto é feito dando liberdade para as pessoas certas tocarem. Foi a empresa de consultoria de marketing alemã Yadastar que efetivamente construiu o RBMA, que a Red Bull vai descontinuar quando chegar o Halloween. A explicação mais simples para o fim do projeto tem a ver com o ciclo natural de mudanças internas nas empresas. Diretores de marketing duram em média menos de quatro anos no cargo e projetos de patrocínio musicais raramente duram mais do que isso. Em comparação, os 21 anos de parceria entre a Red Bull e a Yadastar foi excepcionalmente longo, e como qualquer coisa na vida, algum dia iria mesmo acabar.”

Ouça no Spotify alguns artistas que já passaram pelo projeto: Flying LotusHudson MohawkDorian ConceptNina Kraviz, os portugueses do Buraka Som Systema ou mesmo os brasileiros do Racionais MC.

Ou assista no YouTube alguma das palestras: A primeira de todas, de 1998 em Berlim, foi com Jeff Mills, um dos pais do Techno. Selecionamos cá mais algumas interessantes como a de Brian Eno, na edição de 2013 em Nova York; Erikah Badu em Madri, 2011; Bob Moog, inventor do famoso sintetizador que leva seu nome, na Cidade do Cabo, 2003 e Iggy Pop em Montreal 2016.

E falando em iniciativa longevas no mundo da música, a Pitchfork está aqui na web desde que era tudo mato.

A FUGIDIA DEFINIÇÃO DE GOLPE

No dia 28 de junho, em 2013, as ruas do Cairo, de Alexandria e outras cidades egípcias foram tomadas por gente. Mohamed Morsi, o primeiro presidente eleito democraticamente no país, havia assumido o cargo apenas um ano antes. Governava com mão de ferro, dirigindo um governo com carregado tom religioso. Mas a economia seguia mal, o desemprego alto, as ruas particularmente inseguras. Crimes violentos. Morsi tentava endurecer o governo conforme perdia apoio popular. No dia 29, as multidões eram maiores. No dia 30, aumentaram. Uma das principais queixas era de que o governo sequestrava a campanha de libertação que derrubara o ditador Hosni Mubarak para impor a lei islâmica e uma pauta conservadora até para os padrões egípcios. Na manhã do dia 3, exausto e sob pressão, Morsi pediu trégua e anunciou que concordaria em ampliar sua base de governo, incorporando partidos moderados. Mas já era tarde. Às 17h30, um grupo de soldados prendeu o presidente. O general Abdul Fatah al-Sisi estava o destituindo.

Faz seis anos — e o debate, no Egito, é tão intenso quanto, para brasileiros, familiar. Uns dizem que foi revolução. Outros, que foi golpe. Tinha gente exigindo mudança na rua argumentam os primeiros. Os militares estavam organizados e foram rápidos, apontam os segundos. Na Turquia, discute-se ainda hoje se, em 1908, houve uma revolução ou um golpe. Os russos não têm dúvida de que por lá ocorreu uma revolução no ano de 1917. Mas muitos sugerem que a revolução terminou em outubro, quando os bolcheviques deram um golpe. Se no Egito, na Turquia ou no Brasil de 1964 quem busca o manto da legitimidade revolucionária é a direita, na Rússia é o oposto. É a esquerda que afirma que seu movimento não era golpista, e sim revolucionário. Como é difícil este conceito — o de golpe de Estado. Agora, esta semana, a Venezuela fez ressurgir o debate. Estaria, Juan Guaidó, tentando dar um golpe? Tão intensamente estudado ao longo do século 20 e, ainda assim, fugidio, facilmente manipulável, é este conceito.

Mas não é tão vago assim na literatura. Um paper acadêmico após outro, de livro clássico em livro clássico, as definições são mais ou menos constantes. Dá para começar com o pequeno e bem-humorado Coup d’Etat, A Practical Handbook (Amazon) — Golpe de Estado, Guia Prático — do cientista político romeno radicado nos EUA Edward Luttwak. Golpes, como os conhecemos, passam a acontecer quando nascem os Estados modernos. Eles têm suas instituições, as máquinas constantes de burocracia e as Forças Armadas, que permanecem as mesmas de um governo para o outro. Este é um dado fundamental: golpes, afinal, são dados de dentro do Estado. Os mais comuns são militares, mas até um presidente da República pode dar um golpe. Getúlio Vargas o fez, em 1937, assim como Alberto Fujimori, no Peru, em 1992. Auto-golpes.

Golpes são também rápidos, lembra a professora Mafalda Félix do Sacramento, da Universidade Técnica de Lisboa (PDF). Em pouco tempo o novo grupo assume o poder. E é comum que, no instante seguinte, medidas de exceção sejam tomadas. Pode ser o fechamento do Parlamento, a proclamação de atos institucionais, suspensão de direitos civis, prisões. Porque golpes são por natureza ilegais, em geral instituem uma nova Constituição para legitimar a ordem que assumiu.

Mas, fundamentalmente, como lembra o italiano Norberto Bobbio em seu clássico Dicionário de Política (Amazon), golpes não produzem modificações substanciais nas relações políticas, econômicas e sociais. Em essência, a elite permanece a mesma e a máquina do Estado é até inchada, para fortalecer esta elite.

Estas duas são as principais distinções entre um golpe e uma revolução. O golpe nasce de dentro do Estado, a revolução vem de uma força externa que pode ser um levante popular, mas não precisa. A revolução — como a francesa, como a americana, como a cubana e, sim, como a bolchevique — instaura uma estrutura radicalmente distinta, pois nasce dali uma nova nação, uma estrutura de poder e de Estado transformada. Em comum está o fato de que ambos, golpe e revolução, rompem com a lei, quebram a ordem constitucional.

As definições parecem claras, mas há inúmeros cenários em que complicam. Se uma revolução é mais fácil de identificar pelo rompimento completo com as estruturas de poder anteriores, golpe complica.

Outros golpes

Professor da Escola de Direito de Yale, Alec Stone Sweet propôs, em 2007, a questão hipotética sobre se seria possível identificar um golpe de Estado da Corte constitucional — o STF, no Brasil, a Suprema Corte, nos EUA (PDF). Nos EUA, por exemplo, o tribunal mais alto do país é frequentemente confrontado com questões do cotidiano atual que não poderiam ser imaginadas pelos homens que escreveram o documento na década de 1780. Se um golpe é uma quebra da Constituição por uma das estruturas do Estado, em teoria poderia haver um golpe de Estado jurídico. Mas, se a Constituição outorga aos Supremos a autoridade de interpretá-la, então qualquer leitura definida pelos ministros, ora, Constituição passa a ser. Sweet faz um porém: se uma interpretação apresentada pela maioria dos ministros altera uma norma essencial, afirma, aí é diferente.

Em 1971, por exemplo, o Conselho Constitucional francês passou a ler a Constituição da 5ª República como garantindo certos direitos ao cidadão. Duas décadas antes, os constituintes haviam decidido não incluir no texto uma lista de direitos. Juízes o mudaram, não legisladores. Este ato é uma traição da Carta e, assim, um golpe de Estado? Não costuma ser percebido desta forma. Mas é possível ler assim.

A hipótese de Sweet, que nem de longe é abraçada pela academia, é importante por conta da leitura que alguns na academia brasileira fazem de que houve um golpe de Estado contra Dilma Rousseff, em 2016. O processo de impeachment é previsto na Constituição, o rito foi seguido por Câmara e Senado, e a Carta determina que são os senadores, em sessão liderada pelo presidente do Supremo, que julgam se houve crime ou não. O argumento para afirmar que houve golpe — portanto, ruptura da Constituição — é que seria preciso forçar a leitura do texto para afirmar que a presidente teria cometido crime de responsabilidade.

Assim como a Constituição determina que juízes da Corte máxima têm o papel de interpretar o documento, ela também determina que os senadores são os juízes no caso de impeachment. Eles decidem se houve ou não crime e sua decisão é final.

Alguns cientistas sociais brasileiros publicaram artigos, em geral em revistas brasileiras, defendendo a tese do golpe parlamentar. É, como o golpe judicial de Sweet, em teoria possível, mas na prática de difícil defesa. De forma tênue, poderia cumprir um dos traços fundamentais de todo golpe: uma instituição do Estado quebra a Constituição para mudar a estrutura de poder. É tênue: assim como o Supremo tem autoridade para interpretar a Constituição, a mesma Constituição define que são os senadores que decidem se houve crime ou não para um impeachment. Mas, aceitando-se a hipótese, ainda assim é preciso criar uma nova definição para golpe — um golpe que não fecha Congresso, que não baixa atos institucionais, que não precisa criar nova Constituição para se legitimar. Um golpe que se legitima sem nada precisar mudar.

Em teoria política, para aceitar novos conceitos de golpe de Estado, será preciso rever a definição de golpe de Estado. Golpe passaria a ter um sentido bem mais amplo do que o estrito, anterior. Se a tese persistir, as polêmicas que já existem entre golpe e revolução vão se ampliar ainda mais, com inúmeras disputas a respeito do que é golpe ou não é.

É possível prever golpes?

O estudo de golpes não existe à toa. Estes rompimentos institucionais têm consequências, e uma delas é de que implantam regimes que, historicamente, reduzem crescimento econômico, geram aumento de violência, além de diminuir liberdades individuais.

Há apenas dois anos, um trio de professores alemães se dedicou a reunir a maior quantidade possível de dados referentes a países que viveram estes rompimentos legais ao longo do século 20. Queriam descobrir, essencialmente, o que têm em comum. E, quem sabe assim, responder à pergunta essencial: é possível prever golpes de Estado? (PDF)

Previsão é forte. Mas há uma série de características que se repetem. A primeira é crescimento econômico baixo: quando as finanças vão mal persistentemente por muito tempo, as chances de ruptura aumentam. Instabilidade política é o segundo ponto. Governos em crise constante, greves em sequência, países que paralisam por inépcia de gestores e políticos. Governos repressores são mais susceptíveis a golpes. Outro ponto fundamental — a garantia do direito à propriedade. Na maior parte dos países que sofreram golpes de Estado, durante o século 20, havia algum tipo de ameaça a este direito. E, por fim, contágio. Golpes de Estado em países vizinhos aumentam as chances de golpes locais.

Há outro caminho para esta análise: a OEF Research, um think tank dedicado à garantia da paz, decidiu aplicar as modernas tecnologias de aprendizado de máquina, um dos tipos de inteligência artificial, para analisar os dados políticos, sociais e econômicos dos países do mundo. Estudando também o que tinham em comum aqueles que sofreram golpes ao longo da história, o computador gerou seu próprio modelo de previsão.

Com base em seu modelo, a OEF atualiza mensalmente um mapa do mundo indicando onde há chances de ocorrer uma ruptura que leve a um golpe. Nenhum continente é mais instável do que a África e nenhum país mais vulnerável do que o Sudão. Nas Américas, só três países estão em situação de risco. Em dois, o risco é baixo — Bolívia e Equador. Mas a Venezuela exige atenção. O Brasil tem, de acordo com o Coup Cast, 0,37% de chances de viver um golpe de Estado em 2019. O México tem 0,5% e, a Argentina, 1,18%.

Os EUA têm 0,2%.

E FECHANDO A EDIÇÃO, OS MAIS CLICADOS DA SEMANA:

1. G1Urso de pelúcia de 20 metros bate recorde mundial no México.

2. Reuters: As fotos da semana, destaque para o levante na Venezuela.

3. Artsy.net: Artistas e seus gatos.

4. AP: Galeria de fotos da cerimônia de abdicação do imperador japonês.

5. Pitchfork: Os 5 discos de vinis mais caros do mundo, em vídeo.

Fonte: @Meio

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *