03 de Novembro de 2020

ECONOMIA

Um dos efeitos econômicos mais visíveis da pandemia tem sido o desemprego. No trimestre encerrado em agosto, atingiu 14,4% — a maior taxa já registrada na série, iniciada em 2012 do IBGE. Isso significa que o número de desempregados no país aumentou 1,1 milhão em três meses e chegou a 13,8 milhões. Em um ano, o Brasil perdeu 12 milhões de postos de trabalho e viu população ocupada encolher para o seu menor contingente.

Para o FMI, o Brasil precisará de um apoio maior aos mais vulneráveis em 2021. O fundo chamou atenção para as quedas no nível de emprego por aqui e também no México, Reino Unido e EUA. Mas citou uma nova priorização de despesas como medida a ser tomada nos países com espaço fiscal restrito. “Para todas as economias, será importante monitorar cuidadosamente os desenvolvimentos econômicos e de saúde pública para garantir que o apoio não seja retirado rápido demais, mas mantido durante a crise”. (Globo)

Adriana Fernandes: “Pois nessa sexta-feira, o BC anunciou oficialmente que a dívida bruta ultrapassou a barreira de 90% do PIB. E o Ministério da Economia reconheceu, pela primeira vez, que o indicador vai ultrapassar os 100% do PIB nos próximos anos. Pelas novas projeções, o Brasil fecha 2020 numa combinação perversa: as dívidas bruta e líquida (que desconta as reservas internacionais) chegam ao final do ano em patamares recordes. O pico anterior da dívida líquida, que por muitos anos cumpriu o papel de principal indicador de solvência do Brasil, tinha sido na crise econômica brasileira de 2002. Agora, como Brasil tem hoje mais ativos do que passivos em dólar, a queda da moeda norte-americana não reduz o endividamento como aconteceu em 2002. Pelo contrário, pode até piorar se o câmbio recuar. O problema, portanto, passa a ser estrutural. A perspectiva de duplo recorde negativo da dívida do País reforça a percepção de que o governo flerta com a falta de planejamento e pode enfrentar em 2021 uma crise da dívida. Além do fantasma da segunda onda do coronavírus, que já é realidade na Europa, enquanto o Brasil ainda nem saiu da primeira. Se o governo precisar injetar mais recursos na economia, como fazem agora os países europeus, a demora e a desorganização para a arrumação da casa trará custos ainda maiores” (Estadão)

Enquanto alguns estão no negativo, os setores de mineração, agricultura, logística e atividades financeiras estão registrando crescimento, nessa ordem, de dois dígitos nos seus faturamentos. Segundo o Ministério da Economia, a mineração teve o maior crescimento: de abril a julho de 2020 teve um faturamento 37,6% maior frente aos mesmos meses de 2019 e de 26,2% frente a janeiro a março (pré-pandemia). (Folha)

Entre as startups, são as fintechs que estão se dando bem. Nos últimos seis meses, o segmento recebeu R$ 14,3 bilhões em 41 aportes, segundo a plataforma Sling Hub. Está bem acima de outros setores como varejo (R$ 1,2 bilhão) e games (R$ 663 milhões). (Globo)

Nas Bolsas… O Ibovespa não abriu por causa do feriado. Mas em Wall Street, os índices fecharam no azul na expectativa de uma vitória de Joe Biden. S&P 500 ficou em +1,23% e o Dow Jones em +1,60%.

As Bolsas asiáticas e europeias também ficaram em alta com as eleições americanas. Na Ásia, Shangai fechou em +1,42%, Coreia do Sul em +1,88% e Hong Kong em +1,96%. Tóquio não abriu por causa de feriado local. Na Europa, pela manhã, Frankfurt estava em +1,54%, Londres em +1,37% e Paris em +1,52%.

CULTURA

Ator escocês Sean Connery, que morreu no sábado, aos 90 anos, sofria de demência. A revelação foi feita por sua esposa, a pintora franco-marroquina Micheline Roquebrune, com quem estava casado desde 1975. Nascido numa família pobre e tendo deixado a escola aos 13 anos, Connery tinha tudo para ser só mais um valentão nas ruas de Edimburgo, mas se encontrou na TV e no cinema e, ao dar vida ao espião James Bond n’O Satânico Dr. No (1962), tornou-se um ícone. Apesar de ter vivido papeis antológicos ao longo de décadas, ganhou apenas um Oscar, o de Melhor Ator Coadjuvante por Os Intocáveis (1987). Connery morreu dormindo em sua casa na Bahamas.

Também no fim de semana duas mortes enlutaram os meios jornalísticos e televisivos. Na sexta-feira morreu em Dublin, aos 74 anos, o jornalista Robert Fisk, um dos mais respeitados correspondentes de guerra das últimas décadas. E no domingo um AVC matou, aos 47 anos, o ator Tom Veiga, que animava e dava voz à marionete Louro José, no programa Mais Você, de Ana Maria Braga.

O juiz Andrew Nicol, da Alta Corte de Londres, negou o pedido de indenização feito por Johnny Depp contra o tabloide inglês The Sun, que o classificou de “espancador de mulheres” por conta das denúncias de agressão feitas pela também atriz Amber Heard, com quem Depp foi casado por 15 meses entre 2015 e 2016. Durante três semanas os dois trocaram acusações diante do juiz, que classificou os fatos descritos pelo jornal como “substancialmente verdadeiros”. Segundo insiders da indústria cinematográfica, esse pode ser “o último prego do caixão” na carreira de Depp, que já foi uma atores mais lucrativos do cinema.

COTIDIANO DIGITAL

A Apple perdeu espaço para a Xiaomi. A chinesa ultrapassou a americana pela primeira vez em vendas globais de celulares e ocupa agora a terceira posição. A Xiaomi vendeu 46,5 milhões de dispositivos no terceiro trimestre — quase 5 milhões a mais do que a Apple. A queda da dona do iPhone, já era esperada, mas foi maior do que antecipada: a receita das vendas caiu quase 21% no terceiro trimestre com o atraso no lançamento do seu novo celular. Enquanto a Samsung ficou na liderança, seguida pela Huawei.

Por falar na Apple… 10 de novembro tem mais um evento da big tech. Agora, deve anunciar o seu primeiro Mac com os seus próprios processadores.

VIVER

Confidentes do presidente Jair Bolsonaro informam que ele mudou de ideia de novo em relação à CoronaVac, vacina desenvolvida pela China em parceria com o Instituto Butantã, diz Bela Megale. Após vetar a compra e ser “desautorizado” pelo vice Hamilton Mourão, Bolsonaro admite adquirir a vacina se ela for a primeira a ser aprovada pela Anvisa. (Globo)

Diante da violência de uma segunda onda da Covid-19, a Europa adota medidas cada vez mais rígidas. A exemplo da Espanha, a Itália vai impor um toque de recolher e restringir as viagens entre cidades. O Parlamento de Portugal pediu que o presidente Marcelo Rebelo decrete estado de emergência, enquanto, na Alemanha, Angela Merkel anunciou uma quarentena parcial. (Globo)

Na Inglaterra, o premier Boris Johnson decretou no sábado um lockdown parcial da próxima quinta-feira até dezembro. Escolas e empresas onde o trabalho remoto não é viável continuam abertas; o resto fecha. Bares e restaurantes só poderão fazer dellivery. Diante dessa medida, a rede de pubs Wetherspoon’s anunciou uma promoção para zerar seus estoques de cerveja até amanhã. No primeiro lockdown britânico em março, milhões de litros da bebida acabaram indo para o lixo.

Por aqui foram registradas nas últimas 24 horas 168 mortes e 8.563 novos casos, segundo o consórcio de veículos de imprensa. Santa Catarina foi o único estado a apresentar aumento no número de mortos. A média móvel de óbitos nos últimos sete dias foi de 403, o que representa uma queda de 26% em relação à média de duas semanas atrás. Aliás, quer saber o que é e como funciona a média móvel? Confira aqui.

Uma boa notícia é que a Fiocruz faz planos para começar a vacinação contra o coronavírus no primeiro trimestre de 2021, assim que a Anvisa aprovar a vacina desenvolvida pela biofarmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, que será fabricada aqui pela fundação.

E o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, segue internado em Brasília com Covid-19, mas seu estado de saúde é melhor, segundo os médicos.

Não era bem assim. O Vaticano afirmou na segunda-feira que o trecho do documentário Francesco no qual o Papa Francisco parece defender a união estável entre casais homossexuais foi tirado do contexto. De acordo com a Santa Sé, a edição misturou duas respostas para perguntas diferentes.

Hoje é dia de Panelinha no Meio. Você é aficionado por política internacional e vai passar a noite em claro acompanhando a apuração e a cobertura das eleições nos EUA? Fica então a dica de algo para lhe fazer companhia: petiscos de amendoim temperados com páprica e cominho. São deliciosos, rápidos de fazer e acompanham maravilhosamente uma cerveja gelada e um refrigerante – ou um calmante, dependendo do resultado da votação.

Fonte: Meio

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