26 Mar 2019

Guedes tenta arrefecer crise

O ministro Paulo Guedes participa hoje de uma audiência pública, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, para falar sobre a reforma da Previdência. Sua maior missão é outra: superar a crise aberta entre Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia, durante o fim de semana. No Palácio, os ministros Onyx Lorenzoni, Augusto Heleno e Carlos Alberto Santos Cruz pediram trégua nas redes sociais. Os perfis influenciados pelo filho zero dois, Carlos Bolsonaro, mantiveram os ataques a Maia. (Globo)

Pois é: o Centrão faz uma campanha para ignorar a reforma proposta por Guedes e levar a voto a anterior, mais tímida, do governo Temer. Seria uma forma de bater-se contra o presidente sem por em risco a economia. Ao menos por enquanto, Maia não aceita a possibilidade. (Folha)

Luiz Guilherme Schymura, da FGV: “O chefe do Executivo tem dado mostras de que não está disposto a ter protagonismo. O que parece intransigência pode ser na verdade um posicionamento político estratégico. Por melhor que seja a condução da reforma da Previdência, haverá grupos insatisfeitos. Não se pode desconsiderar o ônus político que restará quando da aprovação. Bolsonaro pode estar trabalhando para transferir aos congressistas a conta do desgaste. Seu posicionamento contrário à reforma quando era deputado passa a ser extremamente oportuno, uma vez que lança dúvidas quanto à importância que dá ao assunto. Por outro lado, como há forte mobilização em torno do tema, por que haveria a necessidade de fornecer alguma vantagem aos congressistas para que votem a favor? Afinal, a maioria dos parlamentares deveria ao menos estar convencida da necessidade. O que justifica frases proferidas pelo presidente, tais como: ‘Fizemos nossa parte, a bola da previdência agora está com o Parlamento’. Um longo, tortuoso e intrincado caminho para reformar a previdência parece estar em curso.”

Foi o Diário Oficial publicar ontem que foi suspensa a avaliação da alfabetização de crianças, até 2021, que a secretária de Educação Básica do MEC, Tania Leme de Almeida, pediu demissão. Ela sequer havia sido consultada. Hoje pela manhã, a portaria foi suspensa. Mas a nova crise deixou marcas. Foi um subordinado de Tania, o secretário de Alfabetização Carlos Nadalim, quem tomou a decisão em pedido para o Instituto Nacional de Estudos Educacionais. Nadalim é aluno de Olavo de Carvalho e vinha bombardeando a secretária. Sob tutela, o ministro Ricardo Vélez conseguiu, de Bolsonaro, autorização para demitir o presidente do Inep, Marcus Vinicius Carvalho. Tenta, também, a de Natalim para reverter a decisão de Tania. (Folha)

Na estratégia de ações para gerar ruído, Bolsonaro deu ordens para que os quartéis celebrem o golpe de 1964. “O presidente não considera o 31 de março um Golpe militar”, explicou o porta-voz Otávio Rêgo Barros.

Enquanto isso… O PT também está rachado. Não consegue se decidir sobre a sucessão da atual presidente, Gleisi Hoffmann, leal a Lula, informa Lauro Jardim. (Globo)

O desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, determinou ontem a soltura do ex-presidente Michel Temer. A informação foi antecipada pelo Estadão e logo tomou conta das redes sociais com ‘Soltaram o Temer’ figurando entre os principais tópicos do Twitter Brasil. A decisão também incluiu a liberdade do ex-ministro Moreira Franco e outras cinco pessoas, entre eles o Coronel Lima, amigo do ex-presidente. Athié é relator do habeas corpus dos advogados de Temer, que contestam o decreto de prisão do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, responsável pela Operação Lava Jato fluminense.

HEALTHTECH

Uma equipe do Belfast City Hospital apresentou, na última South by Southwest, um uso inédito de impressão 3D em cirurgia. O caso perante os médicos liderados pelo dr Tim Brown era peculiar. Uma jovem mãe, de 22 anos, precisava de um transplante de rim e seu pai de presto se apresentou a doar. Os órgãos eram compatíveis, mas o homem tinha um tumor benigno no interior do rim. Pela tomografia, dava para ver. A agilidade cirúrgica de retirar, extrair o tumor, e implantar, no entanto, exigiria uma destreza incomum. A partir do modelo 3D gerado pela tomografia, então, os médicos produziram uma cópia em tamanho real do rim. Nele, ensaiaram, combinaram. A cirurgia foi um sucesso. 3D já produz próteses ósseas e externas, ainda não permite a impressão de órgãos. Mas usos criativos começam a surgir.

Com frequência, a aposta dos grandes fundos parece apontar para o primeiro mundo. Mas há importantes exceções, e uma é o ramo de health tech. Startups do mundo em desenvolvimento apresentam soluções que atingem uma quantidade potencial muito maior de clientes. A japonesa SoftBank estuda colocar US$ 100 milhões na indiana PharmEasy. Num país populoso e empobrecido, a companhia se propõe a fazer, via internet, teleconsultas, encomenda para entrega de medicamentos e, até, coleta de material para medicina diagnóstica. Parece simples: mas, com uma boa interface por celular, a oferta pode revolucionar a saúde local — ampliando acesso, diminuindo custos, e virando bom negócio.

A osteoartrite é uma degeneração nas cartilagens da articulação. Atinge, principalmente, mãos, joelhos, o fêmur e a coluna. A Bright, uma startup brasileira, se propõe a tratar a doença com fototerapia: raios de luz bastante específicos podem energizar as células danificadas. O problema é que, para cada pessoa, a absorção dos raios é diferente. O que o algoritmo da empresa faz é jogar uma inteligência artificial para analisar aqueles dados que definem as ondas luminosas certas, como cor de pele e índice de gordura corporal. Ele busca os raios certos para cada paciente.

COTIDIANO DIGITAL

Esperava-se da Apple, ontem, um serviço concorrente da Netflix. Veio mais. Ou menos. Quando Tim Cook, o CEO da companhia, anunciou o serviço Apple TV+, abriu para um vídeo simpático com diretores como Steven Spielberg, J.J. Abrams, Sofia Coppola e M. Night Shyamalan. Depois, para falar de forma genérica a respeito dos filmes e séries que apresentarão, vieram ao palco Oprah Winfrey, Reese Whitherspoon, Jennifer Aniston e até o Aquaman, Jason Momoa. Detalhes, ou mesmo trailers — isto não houve. Mas a estrutura do serviço foi anunciada. Serão investidos US$ 2 bilhões ao ano na programação exclusiva e, quando vier ao ar no segundo semestre, vai estrear em 100 países — o Brasil, provavelmente, incluso. Apple TV+ rodará na Apple TV, iPhones e iPads, computadores Mac, mas também na FireTV da Amazon e no sistema Roku, que só existe nos EUA. Por um dinheiro a mais, será possível também assinar alguns canais distribuídos normalmente por cabo, como HBO e Showtime.

Se foi pobre em detalhes, houve muitos outros anúncios. Apple News+, que era esperado, sai por US$ 9,99 ao mês, e traz a assinatura de 300 revistas e alguns jornais, como o Wall Street Journal. Mas a empresa também lançará um cartão de crédito. E, isso, foi inesperado. Na versão física, não tem número, CVV ou assinatura —‚ é branco e feito de titânio. Mas o cartão é essencialmente virtual, gera um número a cada uso para que seja sempre seguro online. Não tem milhas. Mas 2% de cada compra volta como desconto — 3% no caso de compras da Apple. Aceito onde se aceita Mastercard. E há, por fim, Apple Arcade — assinatura de games. Não é streaming. Permite que se jogue games que em geral são comprados na App Store.

CULTURA

Na China, mais de dois minutos de ‘conteúdo LGBT’ foram retirados de Bohemian Rhapsody — o premiado filme que retrata a vida e a carreira do vocalista do Queen, Freddie Mercury. Movimentos pélvicos, homens se beijando e a sexualidade do cantor sendo confrontada pela sua namorada estão entre as cenas. O maior corte de todos é no final, quando o Queen filma o lendário videoclipe de I Want To Break Free, com os músicos de drag.

Assista: A apresentação histórica do grupo no Rock in Rio de 1985.

USP abre hoje inscrições para curso gratuito sobre Harry Potter. Os interessados devem entrar no site, a partir das 9h20, clicar na linha onde se lê Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, escolher a opção do curso e preencher os campos com as informações solicitadas. São apenas 60 vagas. É o segundo ano que a instituição apresenta o programa, aberto ao público geral. Para se inscrever, basta ser maior de 18 anos e ter lido a saga de J. K. Rowling.

VIVER

O queniano Peter Tabichi ganhou o Prêmio Global de Professores, considerado o ‘Nobel da Educação’. O título é conferido pela Fundação Varkey, organização de caridade dedicada à melhoria da educação para crianças carentes, e premia vencedor com US$ 1 milhão (R$ 3,9 milhões). Ele venceu entre outros dez mil indicados de 179 países, entre eles a professora Debora Garofalo, que ensina matérias de tecnologia em uma área carente de São Paulo.

Ensinando ciências em uma região remota do Quênia para alunos de diversas etnias e religiões, em situações extremamente precárias, Tabichi doa 80% de seu salário para ajudar famílias mais pobres. Um terço de seus alunos é órfão. Seus estudantes, apesar de todas as dificuldades, foram bem sucedidos em competições científicas nacionais e internacionais, incluindo um prêmio da Sociedade Real de Química do Reino Unido.

Milhares de fósseis de espécies primitivas – como minhocas, águas-vivas, anêmonas e algas –, que viveram há aproximadamente 518 milhões de anos – foram descobertas por pesquisadores às margens do Rio Danshui, na província de Hubei, na China. Os paleontologistas consideraram a descoberta, publicada na revista científica Science, “surpreendente” pela quantidade de espécies novas – e também porque os tecidos moles de muitas criaturas, incluindo a pele, os olhos e os órgãos internos estão perfeitamente conservados.

Oslo se tornará a primeira cidade do mundo a instalar sistemas de recarga sem fio para táxis elétricos; objetivo é tornar a recarga rápida o suficiente para acelerar a chegada de táxis não poluentes. O projeto usará tecnologia de indução, com placas de carregamento instaladas em pontos de táxi ligados a receptores instalados no veículo. A Fortum, que está trabalhando com a empresa norte-americana Momentum Dynamics e a cidade de Oslo no esquema, disse que o maior obstáculo para a eletrificação de táxis até agora era a infraestrutura, já que é muito demorado para os taxistas encontrarem um carregador, plug-in, e depois têm de esperar o carro carregar.

A Noruega tem a maior proporção de carros elétricos do mundo, em parte graças a benefícios de longo prazo, como pedágios gratuitos ou com desconto, estacionamento e pontos de recarga. Em 2018, quase um em cada três carros novos vendidos foi elétrico. O governo também isenta os veículos elétricos de impostos.

A partir de 2023, todos os táxis em Oslo serão obrigados a ter emissão zero e a Noruega quer que todos os carros novos estejam com os índices zerados até 2025. Grã-Bretanha e França têm metas similares para 2040.

Fonte: @Meio

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