10 Fev 2020

Ex-PM suspeito em Caso Marielle é morto pela polícia baiana

Adriano Magalhães da Nóbrega, o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais da PMRJ, foi morto após troca de tiros com a polícia em Esplanada, no interior baiano. Adriano era suspeito de comandar o Escritório do Crime, a milícia da comunidade de Rio das Pedras, no Rio. Era também ligado à família do presidente Jair Bolsonaro — sua mãe e ex-mulher trabalharam no gabinete da Assembleia Legislativa de Flávio, o filho Zero Um. Nóbrega tinha consciência de que o Bope baiano se aproximava. Horas antes do cerco, ele já havia fugido de uma fazenda para se esconder na chácara de Gilsinho da Dedé, um vereador local. De acordo com a versão oficial, um policial arrombou a porta da casa e Adriano respondeu com fogo. Atingido por dois tiros, foi levado ao hospital com vida mas não sobreviveu. (Globo)

O capitão Adriano conversou com seu advogado, Paulo Emilio Catta Pretta, na quarta-feira — foi a primeira vez em que se falaram. “Estranhei ele me ligar porque nunca havíamos conversado”, afirmou. “Me disse que estava ligando porque estava muito aflito, que tinha absoluta certeza de que foram atrás dele não para prender, mas para matar.” Adriano é citado em duas investigações pelo Ministério Público do Rio. Em uma pelo envolvimento no assassinato da vereadora carioca Marielle Franco. Noutro por participação na rachadinha do gabinete de Flávio Bolsonaro — o esquema Queiroz. (Estadão)

O PSOL cobrou uma investigação sobre as circunstâncias da morte do ex-capitão. O partido considera Adriano peça chave para revelar os mandantes do assassinato de Marielle e Anderson. Não é uma percepção unânime. Em áudio que distribuiu para amigos, o deputado federal Marcelo Freixo repudiou a hipótese. “Não há o menor indício de envolvimento do Adriano no caso”, afirmou. “O Adriano tinha de ser investigado pelo envolvimento com a família Bolsonaro, por muitas razões.” (Estadão)

Pois é. Em 2005, quando estava preso por homicídio, Adriano recebeu do filho Zero Um a Medalha Tiradentes, mais alta honraria da Assembleia do Rio. No mesmo ano, o presidente Jair Bolsonaro chegou a defender acusações contra o ex-policial em discurso na Câmara quando era deputado federal em 2005. A ligação com a família Bolsonaro não parou por aí. A mãe e ex-esposa de Adriano trabalharam no gabinete de Flávio e teriam repassado R$ 203 mil ao ex-assessor Fabrício Queiroz por meio de duas pizzarias controladas pelo miliciano. (Folha)

Aliás… Gilsinho da Dedé, o vereador dono do sítio onde estava o ex-capitão, é do PSL, antiga sigla do presidente. O dono da propriedade negou conhecer o ex-PM e disse que o terreno deve ter sido invadido. (G1)

A delação de Sérgio Cabral, que foi homologada pelo STF, deve mexer com o Judiciário. Em seus depoimentos à PF, o ex-governador do Rio delatou ministros do STJ e TCU, advogados e políticos. Um deles é Humberto Martins, atual corregedor nacional de Justiça. Cabral ainda diz que comprou apoio do PSD para a candidatura de Luiz Fernando Pezão ao governo do Rio em 2014. A negociação de propina teria sido feita diretamente com Gilberto Kassab, ex-ministro da Ciência, e Índio da Costa. (Globo)

Este ano terá mudanças nos comandos dos Poderes. E será importante na definição do cenário das eleições presidenciais, segundo Vera Magalhães. Um dos mais estratégicos para o governo é o sucessor de Rodrigo Maia, na presidência da Câmara. Maia, que tem freado projetos prioritários do presidente, ainda não deixou claro quem será o seu escolhido. Mas Bolsonaro deve se esforçar para ter uma indicação sua no comando. A troca da presidência do STF de Dias Toffoli para Luiz Fux também pode trazer mais dor de cabeça para Bolsonaro. As decisões de Toffoli beneficiaram as investigações de seu filho Flávio. Enquanto, Fux apoia a Lava Jato. Bolsonaro ainda fará a sua primeira indicação ao STF com a aposentadoria de Celso de Mello. A indicação que mais favoreceria sua reeleição com o discurso anti corrupção seria Sérgio Moro. No entanto, Bolsonaro estaria mais inclinado a indicar André Mendonça, advogado da AGU ou Jorge Oliveira, secretário-geral da Presidência. (Estadão)

CULTURA

Pela primeira vez na história do prêmio, uma produção que não é falada em inglês levou o Oscar de Melhor Filme. E, assim, Parasita (trailer) se sagrou o principal vencedor da noite com outras três estatuetas — Melhor Diretor, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Roteiro Original. Não era o favorito — 1917 (trailer) e Era Uma Vez em Hollywood… (trailer) disputavam a a liderança nas bolsas de apostas.

A influência cultural sul-coreana vem aumentando no Ocidente. Além do cinema, o K-pop, música jovem que vem do país, é uma das forças dominantes das plataformas de streaming e YouTube. Há também tendências em moda e maquiavem que saem do país.

Joaquín Phoenix levou o melhor ator por seu Coringa. A melhor atriz foi Renée Zellweger, por Judy. A atriz coadjuvante foi Laura Dern, com História de um Casamento e, o ator, Btad Pitt, pelo seu papel em Era Uma Vez em Hollywood… Confira a lista com todos os premiados.

Petra Costa não levou — o Oscar de Melhor Documentário foi para o favorito, Indústria Americana, primeiro da Higher Ground, a produtora de Barack e Michelle Obama. O filme revela a chegada de uma fábrica chinesa no EUA e os choques culturais que nascem daí. Assista na Netflix ao vencedor e Democracia em Vertigem.

Ainda: Os vestidos na festa e as festas pós-prêmio.

Pois é. O debate a respeito de Democracia em Vertigem dividiu as redes sociais brasileiras politicamente. Num dos principais momentos, durante a semana passada, o jornalista Pedro Bial sofreu uma onda de cancelamentos após suas críticas. Ele escreveu a respeito da experiência de um linchamento virtual. “É com a carcaça moída e esfolada de tanta pancada virtual que venho a público acenar: bandeira branca. Amor. Eu peço paz. Amigos, foi só uma conversa. Dessa vez, eu estava no papel de convidado, em programa matinal de rádio, informal como conversa de bar, marcado pela leveza e irreverência na abordagem dos assuntos. Palavras ditas num papo assim, transcritas para o papel, ganham peso enganoso, o sorriso na voz se perde. Não me queixo, faz parte. Nem reclamo da prática jornalística de tirar de contexto e contrastar, a fim de buscar a essência da notícia. Parece fácil, mas é um exercício difícil, onde se erra mais do que se acerta. Por exemplo, publica-se antes a frase editada ‘é uma menina sob as ordens de mamãe’, do que a integral ‘numa leitura psicanalítica mais profunda, é uma menina sob as ordens de mamãe’. Filme político num cenário conflagrado, Democracia em vertigem tornou-se avatar de nossa boçal polarização. Tô fora. Com Oscar ou sem Oscar, Petra Costa é excelente realizadora, com um filme extraordinário, Elena, e um ótimo, Olmo e a gaivota. O filme que há de brilhar na noite de hoje me parece sua obra menor, mas não importa, importante é o nosso cinema estar lá representado.” (Globo)

Por sua vez… A diretora divulgou ontem, antes da cerimônia, um trecho com cenas gravadas para o filme em que o atual presidente, Jair Bolsonaro, é entrevistado. Divulgado pelo jornalista Jamil Chade, que contribuiu para o roteiro, nele Bolsonaro afirma que não participar do Oscar é um dos sinais de que a cultura brasileira vai mal e não merece investimento.

VIVER

Sobre os brasileiros repatriados da China, devido ao surto do coronavírus, o Ministério da Defesa divulgou boletim na noite de ontem informando que continuam sem qualquer sintoma da doença. As avaliações foram feitas pelo Ministério da Saúde. Esse foi o primeiro boletim divulgado desde que o grupo chegou à Base Aérea de Anápolis. Segundo o boletim, os 58 hóspedes – 34 repatriados e os 24 membros da tripulação que realizou o resgate – que estão no Hotel de Trânsito passaram por todas as avaliações clínicas protocolares e mantiveram o quadro assintomático.

Anápolis está localizada no coração do Centro-Oeste, a região do Brasil que, proporcionalmente, registrou mais casos de dengue do país: 32,5 casos para cada grupo de 100.000 habitantes. A média do país é de 14,64.

Um avião trazendo brasileiros deportados dos Estados Unidos pousou sexta-feira no aeroporto internacional de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o Itamaraty, eram 130 os brasileiros trazidos nesse voo. No desembarque, o número parecia menor. Muitos estavam detidos há quase 20 dias, há mais de dez sem tomar banho, todos bem mais magros do que quando partiram. A Polícia Federal (PF) não soube informar o número de passageiros. Desde outubro do ano passado, esse é o terceiro avião com brasileiros extraditados dos EUA que pousa em Confins. Segundo a Polícia Federal “voos com essas características podem se tornar frequentes”. A PF disse ainda, em nota, que realizou “os procedimentos de controle migratório, uma de suas competências definidas pela Constituição da República” e que “não constatou nenhuma ilegalidade conexa à migração dos deportados e segue investigando casos suspeitos”.

Negra, gay e sempre elegantemente vestida com ternos feitos sob medida, a “czar da maconha de Los Angeles” se formou em direito em Ohio e foi para a Califórnia coordenar uma campanha pela legalização liderada pela Drug Policy Alliance, organização não governamental para políticas sobre drogas. Quem comanda o órgão, formado por 30 funcionários, é Cat Packer, que deixou o ativismo há dois anos para assumir o departamento. Aos 27 anos, ela é a nova cara da legalização.

Cat Packer sobre liderança: “Sempre me interessei por iniciativas de justiça social. Mesmo estudando direito, queria mais saber de políticas públicas do que virar advogada. Descobri que cannabis é algo interdisciplinar que me permite trabalhar em diferentes frentes. Aprendi isso lendo o livro The New Jim Crow, de Michelle Alexander. Ela diz que nada contribuiu mais para o encarceramento sistemático em massa de pessoas negras nos Estados Unidos do que a guerra às drogas. Isso me marcou. Queria ajudar, seguir alguém, mas descobri também que havia uma falta de liderança.”

COTIDIANO DIGITAL

Parece que a Samsung vai diminuir sua presença no maior evento de smartphones do mundo. O motivo: coronavírus. De acordo com o site CNET, a empresa está considerando suas opções para participar da Mobile World Congress (MWC), que acontecerá em Barcelona a partir do dia 24. Um evento que chega a atrair 10 mil pessoas, este ano, muitos executivos estão cancelando suas viagens devido a epidemia. A LG e a Ericsson, por exemplo, já cancelaram suas participações. Segundo fontes, a participação da sul coreana, que é uma das maiores, pode se restringir a um estande. A Samsung, no entanto, não deve sair tão prejudicada. Nos últimos anos, ela tem privilegiado revelar os seus grandes lançamentos em eventos próprios nos EUA antes da MWC. Amanhã, ela lançara o Galaxy Z Flip em São Francisco.

O Instagram começou a mostrar quais contas têm prioridade no feed. Com a nova atualização, é possível ver na lista de seguidores quais são os que mais aparecem no feed e quais são os têm menos interação. Desde 2016, o Instagram mudou de um feed cronológico para um algorítmico. A nova mudança, no entanto, não permite que o usuário possa mudar aqueles que vão aparecer com mais frequência.

E um vídeo em que a picape futurística da Tesla entra em cena do filme De Volta para o Futuro.

Fonte: @Meio

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