Vamos menino, acorda para a vida
Não se suicide, menino,
Não se suicide.
Há ar a respirar lá fora
Embora assassino, mas há.
Há beijos por beijar lá fora
Embora fingidos, mas há.
Há sorrisos a sorrir lá fora
Embora falsos, mas há.
Há gritos a gritar lá fora
Embora calados, mas há.
Há histórias a contar lá fora
Embora vazias, mas há.
Há lágrimas a chorar lá fora…
Não se suicide, meu filho
Não se suicide.
Há esperança lá fora
Embora pouca, mas há.
Março de 1976, do livro “POETA MODERNO”, por Bosco Martins