Lei torna guavira fruta símbolo de Mato Grosso do Sul

Agora é oficial. A guavira, frutinha do Cerrado, de sabor adocicado e prestigio já confirmado até com festival, prêmio e cancões em seu nome, foi transformada em fruto de símbolo de Mato Grosso do Sul. A lei foi sancionada pelo governador Reinaldo Azambuja e publicada no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (8). Com isso, além de ser lembrada como o sabor de MS, a guavira também será inclusa nos materiais de divulgações do Estado em eventos e atividades.

Até aprovar o projeto de lei, a Assembleia Legislativa promoveu debates sobre o tema, inclusive com audiência pública em Bonito (MS), onde há mais de uma década acontece o Festival da Guavira e a fruta é utilizada em diversas estabelecimentos, como ingrediente principal de diferentes pratos, incluindo o já tradicional picolé de guavira, para debater a importância da fruta. Na ocasião, produtores, chefes de cozinha e também pesquisadores da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) reforçaram os benefícios da fruta, incluindo o potencial medicinal.

A engenheira agrônoma, Ana Cristina Araujo Ajalla destacou, por exemplo, que a guavira pertence à mesma família da acerola, goiaba e pitanga e que possui cinco vezes mais vitamina C que a laranja. “Ela pode ser utilizada inclusive, como complemento no tratamento de tuberculose”, acrescenta.

Pó extraído da guavira que pode ser utilizado como especiaria. Foto: Kemila Pellin.

Atualmente, produtores e chefes de cozinha têm estudado formas de utilizar a fruta por mais tempo, já que a guavira só floresce uma vez por ano, entre novembro e dezembro. A chefe Letícia Krause, idealizadora do projeto ‘Cata Guavira’, festival gastronômico que tem a fruta como ingrediente principal, apresentou um pozinho extraído da fruta, que pode ser utilizado como especiaria na culinária durante todo o ano e também, uma essência recém extraída, que possui o aroma adocicado da guavira e pode ser explorada de diferentes maneiras.

O problema, porém, é que além da sazonalidade, os guavirais estão desaparecendo em decorrência da expansão da pecuária, das lavouras e do crescimento populacional e a produção controlada demora a dar resultado. “Desde 2007 a Agraer está cultivando guavira e já tivemos muitos progressos, no sentido de aumentar a qualidade de produção, com frutos maiores e até mesmo uma safra maior. Só que ainda não conseguimos fazer com que floresça mais de uma vez por ano, por exemplo. Isso sem falar também, no tempo que leva para fazermos as mudas. Para ter uma ideia, vai mais de um ano para podermos levar a muda para o campo e depois disso, são pelo menos mais dois para florescer”, detalha Ana.

Pés de guavira. Foto: Kemila Pellin.

Autor da proposta, o deputado Renato Câmara acredita que, caso se torne lei, o projeto pode ser um pontapé inicial para impulsionar a cultura da guavira, promovendo a diversificação da matriz econômica e gerando emprego e renda para diversos municípios do Estado. “A guavira tem um grande potencial para gerar renda a ajudar a desenvolver o turismo. O passo agora é desenvolver a sua cadeia produtiva”, destacou o deputado ao comentar a aprovação da lei na Assembleia Legislativa.

A lei também pode garantir a proteção da planta e abre possibilidade de geração de renda, principalmente na agricultura familiar, gerando a diversificação da renda e do gênero, uma vez que é uma atividade que pode ser desenvolvida na família pela mulher, tanto na coleta dos frutos quanto no seu processamento para a obtenção dos subprodutos.

Flor de Guavira – Helena Meirelles

Reconhecida em Mato Grosso do Sul pelas músicas que expressão as raízes e a cultura da região, Helena Meirelles foi uma violeira, cantora e compositora brasileira famosa por seu talento com viola caipira.

A música Flor de Guavira foi inspirada na frutinha comum entre os pastos do Estado, por onde Helena foi criada.

Prêmio Guavira de Literatura de Mato Grosso do Sul

O prêmio contempla as categorias Literatura Infantil e ou Juvenil, Romance, Conto e Poesia. Neste anos serão premiadas quatro obras literárias escritas em língua portuguesa, produzidas no período de 2015 a 2016 e que tenham registro no ISBN (International Standard Book Number).

Autora: Kemila Pellin/Portal da Educativa

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