14 Mar 2020

O essencial sobre Coronavírus

Lave as mãos.

Não há como repetir o suficiente: lave as mãos. É a principal recomendação da Organização Mundial de Saúde.

Idealmente, com água e sabão. Se não der, encharque as mãos com álcool gel de 60% para cima. Encharque e deixe secar, o álcool demora um pouco mais para fazer efeito contra os coronavírus.

Quando na rua, no transporte público, procure evitar de passar as mãos no rosto — em particular olhos, nariz e boca. É a principal forma de contágio.

Se alguém por perto estiver tossindo ou espirrando, mantenha distância de um metro ou mais.

Ao tossir ou espirrar, cubra a boca.

E tente ficar em casa tanto tempo quanto possível.

Leia as recomendações do Ministério da Saúde e as da Organização Mundial de Saúde (inglês).

Como saber se tem a doença?

Os sintomas iniciais de COVID-19, a doença provocada pela nova cepa de coronavírus, são febre baixa, tosse seca. E fôlego curto. Aquele subir um lance de escadas que cansa mais do que devia.

Há outros sintomas, que alguns desenvolvem: dores pelo corpo, congestão nasal, garganta irritada, nariz escorrendo ou diarreia.

80% dos infectados ou não desenvolve a doença ou tem alguns dos sintomas, que logo vão embora. Para estes, o ideal é simplesmente ficar em casa para não contagiar e esperar que passe. Dentre os grupos de risco estão pessoas com mais de 60 anos, hipertensos, diabéticos, asmáticos ou quem tem problemas de imunidade. Estes, ao perceber os sintomas, devem ligar para um médico. Não é ir a um médico — é ligar.

Hospitais, clínicas e prontos-socorros devem ser evitados ao máximo. Mesmo que para tratamento de outros males. Por dois motivos. Lá haverá uma concentração de pessoas que podem passar o vírus. E porque estarão sobrecarregados com os doentes mais sérios.

Se ficar difícil respirar, aí sim procure o serviço de saúde. Imediatamente.

Vídeo: O Meio já publicou antes, publica novamente. Se você for assistir a um único vídeo sobre o coronavírus, assista a este, do doutor Dráuzio Varella.

Os estados começam a agir

Os governadores já começaram a tomar medidas que parecem drásticas mas têm lógica. A meta é evitar aglomerações de pessoas para reduzir o ritmo de contágio. O sistema de saúde tem um número limitado de leitos — vale para o Brasil e qualquer outro lugar. Talvez não seja possível evitar uma grande quantidade de infectados, mas é possível retardar o processo. Se a doença se espalha mais devagar, a quantidade de pacientes com necessidade de tratamento a cada instante é menor. Se há menos pacientes em cada momento, aumentam as chances de todos poderem ser atendidos com a atenção necessária.

Em busca do tratamento

Na ausência de vacinas ou medicamentos antivirais, pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, afirmam que a resposta para diminuir e tratar o coronavírus pode estar no sangue daqueles que já se recuperaram da doença. É o chamado soro convalescente, que está carregado de anticorpos. A técnica é chamada de imunização passiva, e vem sendo utilizada desde o século XIX, apesar de ter sido substituída em grande parte pela vacinação. O método não tem sido amplamente utilizado nos Estados Unidos há décadas. Durante a epidemia da gripe espanhola de 1918, cientistas relataram que as transfusões de materiais sangüíneos de sobreviventes levaram à uma queda de 50% das mortes. Uma estratégia semelhante foi usada para tratar e retardar a disseminação de surtos de poliomielite e sarampo décadas atrás, mas caiu em desuso nos anos 50 com a inovação da ciência moderna de vacinas e medicamentos antivirais. Quando soube, em dezembro, que o coronavírus estava se espalhando rapidamente na China, Arturo Casadevall, presidente do departamento de microbiologia molecular e imunologia da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, disse que talvez fosse hora de retomar o tratamento.

“Eu conhecia a história do que foi feito no início do século 20 com epidemias. Eles não tinham vacinas, eles não tinham nenhum medicamento, assim como hoje. Mas os médicos sabiam que, em certas condições, você poderia pegar o sangue e usá-lo para prevenir doenças ou tratar aqueles que adoeceram.”

Em um artigo publicado sexta-feira no Journal of Clinical Investigation, Casadevall e um colega, Dr. Liise-anne Pirofski, argumentaram que a coleta de soro ou plasma de sangue de pessoas previamente infectadas poderia ser usada para o tratamento de casos graves de COVID-19. Evidências na história recente sugerem que a abordagem pode funcionar. Em 2003, médicos na China usaram plasma de pacientes recuperados para tratar 80 pessoas que sofriam da doença viral conhecida como síndrome respiratória aguda grave, ou SARS. Em 2014, a Organização Mundial de Saúde publicou diretrizes para o uso de plasma doado para tratar pessoas infectadas com Ebola após resultados promissores. Embora o tratamento não seja uma cura, Casadevall diz que pode ser um importante passo. Os pacientes tendem a produzir um grande número de anticorpos contra um patógeno, e esses anticorpos geralmente circulam no sangue dos sobreviventes por meses ou anos. Ao coletar e transfundir o soro ou plasma de um sobrevivente — a porção líquida de sangue deixada após a remoção das células e plaquetas — os médicos conseguem aumentar a resposta imune de um paciente doente.

Médicos na China começaram a tratar pacientes de COVID-19 com plasma de sobreviventes e relataram resultados positivos, especialmente quando o método é aplicado no início da doença. Segundo o Dr. Zhang Wenhong, líder de uma equipe médica enviada de Xangai a Wuhan, a terapia reduzirá o tempo necessário para tratar a doença. Para implementar o plano, os hospitais precisariam trabalhar em colaboração com os bancos de sangue para estabelecer protocolos de pesquisa e diretrizes de tratamento. Os médicos da Johns Hopkins começaram esse trabalho semanas atrás. Casadevall acredita que as pessoas que tiveram o coronavírus e se recuperaram doarão plasma para ajudar pacientes idosos e profissionais de saúde. “Não é de forma alguma uma panacéia”, disse. “Mas em um momento em que a mensagem é: ‘não há nada que você possa fazer além de lavar as mãos’, é a chance de fazer algo proativo.”

Remédio mesmo vai demorar. Pesquisadores em todo o mundo têm se esforçado para desenvolver medicamentos para o coronavírus, mas vai demorar meses. No caso de uma vacina, mais de um ano. Isso deixa os hospitais com poucas opções, alimentando preocupações de que um aumento do número de pacientes nas próximas semanas possa sobrecarregar os prontos-socorros e as unidades de terapia intensiva.

Pois é… Cientistas canadenses acreditam ter conseguido um grande avanço na busca da vacina. Pesquisadores do Sunnybrook Research Institute, da Universidade de Toronto e da Universidade McMaster, isolaram e replicaram o vírus em laboratório usando amostras de dois pacientes canadenses. Estes vírus criados nos tubos de ensaio poderão ajudar cientistas no desenvolvimento de melhores testes de diagnóstico, tratamentos e vacinas.

Enquanto isso, oito institutos de pesquisa na China estão trabalhando em cinco abordagens para inoculações, em um esforço para combater o COVID-19. As autoridades chinesas dizem que isso pode resultar em uma vacina pronta para situações de emergência e ensaios clínicos já no próximo mês. O surto infectou mais de 137.000 pessoas em pelo menos 117 países e regiões na noite de ontem — e causou mais de 5.000 mortes.

Mas a pergunta é: quanto tempo leva para desenvolver uma vacina contra o coronavírus? Na segunda-feira, Donald Trump realizou uma reunião na Casa Branca para discutir a resposta. Especialistas em saúde dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, da Administração de Alimentos e Medicamentos e dos Institutos Nacionais de Saúde, além de executivos farmacêuticos da Pfizer, Johnson & Johnson, Sanofi e outros estavam lá.

Trump pressionou os executivos por uma vacina dentro de alguns meses, quando Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (N.I.A.I.D.) o cortou. “Uma vacina que você faz e inicia os testes em um ano não é uma vacina que pode ser implementada”, disse. Um ano seria o mínimo. O fato de uma pessoa com o vírus e assintomática infectar outras pessoas limita a capacidade das ferramentas de saúde pública de conter sua disseminação. Uma vacina desenvolvida, licenciada e fabricada em escala global em doze meses seria uma conquista sem precedentes. Nenhuma outra chegou perto de ser desenvolvida tão rapidamente. O esforço mais rápido até o momento foi durante o surto de Zika, em 2015, quando a vacina ficou pronta para o teste em cerca de sete meses. Mas a epidemia recuou antes que pudesse ser aprovada.

O primeiro gargalo é financeiro. A Cepi, uma organização criada para cobrir os custos do desenvolvimento de vacinas, conta com dinheiro do governo da Noruega, da Fundação Gates, do Wellcome Trust e de vários outros países, e está tentando preencher a lacuna. Desde que o novo coronavírus surgiu, a entidade fez doações de US$ 19 milhões. Dois beneficiários — uma startup de biotecnologia com sede em Massachusetts, chamada Moderna, e um laboratório na Universidade de Queensland, em Brisbane, na Austrália, já têm avanços para mostrar. Ao todo, estima-se que a vacina pronta custará até US$ 2 bilhões.

Barney Graham é o vice-diretor do Centro de Pesquisa de Vacinas, no N.I.A.I.D., em Bethesda, Maryland, e está colaborando com o Moderna e outros laboratórios acadêmicos. Ele é um dos especialistas do mundo na estrutura dos vírus e em como eles interagem com as células humanas. Certas proteínas, quando injetadas em humanos, são antigênicas, provocando o sistema imunológico do corpo a criar anticorpos. Tradicionalmente, as proteínas são produzidas “em um tipo de biorreator para microcervejaria”, disse Graham — uma vacina comum contra vírus da gripe, por exemplo, é cultivada em ovos de galinha — e “demora até dois anos para preparar a proteína. Não é rápido o suficiente se você estiver em uma situação de pandemia.”

Já as autoridades chinesas dizem que terão uma vacina contra o coronavírus pronta no próximo mês para situações de emergência e ensaios clínicos. Oito institutos do país estão trabalhando em cinco abordagens para inoculações, em um esforço para combater o COVID-19, segundo o South China Morning Post. Zheng Zhongwei, diretor do Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Comissão Nacional de Saúde da China, espera que em abril algumas das vacinas entrem em pesquisas clínicas ou sejam úteis em situações de emergência. Embora levem pelo menos 12 a 18 meses para garantir que as vacinas sejam seguras para o público em geral, segundo a lei chinesa, elas podem ser implantadas mais cedo para uso urgente em uma grande emergência de saúde pública, desde que os benefícios superem os riscos.

Preparem-se para a recessão

Perante a pandemia e a crise do petróleo, economistas começam a mudar suas previsões. A discussão deixou de ser se a economia mundial entrará em recessão, mas sim, sobre como será a recessão. Mesmo aqueles que defendem que uma recessão pode ser evitada acreditam que os efeitos negativos do vírus permanecerão por mais tempo. A recuperação mais otimista, que faz um gráfico em forma de V, parece menos provável agora que o vírus se espalhou para além da China. A trajetória mais esperada é de U: com uma recuperação mais lenta na qual os gastos do consumidor serão prejudicados, os investimentos comerciais serão adiados, e a atividade econômica geral será retida. Seja qual for o cenário, o FMI já avisou que o crescimento global em 2020 ficará abaixo dos 2,9% do ano passado.

No Brasil, a previsão oficial para o PIB já caiu de 2,4% para 2,1%. Mas diversos bancos e consultorias estimam um crescimento mais próximo de 1,5%, e passaram a projetar também mais cortes na taxa básica de juros, hoje no patamar mínimo histórico de 4,5%.

O mercado financeiro sente essas incertezas. Bolsas ao redor do mundo despencaram consecutivamente. Os investidores deixam ativos relativamente arriscados e buscam os mais seguros. Ou seja, abandonam títulos de alto rendimento e mercados emergentes. A boa notícia é que os bancos de forma geral estão mais resilientes depois da crise financeira de 2008, com mais capital e liquidez. Isso significa que os riscos para a estabilidade financeira no setor bancário são muito mais baixos, mesmo com a queda nos preços das ações.

Mesmo assim, os Bancos Centrais têm reagido para aumentar a liquidez — quantidade de dinheiro disponível para uso imediato. O Fed americano cortou sua taxa de juros e vai injetar US$ 1,5 trilhão na economia. A União Europeia apresentou um pacote disponibilizando € 37 bilhões. Por aqui, o governo pretende lançar um programa de medidas econômicas. O ministro Paulo Guedes disse que não descarta liberar novos saques do FGTS e ainda defendeu que parte dos R$ 15 bilhões do orçamento, que são alvo de disputa entre Planalto e Congresso, sejam usados.

Quem vai ser atingido

O setor aéreo já está sentindo o impacto. Dentre as primeiras medidas de contenção do vírus esteve a de reduzir viagens, principalmente na Ásia — entre janeiro e fevereiro deste ano, 13 mil voos foram cancelados. Com a disseminação, a situação só agravou. Mais recentemente, os EUA cancelaram por um mês a entrada de europeus. O impacto será forte para as companhias aéreas do Velho Continente, já que grande parte dos seus lucros vem do Atlântico Norte. A previsão é de que o setor perca US$ 113 bilhões com a pandemia. Companhias, mesmo grandes, podem quebrar.

Além disso, as fábricas paralisadas na China estão demorando mais do que o esperado para retomar suas operações — trabalham, em média, com 60% da capacidade. A China produz atualmente mais de 20% de todos os bens manufaturados do mundo. No segmento eletroeletrônico, as exportações chinesas respondem por mais de 10% da produção global. O governo chinês ainda converteu fábricas de cobertores, fraldas e até celulares, para a fabricação de máscaras ou macacões de proteção. A falta de chips de computador e peças, que servem para desde iPhones até carros, já está sendo sentida: metade das empresas brasileiras está com problemas de estoque, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica. E quase 75% das empresas americanas estão sendo afetadas.

Mesmo as big techs estão sofrendo. A Apple, por exemplo, anunciou há algumas semanas que não cumpriria suas previsões para o trimestre atual. Isso foi antes de o vírus se espalhar pela Europa e pelos EUA, o que pode aumentar ainda mais os impactos sobre oferta. Fora as perdas com eventos cancelados, que já somam mais de US$ 1 bilhão apenas para a empresas de tecnologia.

Por falar… Nesta sexta, a Apple reabriu suas 42 lojas na China, que estavam fechadas há um mês. A Toyota retomará a partir de segunda-feira as atividades em três de suas quatro fábricas chinesas. É um bom indício. Na China as coisas começam a se normalizar, após dois meses e meio de estagnação.

Agora, a Europa é o novo epicentro. O setor de serviços na China enfraqueceu em nível recorde e o americano, o maior mercado consumidor do mundo, também se contraiu em fevereiro, segundo a IHS Markit. A explicação é simples: com mais pessoas em quarentenas, menos turistas e eventos sendo cancelados, restaurantes, hotéis, shoppings e outros comércios começam a sentir os impactos. Para os economistas, são esses sinais que mostram que os problemas econômicos do coronavírus podem não ser de curto prazo.

O receio é de que o coronavírus seja gatilho para o problema de dívidas corporativas. Até o final de 2019, a dívida total pendente entre empresas subiu para um recorde de US$ 13,5 trilhões em todo o mundo. Desde a crise de 2008, com o financiamento a taxas muito baixas, muitas começaram a vender títulos mais arriscados para financiar expansões. O FMI alertou, no ano passado, que um choque de apenas metade da gravidade da crise de 2008 colocaria em risco quase 40% do total da dívida corporativa. O que significa que as empresas não seriam capazes de cobrir seus pagamentos apenas com ganhos e correriam o risco de quebrar.

Apesar de recorrente, comparar a crise atual com a de 2008 pode não ser a melhor opção. O principal sintoma que faz das crises parecidas é que em ambas o mercado está vivendo um problema de liquidez. Falta dinheiro. Mostra disso é que tanto as bolsas quanto os títulos americanos estão caindo. Em geral, quando um cai, o outro sobe. Um é investimento de risco, o outro seguro. Quando há temor de risco, dinheiro sai da Bolsa e vai para os títulos. E vice-versa. Quando ambos caem é porque investidores estão vendendo o que podem para recompor o caixa. A experiência de 2008 mostra que o FED sabe lidar com esse tipo de crise. Mas a Economist lembra que essa é uma crise diferente e que usar 2008 como modelo obscurece dois riscos bastante reais que a pandemia do coronavírus inflou. A severidade do choque nos mercados é até agora menor. Caíram cerca de 20% de seus picos contra os 59% de queda que vimos naquela época. Em 2008, os bancos viviam problemas de liquidez. Agora, as empresas é que vivem. Só que Bancos Centrais não emprestam diretamente para empresas, dependem da boa vontade dos bancos para que o dinheiro chegue em quem mais precisa de alívio. Neste cenário, a Zona do Euro preocupa. Está com juros básicos próximos ou abaixo de zero e, ainda assim, já não conseguia crescer. Governos vão precisar ser criativos no uso de outras ferramentas para resolver estes problemas.

Alguns países se mexem. A Alemanha anunciou que vai oferecer ajuda ilimitada para as empresas, mesmo que precise assumir dívidas adicionais. A Itália adiou recolhimento de tributos em setores mais afetados pela pandemia, como montadoras e laboratórios, e ainda reforçou o orçamento do programa de seguro-desemprego. Coreia do Sul e China também lançaram programas para ajudar pequenos negócios, como suspensão temporária de tributos e compensação de perda de receita.

Greg Mankiw, professor de economia em Harvard: “Uma recessão é provável e talvez o melhor que podemos aspirar nas condições atuais. Mitigar a crise na saúde deve ser a prioridade. A política fiscal não deve focar na demanda agregada, mas sim na segurança social. Consultores financeiros costumam sugerir que as pessoas tenham um fundo de emergência para seis meses. Infelizmente, a maioria não possui essa disponibilidade. Considerando a dificuldade de identificar quem realmente precisa de ajuda de quem não precisa, seria um bom começo o governo enviar um cheque de US$ 1.000 para cada americano. Cortar encargos trabalhistas faz pouco sentido nas circunstâncias atuais pois não ajuda em nada aqueles que não têm como trabalhar. Existem momentos para se preocupar com o endividamento do governo. O atual não é um destes momentos. Ajudar pessoas a lidar com suas dificuldades financeiras imediatas vai manter mais gente em casa, reduzindo o risco de o vírus se espalhar. Em outras palavras, existem argumentos reais a favor do aumento da seguridade social. A política monetária deve focar em prover liquidez. O papel do Fed em definir taxas de juros é menos importante hoje do que seu papel de emprestador de última instância. Se o Fed achar que está com as mãos excessivamente amarradas pela regulamentação criada depois da crise de 2008, o Congresso deve agir rapidamente. O presidente Trump deveria calar sua boca e seguir as recomendações daqueles que sabem do que estão falando. Infelizmente, isso é pouco provável de acontecer.”

A perspectiva não é boa para a maioria das empresas. A Sequoia Capital, a maior investidora em capital de risco do Vale do Silício, declarou a doença como o cisne negro de 2020. O termo é usado para se referir a um evento raro e imprevisto que traz consequências potencialmente graves para os negócios. A Sequoia já está aconselhando empresas a começarem a demitir e preservar caixa para um longo período de crise. Se a prática de tornar comum no mundo corporativo, uma recessão se torna ainda mais possível.

Apesar disso, os principais fundos de Venture Capital americanos continuam trabalhando. Adotaram home office mas, segundo o Axios, que conversou com mais de 40 investidores, diversos deles confirmaram ter assinado contratos de investimento nas últimas duas semanas e que continuam negociando com outras startups.

E assim voltamos ao sabão

Lave as mãos.

Parece tão macio e suave, o sabão. Quase um gesto de carinho. E, no entanto, é particularmente destrutivo contra microrganismos. Uma gota dissolvida em água é suficiente para romper inúmeras bactérias e vírus — incluindo as cepas de coronavírus. É que as moléculas de sabão, em uma ponta se fundem a moléculas d’agua e, na outra, se fundem a óleos e gorduras. Por isso que sabão com água tira gordura. Bactérias e vírus costumam ser envolvidas em membranas de um tipo de gordura divididas em duas camadas. Uma destas camadas é atraída pela água. A outra se afasta. Água e sabão, literalmente, atraem a gordura desta membrana e a rasga, pois uma das camadas gruda na água e, a outra, é expelida.

Álcool gel é menos eficiente. Funciona, apenas não tão bem quanto sabão com água. Por um processo similar, concentrações de álcool acima de 60% são capazes de rasgar a membrana dos coronavírus. Mas é preciso encharcar de álcool a mão, ter certeza de que toda a superfície foi molhada, e deixar que o gel atue por alguns segundos. Aí esfregar e deixar que naturalmente seque.

Uma história final

Perante tanta informação, é fácil esquecer que uma pandemia é um drama humano. Sui-Lee Wee e Vivian Wang, duas jornalistas chinesas do New York Times, escreveram juntas a história de duas mulheres com menos de 30 que contraíram COVID-19 e chegaram ao fundo do poço. Uma sobreviveu, a outra não. Faziam parte, ambas, das primeiras equipes de profissionais de saúde a lidar com o novo coronavírus em Wuhan. É um relato comovente, que envolve esperanças, famílias, colegas, tudo elegantemente adaptado para a internet. A cor de fundo da página muda de acordo com o momento da história.

E COMO HÁ DE SER, FECHANDO TODA EDIÇÃO DE SÁBADO, OS MAIS CLICADOS DA SEMANA:

1. UOL: Um brasileiro, um cão, um fusquinha 78 e uma viagem ao Alasca.

2. Atlantic: Uma galeria – espaços vazios em meio à pandemia do coronavírus.

3. Mashable: Fotos fortes das manifestações pelo Dia Internacional da Mulher.

4. O Globo: Guia completo em PDF sobre o coronavírus.

5. Artnet: Lista atualizada dos eventos de arte cancelados ao redor do mundo.

Fonte: @Meio

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